Lambeijos, miados e seres de duas patas: para onde eles foram?

O casarão rosa que abrigava os alunos da Universidade Federal Fluminense, hoje encontra-se vazio devido a pandemia do covid-19

Por Victor Hugo

foto: Reprodução IACS e Cine Arte UFF: 50 anos de educação, arte e cultura

O surgimento dos animais de rua tornou-se rotineiro no cotidiano dos alunos do Instituto de Artes e Comunicação Social, localizado na rua Prof.ª Laura Vilela em São Domingos. Devido à pandemia do COVID-19 e às medidas restritivas de isolamento social, a UFF encontra-se fechada para circulação de pessoas até que seja seguro a convivência dos alunos e professores. 

A Diretora e Profª do IACS, Flávia Clemente de Souza, concedeu um breve relato sobre a situação dos animais nesse período em que os alunos não estão indo ao IACS: “os gatinhos e cachorrinhos continuam a nos visitar e circular pelo casarão. Acredito que eles sejam cuidados pelos moradores locais, já que geograficamente nossa situação é de proximidade de casas residenciais”, relata ela.   

Foto 1:postada pelo perfil @arthursapiens via twitter

Apesar de serem apenas animais de rua, os alunos acabam registrando diversos momentos, como é o caso da foto 1, em que o cachorro encontra-se observando a movimentação da rua. Alguns alunos relatam que o cachorro, que costuma ficar aos arredores do IACS, não gosta quando outros da mesma espécie aparecem. Segundo os depoimentos, ele chega a latir e ir embora para evitar contato. 

Foto 2: postada pelo perfil @cerisgyan via twitter

No caso da foto 2, o gatinho “Bíblio”, que é o mais famoso dentre os alunos na UFF - ou UFFianos - é acariciado pelos corredores do casarão rosa por onde passa. Se você ouvir algum miado,  saberá que é ele.

A convivência com os animais era pacífica e calorosa, todos eram tratados com muito amor e carinho. A estudante Bárbara Chatack, aluna da UFF de Estudos de Mídias relatou: "a convivência é ótima! Tem uns cachorros que ficam bem na entrada do campus e tem pote de água e comida para eles. Tem uns que ficam pelo bandejão e são muito dengosos, todo mundo faz carinho e dão comida”, disse.

Além disso, Bárbara explica que devido a convivência frequente com os animais, os alunos logo sabem se há um novo animal por lá. “Eles andam soltos pelo campus, mas todo mundo leva comida ou água para eles. E geralmente a gente sabe quando tinha um bicho novo que não costumava ser de lá”, relata a estudante que anseia a volta das aulas presenciais.

Devido ao isolamento social, esses animais não estão mais tendo convívio com os estudantes e profissionais que antes o cercavam. Apesar de alguns não serem mais vistos, muitos ainda aguardam, nas redondezas do IACS, a volta da normalidade. 

Foto: Reprodução slogan do site da ACSC&G

Além da estudante, a Associação Casa do Cão & Gato, que surgiu em 1997 como uma organização voluntária sem fins lucrativos, que sediam um abrigo de animais localizado no Morro do Castro, divisa entre Niterói e São Gonçalo, relataram como estão trabalhando neste período de isolamento e prevenção contra  covid-19.

“Atualmente é esporádica e de acordo com a disponibilidade de cada um dos voluntários que hoje conta com quase 100 pessoas. Não estamos resgatando no momento. Quando nós resgatamos, eram animais que apareciam em nossos trajetos regulares. Não buscamos por locais de abandono”, informou um membro da ONG ACDC&G.

A ONG continua o relato sobre a situação dos animais abandonados e como funcionam os resgates: “Resgatamos mais mães de filhotes. Todos os filhotes já foram”, disse um deles. A ACDC&G sempre está aberta e disponível para quem quiser contribuir e se tornar um voluntário desse projeto  que continua na ativa. 

Para mais informações: https://linktr.ee/casadocaoegato


Comentários

  1. Que título criativo! Parabéns, Victor! Ótima matéria!

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  2. Título incrível, matéria com um tom super leve, um bálsamo nesses momentos sombrios.

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