Efeito Omicrôn: um dos serviços prejudicados pela variante é a doação de sangue para o Hemonit

Entenda as necessidades do Hemocentro Regional de Niterói e como ser um doador, afinal, sua vida pode estar correndo em outras veias. 


Por Yaschimin Rosa 


O Hemocentro Regional de Niterói, devido a pandemia de Covid-19 e a nova variante Omicrôn, enfrenta uma temporada de baixa no estoque de sangue. Desta forma, prejudica-se o desempenho do Centro no atendimento a pacientes dos hospitais da Região, como o Hospital Universitário Antônio Pedro, da Universidade Federal Fluminense. Entender como é o processo de doação facilita para que mais pessoas possam se tornar doadores. 

Durante todo o  mês de dezembro, o Hemocentro ficou com estoque de sangue abaixo do necessário para atender a população niteroiense, afetando  cirurgias e  atendimentos ambulatoriais de pacientes que fazem tratamento de doenças hematológicas, como a leucemia. Porém, ainda em dezembro houve uma campanha de captação, melhorando o estoque provisoriamente. Segundo Berta Santos, médica hematológica do Hemonit, “há um pouco de estoque, mas a tendência é que o Hemocentro volte à criticidade até o  final deste mês.” 

Berta acrescenta também que é normal no histórico do Hemonit uma baixa no estoque nos meses de dezembro e janeiro, no entanto, este ano houve um forte impacto devido à pandemia. “as pessoas têm medo e não sabem como funcionam as doações de sangue. Estávamos vindo de uma média boa de coletas  para este período inicial do ano, porém, agora com os novos casos, já despencou de novo.”



Foto 1: Sala de espera do Hemonit para doação, segunda (17), vazia de possíveis doadores. Reprodução: funcionária do Centro. 


É importante destacar ainda que para se tornar um doador de sangue é um procedimento fácil e rápido, que respeita as normas de prevenção à Covid-19. Para a médica Berta, é importante a consciência individual da população que pode doar. “somente irem aqueles que se sintam saudáveis. Se estiver com sintomas de Covid-19, de gripe, nós pedimos para que não vá. No site do Ministério da Saúde e da prefeitura tem as orientações de quanto tempo você deve esperar depois de alguns quadros infecciosos.”



Como ser um doador

Se não há nenhum sintoma aparente, não houver contato com pessoas que tiveram recentemente doenças infecciosas como a Covid-19, influenza, o H1N1, H3N2 ou Influenza B, qualquer pessoa entre 50kg e 150Kg e a partir dos 16 anos (com permissão do responsável legal) pode ser um doador em potencial. Já o tempo entre uma doação e outra pode variar entre homens e mulheres, sendo para mulheres necessário uma pausa de 3 meses e para homens de 2 meses. A partir dos 70 anos, uma pausa de 6 meses. Além disso, doando a primeira vez, não há obrigatoriedade de doar com frequência.


Foto 2: Formulário de autorização para doação de sangue para menores de idade.

Reprodução: Redes sociais do Hemonit


Uma colaboradora do Hemocentro conta que a partir do momento em que o doador chega a recepção “a gente cadastra ele, pega as informações simples (como endereço e telefone). Depois, ele recebe um formulário para preencher com algumas informações sobre a rotina dele e logo é encaminhado para uma triagem com enfermeiro ou médico, que irá acompanhar as respostas do formulário, pesar o doador e colher amostra do sangue para testagem. Se ele estiver apto, será encaminhado para doação. É tudo bem rápido.”

O doador de sangue Dario (34 anos), afirma que “tenta fazer doação três vezes ao ano. Doar sangue é demonstração de carinho ao próximo, é demonstrar amor, é muito gratificante saber que estou ajudando ao próximo. E o bom é que não dói nada e não demora nada.” A colaboradora do centro, afirma ainda  que “é no máximo 15 minutos de coleta. Se a bolsa se enche antes, já finalizamos. Mas nunca deixamos exceder 15 minutos. E depois ela ainda vai para a salinha do lanche.” 

Opinião que colabora é a da colaboradora do Centro. Ela diz que não é necessário ter medo “é tão rápido. E a satisfação de você poder ver todo o processo. Desde a recepção até a sala de transfusão, onde o paciente recebe o sangue doado. Poder ver a vida acontecendo em outra pessoa faz com que a satisfação supere o medo", e ainda complementa, “em pouco tempo nosso corpo já recupera. Através da alimentação e ingestão de líquidos.” Dario também fala sobre a sensação que sentiu ao doar a primeira vez. “fiquei nervoso, porém, o pessoal me deixou muito à vontade e o nervosismo foi passando. Já sou doador há 8 anos.”

Ao doar, todos podem ganhar, doador e recebedor. O doador tem uma coleta de amostragem do sangue no processo de triagem, esta coleta passará por análise ambulatorial para conferir a listagem sanguínea e as principais infecções sexualmente transmissíveis. Em caso de apontamento no exame, o doador será contactado através de carta (por isso é importante o cadastro conter o endereço) e será convidado a retornar ao Hemocentro. Lá irá receber atendimento do hospital e uma conversa com os profissionais da área, além de um segundo teste em uma nova amostra para confirmação ou não do primeiro exame. Portanto, ajudando o próximo você também está se cuidando. 

A colaboradora conta como é o processo para doação. “nós pedimos que agendem através do  nosso número, para evitar aglomerações. Porém, estamos com uma queda grande de doadores, atendemos a quem puder nos visitar também.” A hematologista Berta fala sobre a importância de saber que a recepção do Hemonit é separada da emergência e do ambulatório do Hospital Antônio Pedro. "O banco de sangue está ali logo na entrada do hospital e a pessoa pode ir direto para lá. Ali circulam pessoas saudáveis, não há contato com a enfermaria. Sem risco de contaminação por esses casos. Seguindo as normas, estaremos ajudando o próximo.”, afirma a médica. 

Para encontrar mais informações sobre o Centro Hematológico há as redes sociais do espaço, como o @hemonituff (instagram) e o número de telefone (21) 2629-9063 para agendamentos e dúvidas com emergência. O horário para doação é de 07h30 às 12h30, de segunda a sexta.


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