A importância da UFF para Niterói no contexto de pandemia

UFF se mantém em plena atividade ao promover série de projetos para controle da Covid-19 em Niterói

Por Samara Barboza

Foto: Fábio Motta/Estadão

Responsável por inúmeras mobilizações sociais, projetos de pesquisas e transmissão de informações que vêm sendo cruciais para o desenvolvimento de medidas de controle da Covid-19. A Universidade Federal Fluminense tem tido desempenho crucial na saúde e segurança de que serão executados os melhores planejamentos para o bem-estar dos niteroienses, e igualmente expandindo a sua competência para todo o estado.

Como uma referência nacional, a UFF desde o princípio tentou reprimir o novo epicentro o qual o Brasil se tornaria. Apesar de ter suspendido, por cerca de 5 meses, seu calendário acadêmico e administrativo no primeiro semestre de 2020 com o intuito de diminuir a disseminação da doença, a elaboração de ciência e tecnologia no combate ao coronavírus não foi interrompida. Em 25 de março de 2020, foi anunciada uma campanha de arrecadação em parceria com a Fundação Euclides da Cunha (FEC) de doações para investimentos em fabricação de máscaras, aventais, álcool 70% e matérias-primas destinadas a equipamentos para laboratórios e profissionais da saúde. 

Paralelamente, a “Frente UFF”, grupo da Escola de Engenharia que trabalha em conjunto do Hospital Universitário Antônio Pedro, também organizou produção de instrumentos de proteção individual. Através de dados mais recentes publicados no instagram da equipe, foram contabilizadas a entrega de 13,8 mil face shields e 9159 máscaras de tecidos, além de 153 blusas e calças de pijamas cirúrgicos, entre 31 de março a 11 de setembro.

Foto: Frente UFF


O Hospital Universitário Antônio Pedro, HUAP, considerado como uma unidade de saúde de alta complexidade de atendimento, que abrange a comunidade interna e externa de Niterói,  se adaptou à necessidade atual de atender pacientes infectados e desafogar o sistema hospitalar municipal. Um dos projetos aplicados inicialmente foi o teste de diagnóstico rápido do coronavírus,  desenvolvido por pesquisadores e pós-graduandos da UFF, que já eram acostumados a lidar com testagens de outras doenças. Primeiramente foram realizados em voluntários, entretanto, pouco depois em um paciente que foi internado no CTI, levando a expansão para os demais. Além disso, no mesmo mês foi disponibilizado um drive-thru para verificação em profissionais presentes no hospital.


Fonte: AGRJ

O papel da UFF tem sido de integração, tendo sua assistência estendida para além das fronteiras de Niterói, por exemplo, com o desenvolvimento de respiradores mecânicos, ferramenta de extrema importância para quadros graves da doença e que muitas vezes esteve em falta no mercado internacional. Esses serão doados tanto ao HUAP, quanto para outras redes hospitalares que se cadastrarem para recebê-los. O projeto foi desenvolvido pelo curso de Engenharia Elétrica e tem a expectativa de entregar 200 respiradores em até dois meses.


Para Valdir Inácio dos Santos, morador de Niterói desde 1985, a universidade reflete uma imagem positiva para a cidade e possibilita que ela receba notoriedade por seus métodos. “A UFF para Niterói representa muita coisa boa. Porque assim se torna uma cidade famosa, com credibilidade, com recursos. Niterói tem esse poder, né? Não é tão grande quanto o Rio de Janeiro, mas aqui tem coisas muito boas. E a UFF é uma delas, um dos pontos fortes.”


Alessandra Moreira Coupertino, estudante do sexto período do curso de Odontologia da UFF, ressalta a amplitude da instituição: “Acredito que ela não é um benefício único de Niterói, mas de toda a região próxima, sabe? Até porque ela é um benefício também para outros estados que vem pra cá, por ser uma referência.”


Foto: TV Globo

É perceptível a confiança do governo niteroiense com o desenvolvimento científico e tecnológico da universidade, graças a isso, Niterói celebrou duas boas notícias, de parcerias da universidade com a prefeitura. O Centro Público de Testagens para a doença, que no final de fevereiro relatou a chegada de um robô que irá acelerar o processo de testagem e possibilitará o preparo para outras epidemias de diagnósticos moleculares futuras. A outra novidade foi o momento mais aguardado pela população, a vacinação! O campus do Gragoatá tem um drive thru para atender pessoas de acordo com os recortes de idade, o local possibilita que o cidadão seja vacinado sem sair do carro, o que contribui para segurança, conforto e agilidade do processo


A professora Mariana Sousa Dias conta que sua família foi muito beneficiada por essas medidas, inclusive, sua avó já foi vacinada no drive thru e elogia a participação e divulgação. “A gente já fez o teste rápido, a minha avó já tomou a primeira dose da vacina e sabemos que a UFF está ali participando da organização da vacinação.”, relata Mariana, “Acho que o trabalho dela é excelente no sentido de estar em diálogo com a comunidade. As ações são apresentadas de uma forma muito clara e muito organizada. A gente realmente se sente contemplado pela atuação da UFF.”


Alessandra Coupertino explica a importância desse desempenho e a sua visão enquanto estudante da área da saúde. “ Eles são imprescindíveis e independente de qual cenário estamos vivendo, mas dentro do cenário político só fortaleceu a imagem do quanto essas instituições são importantes para saúde. Porque antes eram passadas dentro da mídia com uma visão de instituições falidas [...] Mas dentro desse cenário de Covid foi mostrado que isso não é real, né? A UFF sempre foi muito bem ranqueada, apesar de todos os problemas de investimentos.”


No que diz respeito à divulgação de todos esses procedimentos, a UFF está ativa em suas redes sociais e site, publicando constantemente suas pesquisas, novidades sobre o coronavírus e realizando lives. Há uma página no site com informações atualizadas sobre a pandemia.  Apesar de todos os entrevistados concordarem que o trabalho da universidade é imprescindível quando as ações foram citadas, apenas três dos quatro sabiam dos projetos e as opiniões a respeito da divulgação feita ficaram divididas. 


Valdir Inácio acredita que pela força da instituição a população já espera que ela consiga enfrentar os obstáculos e garantir o melhor para Niterói. “Pela força que a UFF tem, as pessoas tem certeza que ela vai oferecer isso. Para os alunos, para quem está por perto, funcionários e tudo mais, isso será servido em grande quantidade. Com relação a isso as pessoas não precisam se preocupar, porque ela cobre com a maior facilidade, dá todos os recursos.”


Enquanto Lívia Maria Affonso da Veiga, técnica de assuntos educacionais na UFF, ressaltou que ainda é preciso estar próximo dos cidadãos para disseminação dessas informações. “Acho que em meio a pandemia, a UFF está conseguindo superar e está se empenhando na questão científica para ajudar a população enquanto for possível.”, inicia a discussão. “Embora eu acredite que a universidade precisa estar mais dentro da sua população, principalmente, as das comunidades, eu acho que falta essa ligação também, esse aterramento ainda mais, embora contribua muito para essa situação em torno. Mas ela tem muitas coisas a oferecer e não é divulgado, não chega no povão, entendeu? ”, explicou.


 

Fonte: UFF


Quando questionados sobre o que pensavam da universidade e a sua importância local, foram apresentados relatos positivos e apontaram as contribuições para a cidade em educação, ciência e economia. “A gente já sabe quando a UFF está funcionando, quando pega o carro e você vê que o trânsito está diferente, sabe?”, relata Lívia Maria. “É porque ela movimenta muito a economia da cidade e não só isso, são muitos projetos de extensão que beneficiam Niterói.” “É uma ligação muito forte com Niterói em relação a realmente integrar essa vida social, política e cultural da cidade. Então, até a questão dos campus serem distribuídos em diferentes bairros, isso também é uma coisa muito importante para integração social. A gente tem a oportunidade de descobrir diferentes facetas da UFF, né?”, conta Mariana, professora de português e literatura, que começou a residir em Niterói justamente por conta de sua graduação na UFF. A universidade atua há 60 anos em desenvolvimento em diversos setores, é responsável por muitos eventos destinados à população, sendo considerada a principal instituição local juntamente com a prefeitura. A atuação durante o contexto pandêmico tem evidenciado ainda mais a sua importância para Niterói.

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