Queda na procura por academias é acompanhada por crescimento na demanda por outras formas de exercício.
Por Marcos Torres
Foto: Marcelo Tavares/ Plantaoemfoco
A pandemia do novo coronavírus trouxe um sério dilema para a prática esportiva. Se por um lado a recomendação da Organização Mundial da Saúde é pela prevenção, evitando ambientes fechados e praticando o isolamento social, por outro, esses fatores podem desestimular os exercícios físicos, levando ao sedentarismo e há um possível desenvolvimento de comorbidades que deixam a pessoa mais vulnerável a complicações da Covid-19.
É o que observa o professor de educação física Rodrigo Peralta, que trabalha na rede de academias Bodytech e também atua como personal trainer, e conta que viu seu número de alunos crescer, ao mesmo tempo em que teve que se adaptar com novos ambientes de treino.
“Eu tive um aumento na procura de clientes querendo personal. A academia está mais vazia do que estava antes de parar, mas acho que, até por conta disso, tem muita gente optando por treinar na praia, em casa ou em academias de prédio, e como nesses lugares não tem professor, acabam procurando o serviço de personal para ter alguma orientação”, disse.
Rodrigo falou também sobre a experiência com aulas online, que provaram ser uma alternativa viável à aula presencial. “Outra coisa interessante foi que eu comecei a dar aulas online, quando estava tudo fechado no início, e essa possibilidade acabou abrindo portas para dar aula para pessoas que nem moram em Niterói, tenho uma aluna morando na Bélgica, outra em Londres, que me contataram após indicações de alunos meus que passaram para a aula online e acharam que funcionou bem. (...) Tenho uma aluna que até já voltou a frequentar academia, e continua fazendo o treino comigo pelo celular.”
Com o início da quarentena, a prática esportiva caiu ao redor do mundo. A multinacional SmartFit relatou em março desse ano uma queda de mais de 600 mil alunos, um quinto do total pré-pandemia. Entretanto, tais práticas seguem sendo um dos remédios para a saúde corporal. Algo que comprova a tese é um artigo publicado em dezembro de 2020 na Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP), argumentando que a adoção de uma rotina de atividades físicas, de forma a prevenir fatores de risco como obesidade, hipertensão arterial e diabetes, tem potencial preventivo e terapêutico contra a doença. A orientação se dá em um contexto em que pessoas sedentárias possuem um risco 32% maior de serem hospitalizadas em relação àquelas que praticam algum tipo de exercício.
O importante é não parar!
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