Escolas Criativas: projeto cultural que renova a educação de crianças e adolescentes

Iniciativa que busca incentivar a educação, a inovação e a sustentabilidade nos seus alunos 

Por Ana Modesto


Créditos: Reprodução/ Site Oficial “Escolas Criativas''

 Colagem: Ana Modesto


“Escolas Criativas” é um projeto da Prefeitura de Niterói e da Prefeitura de Jijoca de Jericoacoara com outras diversas entidades governamentais e privadas, com o intuito de remodelar a forma de ver a educação brasileira, a partir do estímulo à cultura e à criatividade. Além disso, os pilares do programa são a difusão de uma educação voltada à cidadania, sustentabilidade, inclusão, ética e inovação. 


O evento é em conjunto com dezenas de escolas públicas do ensino fundamental das duas prefeituras, com direito a uma programação artístico-cultural e sustentável e a qualificação dos professores. De acordo com o programa, a difusão de conhecimento, a capacitação, a inovação, o centro de ensino, a pesquisa, a produção, a sociabilidade e o “ensino integrado”, por meio da educação socioambiental e sustentabilidade conjuntamente com a cultura, criatividade e cidadania são os principais focos de sua metodologia. 


A meta é ter sempre uma maior amplitude de ensino, segundo as necessidades de cada região do país, enquanto mistura tecnologia e formação humanizada, com cinematecas e “salas criativas” em suas unidades. 


Diretrizes do Festival - Créditos: Reprodução/ Site Oficial “Escolas Criativas''


Além disso, cursos de Audiovisual e Música e uma Mostra de Cinema que abordam temas como: meio ambiente, igualdade de gênero, consumo e produção responsáveis, entre outros assuntos, também foram disponibilizados, incluindo materiais didáticos e cadernos pedagógicos especializados. Nesse sentido, o debate é amplamente incentivado entre os alunos.


O professor de Fotografia da Universidade Federal Fluminense (UFF), Rômulo Correa, concorda que iniciativas como essa são sempre bem-vindas, pois ampliam o modo de ver a educação e a cultura no Brasil. Ele apoia qualquer proposta relacionada a fotografia e a educação que ensine e seja dinâmica para o aluno, “... sempre que você amplia e oferece conhecimento, você abre outras portas”. Em suas aulas na UFF, ele leciona aos seus alunos sobre composição, operação da luz, regra dos terços, etc, mas, para o professor, o mais importante é ter materiais didáticos apropriados para cada faixa etária, como no caso do projeto de “Escolas Criativas”, para crianças e adolescentes. 


Rômulo diz ainda que se pudesse faria um projeto como esse, mas que somente se tivesse parceria e a ajuda externa necessária, pois projetos assim precisam de muita organização e apoio financeiro, geralmente, governamental e/ou privado.


Segundo ele, é crucial, também, que seus alunos tenham o entendimento da fotografia como uma forma de expressão, principalmente, na nova era digital. “Eu acho que essas iniciativas que reúnem vários setores da sociedade, em torno de um oferecimento de maior conhecimento de capacitação para as pessoas, seja ela por um curso de fotografia, seja ela por uma capacitação específica, acho que são ótimas”, disse o professor.


Imagem vencedora do último concurso de fotografia ambiental do projeto - Créditos: Cátia Cristina Cidre Ferreira Andreoli


Uma das produtoras do evento, Cícera Vieira, relata que os cursos de audiovisual tiveram seu início em maio e junho deste ano, mas apenas para a qualificação dos professores, já que neste período “as aulas eram totalmente online e não híbridas como são hoje", e com esse treinamento, as aulas poderiam ser mais atrativas e didáticas para os estudantes. O curso aborda questões como roteiro, iluminação, edição básica, áudio, e outros mais. Tudo isso com os materiais que os próprios professores já possuíam, como os smartphones, por exemplo.


Esses docentes eram divididos em seis turmas, que poderiam ser pelos turnos da manhã, da tarde ou da noite, e poderiam escolher os períodos de maior ou de junho, para que desta forma o maior número de educadores fosse atingido.  


Voltando aos estudantes, os organizadores do Festival Pequeno Cineasta foram os responsáveis por administrar o curso de audiovisual do Escolas Criativas. Atualmente, há quatro turmas em duas escolas diferentes em execução: na Escola Municipal Honorina de Carvalho e Escola Municipal João Brazil. Ao final do curso, será apresentado aos alunos e seus familiares o curta-metragem produzido pelos discentes durante toda a programação do evento, o que geralmente emociona e alegra a todos. 


O curso de fotografia terá como conclusão uma exposição com todas as fotos produzidas pelos alunos (cada estudante com a sua melhor foto produzida). Inicialmente, será em um lugar fixo e depois se alternará entre as três escolas participantes. O pátio será o lugar de exposição comum, para que assim todos possam ver a sua foto por um tempo.


Além disso, terá um prêmio: o estudante que tiver a melhor fotografia do curso ganha um celular. Esta recompensa tem como finalidade, além da premiação do aluno, a manutenção deste na fotografia, uma vez que ele aprendeu na sua formação o manuseio da câmera e conceitos de monografia, que serão relevantes serem praticados em um smartphone.  


É importante ressaltar que os cursos serão distribuídos em escolas distintas, ou seja, três escolas receberão os cursos de fotografia e outras três o de audiovisual. Não será possível uma escola receber os dois. “A nossa ideia é abranger o maior número de alunos da rede com uma atividade de formação”, completa Cícera.


Créditos: Reprodução/ Eu, Rio!


A produtora ainda destaca: “A nossa maior dificuldade é trabalhar com segurança presencialmente nas escolas, porque a gente sabe que não está um retorno confortável nem para os alunos, e nem para os professores. Está sendo uma coisa nova trabalhar em uma escola no meio de uma pandemia, onde não se pode tirar a máscara, não se pode abraçar, tem que respeitar o distanciamento, o álcool em gel, e a criança tem que ir no contraturno para ir ao curso, ele não pode ficar muito tempo na escola. A gente tem que fazer a entrada desse aluno depois da entrada regular”. 


Nas aulas regulares, as turmas são divididas em duas: A e B, onde em uma semana a turma A assiste a aula presencialmente e a turma B online, para na semana seguinte realizarem a troca e assim por diante.  Segunda ela, este é um grande desafio da educação atual.


É fundamental pontuar que todas as medidas de distanciamento social e seguridade sanitária foram respeitadas e este não é o primeiro ano do projeto, que ocorre desde de 2018, buscando atingir e capacitar o máximo de alunos e professores da rede pública de Niterói e de Jericoacoara. Mesmo em meio a dificuldade, o projeto permanecerá ativo em busca desse objetivo, difundindo educação, inovação, sustentabilidade e inclusão aos seus alunos. 


Para maiores informações, ainda é possível visitar o site oficial do festival e saber mais: https://www.escolascriativas.com/

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