Uma boa ideia que não teve sequência por conta de um fim trágico
Por Carlos André
Sobrevivendo basicamente de arrecadação própria, as atléticas da UFF costumam ter dificuldade
quando o assunto está ligado à situação financeira. Essa desafio aumenta ainda mais ao se tratar de uma atlética recém-inaugurada. Esse foi o caso da atlética de Biologia da UFF, que foi inaugurada na segunda metade de 2017 com o dinheiro que havia sido disponibilizado em uma tentativa anterior de criar uma atlética.
Amanda Hazan, que começou os estudos na UFF em 2016 e no ano seguinte ajudou a criar a atlética, conta como foi o início da sua relação com a atlética: "Em 2016.2, eu entrei para o time da UFF, o UFF Breakers, e comecei lá. Queria fazer um esporte, pois estava muito parada quando estava em Niterói”. Amanda relata que a ideia de fundar uma atlética para a biologia apareceu após ter contato com as de outros cursos e ter se incomodado ao não ter resposta por que Biologia não tinha a sua própria. Na primeira metade de 2017, seus calouros começaram a discutir a criação, quando foram organizadas reuniões para discutir sua fundação.
Foi numa dessas reuniões que Amanda estava presente e se interessou por ajudar na fundação. “Estava no IB (Instituto de Biologia) e ouvi eles conversando, resolvi comprar a ideia”. Segundo Hazan, a ideia fez sucesso desde o princípio. “Nas primeiras reuniões, havia umas trinta pessoas ou mais, logo foi possível começar a dividir essa galera em cargos”. A empolgação foi crescendo à medida que o projeto ia tomando forma. Como o técnico da UFF estava insatisfeito com o esforço e desempenho do time, decidiram trazer o treinador do UFF Breakers para preparar o time do curso. Começaram a formar a equipe de futsal, tudo graças ao engajamento dos alunos. Além disso, Amanda afirma que não se sentia bem consigo mesmo na época e fazer parte de um time ajudou-a a melhorar. “Eu percebi que era um rolê importante, haver uma atlética para a saúde mental dos alunos, fugir um pouco do âmbito acadêmico de só estudar”.
Entretanto, como geralmente acontece, o caminho teve seus obstáculos. O maior problema com que eles tiveram que lidar foi como conseguir dinheiro para a empreitada. Mas, como já havia acontecido uma tentativa anterior de criar uma atlética no curso e ainda havia 400 reais guardados daquela ocasião, o novo projeto partiu dessa modesta - porém necessária - base.
Porém, essa quantia era insuficiente, era preciso mais. Foi quando surgiu a ideia de utilizar o diretório acadêmico, uma vez que ele possui amplo espaço, onde podem ser organizadas festas de forma barata. Para arrecadar mais dinheiro, foi feita uma festa de Halloween, além de terem sido vendidas rifas e terem montado um campeonato de sinuca. Ao todo, foi possível acumular o montante de 3000 reais, o que poderia bancar a formação da atlética.
Um imbróglio atrapalhou os planos: a verba era guardada no cofre do DALA (Diretório Acadêmico Luís Andrade). O acesso ao DALA é livre para qualquer um que esteja na UFF e, há meses, o cofre apareceu arrombado e o dinheiro sumiu, até mesmo o originado da semana acadêmica foi levado. Devido ao movimento que ocorre diariamente no espaço, era impossível saber quem foi o responsável pelo crime. E, por fim, todo o esforço para juntar o dinheiro foi em vão. Como consequência, a atlética começou a desmoronar ainda nos primeiros passos. O curso perdeu o interesse pelo esporte e, hoje, a atlética está relativamente abandonada, apenas o time está funcionando, mas com pouco interesse dos estudantes do curso.
Comentários
Postar um comentário