Temporada 2019/20 da NBA, o ano em que a atitude social dos astros do basquete americano fora das quadras prevaleceu sobre suas jogadas espetaculares dentro delas.
Por João Pedro Costa
O Los Angeles Lakers dos astros LeBron James e Anthony Davis se sagrou campeão da NBA numa final eletrizante, disputada até o sexto jogo contra o Miami Heat. As finais do campeonato são sempre as partidas mais aguardadas e especiais do ano. No entanto, na temporada 2019/20 da liga de basquete norte-americana, as finais não passaram de um mero detalhe diante dos diversos acontecimentos que ocorreram fora das quadras.
A devastadora pandemia do corona vírus impôs à organização da NBA a criação de um rígido protocolo de segurança para os atletas e para as delegações dos times. Além disso, a morte do ídolo Kobe Bryant comoveu a todos os amantes do esporte. Porém, os assuntos que mais roubaram a cena durante essa temporada foram os protestos dos jogadores incentivando o voto da população diante das eleições presidenciais e também a luta contra o racismo e contra a violência policial.
Após a morte de George Floyd e os sete tiros nas costas sofridos por Jacob Blake, ambos causados por policiais, diversos jogos, não só da NBA, mas também de outros campeonatos, foram adiados como forma de protesto à esses acontecimentos. A partir daí, diversos debates entre atletas e organizações ocorreram no sentido de tomar atitudes e se posicionarem contra o racismo e contra a violência policial sofrida pelos negros estadunidenses.
Os protestos foram iniciados pelos jogadores do Milwaukee Bucks, franquia de basquete situada na cidade no estado americano de Winsconsin, palco da tragédia que gerou revolta nos Estados Unidos e ao redor do mundo após as imagens viralizarem na internet. Jacob Blake, um jovem negro levou sete tiros nas costas após uma abordagem policial na frente de seus filhos e no meio da rua, à vista de todos.
O time dos Bucks começou a boicotar suas partidas e inspirou outras equipes a fazer o mesmo, para que assim, fosse posto um holofote em cima da questão social que necessitava de um destaque maior do que as partidas que seriam disputadas.
Depois de muitas conversas entre as delegações e a cúpula da NBA, diversas mensagens e letreiros foram estampados nas camisas de aquecimento e uniforme dos jogadores, assim como no chão das quadras e também durante os intervalos das transmissões com as frases “Black Lives Matter” (vidas negras importam) e com os nomes de pessoas de sofreram com a violência policial. Além disso, também foram feitas campanhas com a palavra “Vote”, numa tentativa de engajar a população a votar pela escolha de um novo presidente, já que as eleições estão em curso e nos Estados Unidos o voto não é obrigatório.
Anthony Davis, LeBron James e Quinn Cook ajoelhados em protesto contra o racismo e fazendo campanha para o voto da população. (Foto: Mike Ehrmann/AFP)
O posicionamento de instituições tão emblemáticas como a NBA e de celebridades como LeBron James são muito importantes para gerar o engajamento da população. A partir desses meios, muitas pessoas podem ser atingidas, conscientizadas e transformadas ao ponto de também se posicionarem contra o problema estabelecido.
Tentamos contato com Daviu, aluno de história da Universidade Federal Fluminense (UFF) e líder do movimento negro da universidade, para nos dar sua opinião e visão sobre essas manifestações que ocorreram nos Estados Unidos. No entanto, não obtivemos resposta.
Texto muito bom. Talvez no primeiro parágrafo trocar alguma das "finais" por sinônimos pra não ficar muito repetitivo e dividir alguns períodos para não ficarem muito longos.
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