A iniciativa do ato partiu da ativista sueca Greta Thunberg de apenas 16 anos e teve repercussão mundial
por Leonardo Campos e Karine Bittenbender
Foto: Leonardo Campos |
Milhões de pessoas ao redor do mundo, sobretudo jovens, se reuniram em atos a favor da preservação do meio ambiente e na capital fluminense não foi diferente. De acordo com os organizadores da manifestação, cerca de seiscentas pessoas estiveram presente. Entre os pontos mais abordados pelos manifestantes, esteve o fim das queimadas na Floresta Amazônica, a necessidade da criação de políticas ambientais e a conscientização da comunidade em geral para diminuir o uso de materiais descartáveis, buscando alternativas para o reaproveitamento e evitando o desperdício. Outro ponto levantado foi o impacto da diminuição do consumo de carne pela população.
Foto: Karine Bittenbender |
O ato foi marcado por faixas e gritos de ordem, principalmente contra o presidente Jair Bolsonaro e o Ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles. Os manifestantes se reuniram na Praça XV, no centro da cidade e por volta de 17h partiram em caminhada até a Cinelândia, parando em frente ao Theatro Municipal e à Câmara dos Vereadores.
Caio Sepúlveda, aluno da Universidade Federal Fluminense (UFF) e graduando do 4° semestre de Letras, esteve representando o coletivo Vamos à Luta . Em declaração acerca do ato, Caio fala sobre o coletivo e a importância da juventude presente: "Vamos a Luta é um coletivo nacional que nasceu na ocupação da UNB de 2007. O diálogo de mobilização acontece entre estudantes e secundaristas, universidades privadas e públicas. Nosso objetivo é mobilizar a todos para que defendam os seus direitos, compreendendo que ir às ruas manifestar é preciso. É importante para isso, a união de todas as categorias que são oprimidas".
Já pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o centro acadêmico de Biologia esteve presente, pela voz da graduanda do 7° semestre do curso, Fernanda Jamell, moradora de Niterói e ex-aluna da UFF, compreende-se a participação dos manifestantes: "é essencial. Viemos representar o instituto de Biologia como um todo na greve pelo Clima. Este é um movimento Global de extrema importância e é um dos primeiros que eu vejo acontecendo aqui no Rio com essa repercussão tão grande, humanizada e mobilizada." ela ainda afirma que "é muito importante a nossa participação nesse momento de crise em tantos setores, principalmente nessa crise ambiental do século XXI, causada em parte pelo não incentivo às políticas públicas ambientais."
Estudantes de biologia da UFRJ se reúnem para protestar a favor do meio ambiente/Foto: Karine Bittenbender |
Coletivo de alunos da UFF "Vamos à Luta"/Foto: Leonardo Campos |
A manifestação ainda contou com figuras influentes e representativas no cenário político brasileiro, como os deputados federais David Miranda (PSOL-RJ), Alessandro Molon (PSB-RJ) e a cacique Teresa da Aldeia Andirá, no oeste do Estado do Pará, região amazônica.
Cacique Teresa, militante defensora dos direitos dos povos originários |
Teresa foi contundente ao falar sobre o posicionamento do presidente Jair Bolsonaro sobre a não demarcação das terras indígenas e a política pública de exploração dessas terras: “ele quer explorar a riqueza das terras indígenas. Os povos originários, o indígena, [é defensor] da floresta. Ele não destrói a floresta, ele preserva. O poder público vai lá e quer arrancar tudo porque a Amazônia é rica.”
Deputado Federal e ex-aluno da UFF Alessandro Molon |
O deputado federal Alessandro Molon, graduado em História pela Universidade Federal Fluminense, falou sobre o impacto que esse tipo de manifestação ao redor do mundo gera na sociedade como um todo: “gera um impacto enorme. Você vê que a Alemanha anunciou hoje um pacote de mudanças mais ousadas para evitar um aquecimento global irreversível. Portanto, essa mobilização que está gigantesca em outros países está produzindo mudanças.”
Além disso, comentou a necessidade da conscientização sobre o tema no nosso país: “aqui no Brasil a gente tem o desafio de massificá-las e por isso é fundamental que a gente consiga explicar para todo mundo o que está em jogo, que é o futuro da humanidade.”
Deputado Federal David Miranda |
David Miranda, também deputado federal pelo estado do Rio de Janeiro, destacou o alcance global das manifestações: "a mobilização está acontecendo em mais de 165 países, já passamos de 4 mil cidades no mundo. A Greta, que é uma menina de 16 anos, acreditou que o futuro está nessa geração e com isso mostrou o caminho para todos nós.”
David também falou sobre o clima do ato e alternativas individuais para a manutenção de um planeta saudável para as próximas gerações: “vemos o sorriso no rosto das pessoas por todos os lados aqui, isso é o reflexo da consciência sobre o clima, sobre perceber que não existe plano B, sobre entender que não se pode substituir o planeta. Isso gera conscientização de outras naturezas, como o da segunda-feira sem carne. A juventude é cerca de 75 a 80 por cento presente aqui, um movimento que mostra que o futuro será de um planeta saudável, graças a essa geração.”
A mobilização, inspirada no movimento “Fridays for Future”, idealizada pela sueca de 16 anos Greta Thunberg, tende a ganhar cada vez mais adeptos e conscientizar mais pessoas sobre as causas ambientais. Novas movimentações ao redor do mundo já estão marcadas para a próxima sexta-feira (27).
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