Apesar do período de isolamento social, a valorização e o incentivo à leitura são sempre necessários.
Por Liz Tamane
foto:https://www.uol.com.br/ecoa/ultimas-noticias/2020/08/22/livro-no-brasil-e-caro-elitistas-e-excludente-diz-cocriador-da-flup.htmSegundo o renomado poeta e um dos maiores amantes da língua portuguesa Fernando Pessoa, “a literatura é a forma mais agradável de ignorar a vida”. E nessa pandemia de covid-19, em que toda a rotina mudou, mais do que nunca, os livros se tornaram uma opção de companhia, lazer, e entretenimento. Desse modo, a Biblioteca Central do Gragoatá (BCG) encontrou uma forma alternativa de comemorar a Semana Nacional do Livro e da Biblioteca, que ocorreu entre os dias 23/10 e 29/10. Os bibliotecários publicaram, então, nas redes sociais da unidade (Facebook e Instagram) uma seleção temática de livrosem homenagem à data, aproveitando o momento para ressaltar a importância da leitura e daqueles que administram as bibliotecas.
Entre os textos selecionados estava o best-seller A Menina que Roubava Livros, do escritor australiano MarkusZusak, e também alguns romances românticos, como A Bibliotecária de Auschwitz, escrito por Antonio G. Iturbe, e “A Biblioteca Mágica de BibbiBokken”, deJostein Garden, mesmo autor do famoso O Mundo de Sofia. Além desses, havia também sugestões de não-ficção, como A História das Bibliotecas por FredericBarbier, e Bibliotecas no Mundo Antigo, de Lionel Casson.
http://bibliotecas.uff.br/bcg
O Alô, Gragotá entrou em contato com dois bibliotecários da BCG ¬– Luciana Rodrigues, e Flávio Ferreira Júnior – e ambos falaram que os critérios para a temática daseleção dos livros foi escolher textos que eles tinham em casa, uma vez que eles não estão saindo para trabalhar na UFF, e que se relacionassem com o ambiente de biblioteca.
Luciana Rodrigues disse, também, que mesmo que a biblioteca tenha disponibilizado parte de seu acervo de forma digital durante o período de isolamento, provavelmente os docentes e discentes voltarão a dar preferência ao formato impresso em detrimento aos e-books quando a pandemia finalizar. Porém, de qualquer forma, pelo menos, eles terão mais opções de para escolher. Além disso, ela acredita que, quanto aos materiais integrantes do Repositório Institucional (RIUFF) como trabalhos acadêmicos (TCC, dissertação e tese) e de periódicos científicos, a versão on-line será mais usada que a impressa.
O Decreto Nº84.631 de 9 de Abril de 1980 institui a "Semana Nacional do Livro e da Biblioteca" e o "Dia do Bibliotecário", com o intuito não só de estimular as celebrações de cunho cultural e popularpor todo o território nacional, incentivando o conhecimento e a leitura, mas também prestigiar e divulgar a importância da profissão do bibliotecário.
Luciana e Flávio contaram que o interesse particular pela leitura foi despertado em momentos diferentes de suas vidas. Para ela, os livros são grandes companheiros desde a infância com o incentivo da família, e a função de organizá-los na estante de casa era sua, e esses fatores a levaram à profissão de bibliotecária. Já para o Flávio, ler passou a ser um hábito tardiamente, mas ele diz que está conseguindo compensar o atraso agora, e desde que começou a cursar biblioteconomia, por uma indicação de uma vizinha, é apaixonado pelo e orgulhoso do seu ofício.
Entretanto, mesmo com iniciativas como a Semana Nacional do Livro e da Biblioteca, estudos apontam que o índice de leitura no Brasil ainda é muito baixo. Segundo a 4ª edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, desenvolvida pelo Instituto Pró-Livro, o Brasil tem uma média anual de 4,96 livro por habitante. E quando se trata de livros lidos do início ao fim, o número de reduz para 2,43 por habitante anualmente. Nessa perspectiva, sabe-se que ler não é considerado nem um hábito, nem um lazer para o brasileiro.
Luciana destaca a o quão relevante é que o costume seja estimulado: “penso que o poder maior do incentivo à leitura deve ser na infância e na adolescência, tanto que sempre que posso, dou livros para filhos de primo, família, etc. Temos que ver o gosto e o interesse da pessoa (...) Se um jovem adora futebol, indique ou dê um livro relativo ao esporte ou ao time pelo o qual torce”.
Flávio aponta também o problema dos altos preços dos livros e da escassez de bibliotecas públicas nas cidades, fatores que afastam muitas pessoas da leitura. Ele diz que “a nossa luta diária é para que a lei 12.244/10 seja cumprida, para que, tenhamos, assim, uma educação de qualidade, com todas as escolas com bibliotecas e bibliotecários. Isso sim, seria um verdadeiro e imenso incentivo à leitura”.
Ler influencia diretamente a capacidade intelectual da população, principalmente, em relação aos jovens e crianças em desenvolvimento. Ao avaliar o desempenho dos estudantes do Brasil no Programa Internacional de Avaliação de Alunos – programa que avalia estudantes entre 15 e 16 anos de 77 países –, nota-se que 50% dos brasileiros têm resultados nível 1 em leitura (em uma escala de 1 a 6, sendo 1 o pior índice de desempenho e 6 o melhor). Isso revela as motivações que tornam a Semana Nacional do Livro e da Biblioteca tão necessária, apesar da adesão ainda não ser tão grande quanto desejável. De qualquer forma, a leitura em si não é a única coisa essencial: tão importante quanto ela é o incentivo.
Gostei bastante do seu texto. Achei a escolha da matéria bem legal, achei bem interessante a forma que você iniciou o seu texto, com uma citação e gostei do paralelo que você fez entre a citação e a situação atual que todos vivemos. Só cuidado no trecho ´´romance românticos´´ porque acaba soando meio redundante e atenção na revisão final pois ao longo do texto algumas palavras e conectivos ficaram juntos nada que prejudicasse seu texto, porém quebra um pouco a fluidez . Parabéns você soube inserir muito bem os dados e as pesquisas no decorrer da matéria, o que valorizou ainda mais seu texto.
ResponderExcluirLiz, parabéns pela matéria. Muito legal você ter perguntado aos bibliotecários sobre suas relações e trajetórias com os livros.
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