Crise do comércio em Niterói afeta trabalhadores


Comerciantes entram em alerta após crise atingir lojas da cidade
Por Clara Mangelli

Foto: niteroicidade.com

Desde o início do ano, o setor que mais encontra dificuldades em Niterói é o do comércio. Hoje, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia, já são mais de 1.367 vagas a menos no setor.

Essa crise em Niterói corrobora a diminuição de empregos, já que o comércio foi o único setor que demitiu mais do que contratou. Para Airton Dennis, proprietário de algumas lojas em Niterói, está muito difícil ser empreendedor. Após a crise, ele precisou fechar 4 de suas propriedades, e a última unidade a fechar foi a de Icaraí. Ele diz que as demissões têm a ver com o fluxo de clientes, mas esse não é o único motivo. As dificuldades financeiras fazem com que donos de empresas sejam obrigados a reduzir custos e, consequentemente, trabalhar com a equipe mais enxuta, gerando as demissões em massa.

Com o fechamento de diversas lojas, é cada vez maior o número de placas de “aluga-se” ou de “vende-se” nas portas. Airton relata ainda : "O valor dos aluguéis só aumenta e, infelizmente, o crescimento não é proporcional, então temos que tirar leite de pedra para 'sobreviver' no mercado!"

Na opinião dele, uma das coisas que atrapalham muito os empresários hoje em dia são os processos trabalhistas pois, algumas vezes, funcionários de má-fé falam inverdades para obter vantagens na justiça, e esse é um dos motivos de ser ainda mais difícil empreender na cidade.

Rafael Cortat, analista de recursos humanos, afirma que após procurar emprego em sua área de trabalho e não obter sucesso, resolveu montar seu próprio negócio em casa. “A vantagem é fazer seu próprio horário, e conseguir distribuir seu currículo em outras empresas e conseguir uma vaga. As empresas geram empregos, mas muitas vezes acabam não contratando por seu currículo ser muito bom para a vaga disputada”, desabafa Rafael.

Assim como Rafael, encontramos o Bruno Gonçalves, formado em engenharia de produção e desempregado há quase 2 anos, diz que hoje procura emprego em qualquer área. Segundo ele, Niterói tem pouquíssimas empresas grandes, e isso dificulta bastante a hora de encontrar um emprego em sua área. Pensando nisso, para enfrentar a crise, Bruno cogita a possibilidade de trabalhar como motorista de aplicativo.

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