Estudante de Ciências Ambientais da UFF promove moda sustentável e acessível em Niterói
Por Keila Marques
Habituada desde muito nova a consumir esse tipo de produto, já que sua mãe tinha um bazar situado na sala da própria casa, Mylah Pimentel (22), reuniu em seu trabalho duas das coisas que mais gosta: a moda e o meio ambiente. Mylah fala que começou o bazar sozinha, apenas para desapegar de algumas roupas. Hoje em dia, a menina conta com ajuda de pessoas próximas, mas, ainda assim, a parte administrativa é toda feita por ela, o que acredita ter sido imprescindível para seu desenvolvimento pessoal.
A microempreendedora trabalha com peças de consignação, isto é, se alguém deixar uma peça com ela, o marketing e a venda ficam por conta da mesma. Sendo assim, o valor do produto é dividido na metade entre a dona do bazar e a dona da roupa.
Além desse contato com o público, Mylah busca atender às demandas dos clientes. Sua preocupação com a inclusão é nítida quando, sem nem ao menos ser questionada sobre, cita que seu maior desafio é tentar abranger diversos tamanhos. Somado a isso, a estudante quer fazer uma moda acessível a todos, estabelecendo, assim, o preço máximo de R$50,00 para uma peça.
“Não existe roupa mais sustentável do que aquela que já existe”. Mylah cita essa frase, da qual gosta muito, para nos explicar os prós do consumo circular para o meio ambiente. Os números da indústria da moda em relação aos impactos ambientais são assustadores, maiores do que os relativos à poluição provenientes de navios e aviões. As fibras sintéticas (usadas na indústria têxtil) exigem 70 milhões de barris de petróleo e demoram mais de 200 anos para se decompor, assim como algodão. Este, por sua vez, apesar de ser natural, é o que mais demanda uso de substâncias tóxicas em seu cultivo. Até mesmo o algodão orgânico causa impacto no meio ambiente, pois precisa de mais de 2.700 litros de água.
O projeto de Mylah não instiga a produção de novas roupas, evitando que haja novamente esses impactos ambientais. A estudante diz, também, que isso motiva o ser humano a repensar seus hábitos de consumo, já que suas crenças estão diretamente ligadas àquilo que consome. “Eu vejo um propósito muito maior no que eu faço e isso me inspira, não só em relação às roupas. Pode até parecer fútil, mas em relação à parceria e cooperação, as relações interpessoais que eu tenho criado têm sido muito especiais e muito gratificantes”, afirma a empreendedora.
Instagram: @bazardamylah
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Referência dos dados sobre impactos ambientais: https://www.bbc.com/portuguese/geral-39253994
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