Informações sobre o maior evento paradesportivo do mundo
Por Bernardo Pinho
Foto:comiteparalimpicobrasileiro
Somente 64 anos após a realização dos primeiros jogos olímpicos,em 1960, foi realizada a primeira paralimpíada, evento esportivo dedicado a pessoas com algum tipo de deficiência. Na próxima terça-feira, 24 de agosto, começam os jogos paralímpicos de Tóquio. Contando com mais de 131 delegações, os jogos irão até o dia 5 de setembro, totalizando 13 dias de duração. Esse ano, os jogos contam com 22 modalidades e 4400 atletas.
Assim como nos jogos olímpicos, o Japão promete um evento atrativo mesmo com a confirmada ausência de público em função da pandemia do COVID-19. Uma aliada poderosa é a mascote Someity, que vem de Someiyoshino, uma espécie de flor de cerejeiras.
Foto: yahooesportes
Apesar dos poucos holofotes, a expectativa em torno dos atletas brasileiros é alta. Além de possuir a maior delegação dos jogos, com 253 atletas, na última edição realizada no Rio de Janeiro o Brasil conseguiu seus números mais expressivos desde a primeira participação em 1972. Foram ao todo 72 medalhas, sendo 14 de ouro, 29 de prata e 29 de bronze, garantindo o 8º lugar na classificação geral. Anteriormente, o melhor desempenho havia sido em Londres, com 43 medalhas.
Entretanto, na história das paraolimpíadas, o Estados Unidos leva uma significativa vantagem em relação ao resto dos países. O comitê paralímpico internacional contabiliza 2179 medalhas norte-americanas, enquanto a Grã-Bretanha, segundo lugar nesse quesito, possui 1790 pódios. Apesar desse retrospecto, a delegação estadunidense não chega à 16ª edição das paraolimpíadas como favorita. Desde 2008 a China exerce uma supremacia imbatível, conquistando os últimos 3 primeiros lugares no quadro de medalhas.
Foto: ALE CABRAL/CPB
A ANDEF (Associação Niteroiense dos deficientes físicos), fundada em 1981, além de auxiliar milhares de pessoas em diversas áreas como saúde, mercado de trabalho e escolarização, também é responsável por formar atletas paralímpicos internacionalmente reconhecidos. A associação contou com a ajuda de Andrews Parsons, presidente do Comitê paralímpico internacional e ex-estudante de comunicação da UFF, que atuou como estagiário na organização.
A falta de investimento nos esportes adaptados ainda é um empecilho no sonho de muitos brasileiros de disputar uma paraolimpíada. Em entrevista concedida ao jornal O São Gonçalo, Pedro Neves, niteroiense e atleta paralímpico na modalidade lançamento de dardo, revelou: “Estou a um metro de bater o recorde brasileiro no lançamento de dardo. Tenho uma rotina de treinamento diário, mas uma das maiores barreiras é a falta de patrocínio para custear os materiais de treinamentos como sapatilhas e dardos”
Muitas das dificuldades enfrentadas pelos atletas do esporte adaptado ocorrem, principalmente, pela falta de visibilidade dada à categoria. Enquanto as olímpiadas recebem atenção de toda a mídia, seja ela esportiva ou convencional, os esportes paralímpicos são deixados de lado, afastando patrocinadores e investimentos. Será a 13º participação brasileira nos jogos paralímpicos. Os direitos de transmissão em território nacional pertencem ao grupo Globo e, assim como as olimpíadas, terão cobertura diária no Sportv e, eventualmente, na TV Globo.
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