Clube Gragoatá suspende reabertura para futebol amador

Após ensaiar um retorno às atividades, clube volta atrás e permanece fechado

Por Marcos Torres

Foto: wikimapia.org

O Clube de Regatas Gragoatá suspendeu a reabertura de seu campo society para a prática do futebol amador. A possibilidade chegou a ser ventilada no início de janeiro e grupos que alugavam o espaço antes da pandemia foram contactados quanto à retomada das atividades, informados que, em caso de recusa, o horário seria disponibilizado a uma lista de espera.

Em um desses grupos, que mantém regularmente um horário reservado há mais de 10 anos, a escolha chegou a dividir opiniões, com alguns membros se posicionando a favor da volta aos gramados. Porém, a ampla maioria expressou preocupações com o potencial de contágio que o retorno acarretaria, e ficou decidido esperar até que todos os membros estejam imunizados.

Embora o comunicado anunciasse o retorno em duas semanas, isso não se concretizou, e o clube voltou a entrar em contato para informar que as atividades permaneceriam suspensas. O meio-campista Diogo Tubbs, também conhecido como “Sorín”, conversou sobre a situação:

“Acredito que a volta do futebol amador deva permanecer suspensa porque, embora seja uma prática esportiva que pode ajudar as pessoas nesse momento de pandemia, ela é uma prática coletiva que pode desencadear uma transmissão em massa do vírus. Embora o futebol profissional tenha voltado, ele obedece a outras instâncias, possui protocolos e existe uma questão econômica muito mais forte em cima dele. (...) Todo mundo que joga "pelada" está numa vontade absurda de jogar, mas ainda é importante manter essa disciplina. Existem outras atividades físicas mais seguras que podem ajudar a amenizar a sensação de ficar sem jogar. ”

O jogador do Lukács, equipe acostumada a disputar torneios em Niterói, contou também sobre a escolha de postergar um desses eventos para depois da pandemia:

“Eu ajudo a organizar um torneio de futebol amador, o campeonato Barbosa Vive, que definiu por humanidade que a volta seja realizada apenas com a vacinação em massa. Arriscar ter um jogador ou parente morto em decorrência da volta é um ônus muito grande."

Foto: clubegragoata.com.br

Vale lembrar que no mês de janeiro a cidade ainda atravessava a segunda onda de Covid-19, que se arrastava desde o final de 2020. Essa tendência de pico recuou um pouco na primeira metade de fevereiro, mas uma nova alta e preocupações com uma terceira onda, além da transmissão comunitária da variante brasileira já detectada no estado, levaram ao endurecimento das medidas restritivas, entre elas, a proibição de atividades físicas coletivas. À época de escrita dessa matéria, a doença já matou mais de 270 mil pessoas no país.

A secretaria do C.R. Gragoatá informou que o campo permanece fechado desde o início da pandemia, e que o clube aguarda liberação da prefeitura para reabrir.

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