Dia do jornalista: a importância da profissão em cenário pandêmico

No dia 7 de abril foi comemorado o dia do jornalista, profissão que tem enfrentado uma situação não muito animadora.

Por Stephany Mariano

Foto: iStock/microgen

A data foi criada em 1931 pela (ABI) Associação Brasileira de Imprensa, em homenagem ao jornalista e médico  Giovanni Battista Libero Badaró. Foi também no mesmo dia em 1908, que a ABI foi fundada com o objetivo de assegurar os direitos desses profissionais. Hoje em meio a pandemia, assim como muitos outros, eles tiveram que adaptar seu trabalho à nova situação, além de encarar ataques ao exercício de sua profissão e as notícias falsas que só atrapalham o presente momento.

O cenário para estes profissionais no Brasil não é dos melhores, no qual os jornalistas têm sofrido ataques constantes e em alguns casos até mesmo ameaças. Além, dos ataques direcionados aos meios de comunicação e à liberdade de imprensa, vindos não só por parte da população, mas também de integrantes do governo, como o próprio presidente da república que já fez várias ofensas a jornalistas indireta e diretamente, apresentando um comportamento agressivo. 
Os jornalistas estão na linha de frente desde o início da pandemia e apesar de a profissão ter recebido uma certa credibilidade no início, essa visão acabou mudando com o passar do tempo. As famosas fake news acabaram ganhando espaço, em um momento em que a informação transformou-se em uma importante ferramenta de combate à doença. Com a ajuda da internet, informações falaciosas que indicam remédios milagrosos, técnicas de prevenção e recomendações que não possuem nenhuma comprovação científica se espalharam, como é o caso da cloroquina. 
O consumo e disseminação dessas notícias falsas só atrapalha o combate à pandemia, assim, o processo feito pelos jornalistas de investigação, apuração e busca por fontes seguras tornou-se então ainda mais necessário. Para Luiza Soares, estudante de jornalismo da UFF, a profissão apresenta credibilidade e responsabilidade "nessas horas é muito importante passar a informação de forma responsável, e o jornalismo faz isso”.


Foto: Site Contee

É dentro dessa nova situação que o trabalho do jornalista tornou-se ainda mais importante, contribuindo para desmentir essas notícias falsas e alertar a população do real perigo da COVID-19. Fazendo o trabalho de pesquisa, apuração e buscando as informações de fontes oficiais, em especial nesse caso, cientistas e especialistas qualificados. Para Ingrid Cury, estudante de jornalismo da UFF e que tem o costume de consumir notícias jornalísticas, essa profissão tem contribuído para a saúde e segurança da população, “o jornalismo tem "salvado vidas" em relação a divulgação dos dados da pandemia, da vacina, do que é certo e errado em fazer para se prevenir da doença” disse ela.

Para Marcio Castilho, mestre em comunicação e professor do departamento de comunicação social da UFF, essa profissão tem um papel importante no processamento das informações que chegam até o público, sendo um mediador que deve apurar de forma cuidadosa e que possui uma responsabilidade ética. “Esse papel assume dimensão ainda maior num contexto de disseminação de desinformação, negacionismo e autoritarismo nas relações entre Estado e sociedade.” afirmou ele.

Quando perguntado sobre o papel do jornalismo no cenário de pandemia da COVID-19, o professor disse que o papel exercido pela profissão no momento tem sido educativo e de conscientização das medidas sanitárias de prevenção à doença. Apesar dos desafios impostos pelo distanciamento social, esses profissionais têm feito seu trabalho, “sem dúvida,  o desafio de mostrar jornalisticamente a realidade de um país que já contabiliza mais de 400 mil mortes pela doença, sem banalizar cada uma dessas vidas perdidas, é o maior deles.” concluiu.

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