Simpósio discute a importância das diversidades na literatura para crianças e jovens
Por Karine Bitenbender
A realização do Simpósio fez parte da Semana Acadêmica do departamento de Letras da Universidade Federal Fluminense (UFF) e comemorou os 35 anos do curso de Pós-graduação Lato Sensu em Literatura Infantojuvenil. O enfoque no papel da literatura sobre as questões de diversidades, foi abordado nos dias 22 e 23 de outubro. Mesas redondas foram organizadas e mediadas pelas professoras Íris Amâncio e Sônia Monnerat, coordenadoras da Especialização LIJ. A comissão organizadora, também contou com John Brendo, Nayara Ferraz e Taís Souza.
O I Simpósio de Literatura Infantojuvenil (LIJ) teve como recorte de abordagem o tema Leitura literária e diversidades. Para isso, contou com a presença de Iolanda de Oliveira, autora de Desigualdades raciais: construção da infância e da juventude, que completou recentemente 20 anos de publicação. “Não desprezamos as questões de classe, mas as questões de raça são igualmente importantes na educação”, comentou Iolanda sobre o papel da literatura no contexto educacional Infantojuvenil.
Uma das coordenadoras, Íris Amâncio, comentou sobre a realização do I Simpósio: “estamos discutindo a partir da literatura, a noção de diversidade. Diversidades temáticas na perspectiva de abordagens sócio-políticas, como, gênero, sexualidade, diversidade nos rituais de escrita e produção, diversidade estética e de linguagem. Além disso, pensando sempre no fazer artístico como ferramenta de humanização.”
Ela ainda ressaltou as problemáticas de se falar em diversidades no contexto Infantojuvenil, já que algumas questões, as mais importantes, são tratadas ainda como tabu. Seja por receios de cunho religiosos, seja de que natureza for. Sobre isso, Íris afirma: “nós entendemos esses temas (diversidades) como natural da formação do ser humano, não vemos como exótico.” Com relação ao retorno do público que esteve presente no Simpósio, ela fala: “através dos perfis de perguntas, dessa interação do público, vimos o quanto as pessoas querem aprender, querem, sobretudo, ter suporte metodológico para abordar cada vez mais essas questões com a naturalidade que lhes compete.”
Questionada sobre a relação da literatura com a realidade e o papel da universidade na formação da sociedade, a professora defende: “o potencial da universidade é mesmo mudar o mundo. (...) A teoria emerge da realidade. (...) Esse papel pleno da literatura não é utópico, nem romântico. É através dessa interação com os jovens que podemos garantir um futuro de qualidade.”
A aluna do 1° semestre de Letras Português/Literaturas da UFF, Ana Carolina Pereira Lima, também falou sobre a importância do Simpósio. “O evento foi rico de novas informações sobre essa literatura destinada às crianças e aos jovens. (...) O que foi apresentado, trata com naturalidade as diversidades e valoriza a potencialidade disso no ensino. Porque antes de tudo, precisamos focar na educação dos pequenos, apresentar a possibilidade e a necessidade de lutar contra esses preconceitos estruturais, como foi muito bem abordado em várias mesas.”
Para Ana Carolina, a literatura abrange as formações culturais de modo geral e apresenta as diferenças presentes na sociedade. Ressaltando, assim como Íris, a importância de se trabalhar a representação da realidade pela literatura, a fim de fortalecer as raízes da educação. Tudo isso, através de elementos que são invocados pelas figuras do imaginário representativo, presentes no texto literário.
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