Com o mercado digital extremamente aquecido, amplificado pelo isolamento social, as redes sociais se tornaram um meio importante de divulgação de trabalhos, projetos e sonhos.
Por João Pedro Boaretto
Foto: Snappy Cactus
Diversos empreendedores e até mesmo alunos da UFF têm usado essa “vitrine” para exporem seus trabalhos, ideias e desejos. A estudante de jornalismo Nathalia Guimarães se tornou uma produtora de conteúdo culinário durante o isolamento social e deu início ao perfil Cozina da Nath (@cozinapguimaraes), com receitas práticas e dicas para todos que querem se aventurar na cozinha. “Eu me arrisquei um pouco mais nesse período e comecei a gravar alguns vídeos despretensiosamente para o meu perfil pessoal. Muitas pessoas acabaram me apoiando e gostando, e eu resolvi criar um perfil exclusivamente para a culinária. O nome veio de uma ideia de mesclar a Cozinha, que é o ambiente que eu inseri os seguidores, e o Na do final é de Nathalia, meu nome”, ela explicou a origem da sua conta, autointitulada como “Um caderninho de receitas, troca e afeto”.
Expor publicamente um hobby também foi uma consequência da pandemia para a universitária Giulia Navarro (@agiulianavarro). Entediada em casa, surgiu a ideia de gravar seus processos de maquiagem e postar para os amigos, que a apoiaram logo de cara. Com o feedback positivo, Giulia teve a ideia de realmente criar conteúdo e investir no Instagram de uma forma mais séria, enxergando a possibilidade de se distrair e também de ganhar reconhecimento, algo que sempre desejou. “A internet veio para me comprovar que minha arte era boa e que eu realmente merecia esse reconhecimento, as pessoas queriam ver o que eu estava fazendo.”
Porém, se engana quem acha que expor seu conteúdo e seu projeto na internet é um processo fácil e com resultados milagrosos e imediatos. Gravação, edição, produção de artes, busca por trilha sonora, captação de áudio, pesquisa de pauta e pesquisa de tendências são algumas das dezenas de etapas por trás de um post. Muitas vezes também é necessário ter investimento financeiro para aumentar a qualidade do conteúdo. Mesmo numa plataforma digital, existem gastos e detalhes que quem ainda não está por dentro nem imagina. Ring light, tripé, câmeras, ensaios fotográficos e aplicativos pagos são algumas opções que podem dar um ar mais profissional aos posts. “Eu gravo as receitas pelo meu celular com a ajuda de um tripé, gravo a fala separadamente, ensinando o passo a passo e dando dicas. Depois edito, tentando deixar os vídeos com até 3 minutos e insiro uma música de fundo. Escolho as do tipo Lo-fi, que se comunicam não só com a minha personalidade, mas deixam um ambiente agradável e descontraído”, afirma Nathalia.
Há ainda a questão do algoritmo do Instagram, que cria verdadeiras bolhas sociais baseadas no conteúdo de preferência de cada usuário e dificulta a descoberta de novos perfis. Fernanda garante que não é um trabalho fácil e não há fórmula mágica, mas acredita que tem espaço para todo mundo, com foco no seu objetivo. “As pessoas que criaram contas no início da pandemia e caíram na ilusão que na internet tudo é fácil e rápido, já estão abandonando o barco!”, afirmando a necessidade de ter frequência, organização e constância para se destacar. Pensando nisso, ela também abriu seu perfil pessoal (@fnandalontra), dando dicas de crescimento e ajudando quem precisou migrar para o digital e estava perdido.
As estudantes também demonstraram certa dificuldade no relacionamento orgânico na rede por conta do algoritmo. “Não é nada fácil conseguir visibilidade, o algoritmo demanda muito esforço, tempo e quantidade de conteúdos, coisas que nem sempre a vida te permite conseguir. É um estresse diário pensar em posts, acompanhar trends, investir em divulgação, xingar quando o vídeo tem poucas visualizações e gastar tempo e dinheiro em conteúdos que às vezes não rendem tanto", Giulia pontuou.
“Se você quiser realmente bombar e ter milhares de seguidores, você tem que jogar o jogo da plataforma: postar conteúdos diversos, conseguir interações, usar hashtags, publicar conteúdo de qualidade, postar várias vezes ao dia nos stories... É meio que uma receita de bolo na qual o algoritmo vai te indicando. Infelizmente o processo de captação de pessoas não é tão orgânico quanto parece. Então sim, é difícil, pois demanda muita atenção e muito esforço na produção de conteúdo”, Nathalia acrescentou, relacionando a usabilidade da rede social com suas receitas. Em ambos os casos os usuários seguem certas “regras” e instruções para que tudo aconteça da melhor forma no final.
Apesar dos problemas e das dificuldades pontuais, as alunas da UFF estão satisfeitas com seus resultados e com as comunidades que criaram em suas contas, cada uma buscando seu espaço entre os milhares de influenciadores digitais que já existem. O Instagram é versátil, unindo fotos, textos, e vídeos na mesma plataforma. Para quem é criativo e tem interesse em publicar sua arte ou seu trabalho, é uma opção cada vez mais relevante.
Mais informações:
Cozina da Nath: https://www.instagram.com/cozinapguimaraes/
Fernanda Lontra: https://www.instagram.com/fnandalontra/
Giulia Navarro: https://www.instagram.com/agiulianavarro/
Adoro acompanhar meus perfis favoritos no Instagram, passo horas acompanhando o feed!
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