A UFF divulga plano para possível retorno das atividades presenciais, mas o cenário de incerteza diante ao aumento dos casos de covid-19 ainda divide opinião dos alunos sobre a volta.
Por Clara Espíndola
Foto: UFF - Campus Gragoatá
Reprodução: oglobo.globo.com
No dia 30 de novembro de 2021 o DCE UFF Fernando Santa Cruz anunciou pelo instagram um plano para um provável retorno das atividades presenciais no próximo período letivo que se inicia no dia 28 de Março (segunda-feira). Tal publicação aumentou a expectativa de professores e alunos depois de quase dois anos de ensino remoto. Contudo, o avanço da pandemia nas últimas semanas aumenta a incerteza sobre o esperado retorno.
Também nessa postagem no instagram do DCE, foram divulgadas que algumas especificidades e garantias adotadas durante o período remoto irão fazer parte da rotina do presencial. Sendo essas: o trancamento especial vai continuar, tendo um prazo de 60 dias para solicitação; só as disciplinas aprovadas irão constar no histórico escolar dos alunos; não poderá ser computado falta como forma de aproveitamento ou aprovação; o aluno não poderá ser jubilado por reprovação ou insuficiência;o CR não poderá ter prejuízo com reprovações ou insuficiências, por fim o planejamento das atividades e a grade de horários serão disponibilizadas pelos cursos. Além disso, o novo ensino presencial poderá ser realizado dentro ou fora do espaço da sala de aula.
No plano de serviço da UFF publicado no dia 8 de Dezembro de 2021, junto ao calendário administrativo de 2022, foram divulgados os seguintes pontos a respeito da volta presencial:
“CONSIDERANDO o processo de transição planejada, gradual e segura para as atividades presenciais, as diretrizes do CEPEx para o funcionamento dos cursos de graduação no ano letivo de 2022 e as normativas superiores;
CONSIDERANDO que a retomada de atividades presenciais admite a possibilidade de desenvolvimento de atividades educacionais e acadêmicas em formato híbrido, mediante planejamento e observância de protocolos de segurança sanitária;
CONSIDERANDO o acompanhamento e monitoramento do cenário epidemiológico nas regiões e municípios em que a UFF mantém Unidades Universitárias e Administrativas, a preservação da comunidade universitária, e o planejamento e a manutenção das atividades e serviços oferecidos pela UFF à sociedade;”
Apesar do aparente cuidado da instituição e da euforia da volta, alguns alunos temem sair de suas casas nesse momento de dúvida, como é o caso da Gabriela Lopes, aluna do sétimo período de Farmácia na UFF. Para ela o retorno presencial deveria ser adiado. Segundo a jovem, ainda é um momento muito instável e de muito risco para retornar, não somente das atividades de sala de aula, como também das atividades que vão além das classes, como por exemplo, a utilização de transportes públicos e o bandejão, que são indispensáveis para os estudantes. Gabriela afirma também que já se acostumou com o ensino remoto e este se tornou mais prático e auxilia na flexibilidade de horário para quem estuda e trabalha, como ela.
Já a graduanda da UFF de Segurança Pública, Esther Bessa, apesar de não estar totalmente segura com a volta, está com altas expectativas para o presencial, pois a jovem ingressou na UFF no período pandêmico e ainda não teve nenhum contato físico com a faculdade. Ela pretende aproveitar o presencial para desfrutar melhor das atividades que seu curso oferece, como por exemplo as extensões, os projetos e aulas que se tornam inviáveis no estudo online, além de conhecer novas pessoas e criar amizades. Ressalta também que medidas como máscara obrigatória, exigência do passaporte da vacina dos alunos e dos funcionários são imprescindíveis para deixar o ambiente mais seguro para todos.
Cabe ressaltar, que o cenário ainda é muito instável devido ao covid-19, em especial a nova cepa Ômicron que vem aumentando os casos da doença em Niterói.
Para médico e morador de Niterói, Doutor Angelo Gagliardi, ainda é muito difícil definir um cenário para o mês de março em relação a covid-19, de maneira que a situação da doença vem mudando nas últimas semanas e que o melhor momento para avaliar essa volta seria duas semanas antes do início letivo. Ele reafirma a importância da vacinação, sobretudo a dose de reforço, do uso constante de máscaras, em especial as de maiores vedações, do distanciamento de 1,5m entre os alunos e da constante higienização das mãos com álcool 70%.
Apesar de ser pouco mortal, essa variante é altamente transmissível.
“Sofremos muito com os efeitos colaterais dessa sua alta contagiosidade, o afastamento por doença de muitíssimos profissionais, como os agentes de saúde, profissionais do comércio, bares, restaurantes, limpeza, segurança, transporte e em breve os professores e funcionários de escolas e universidades.” afirma o médico.
“Haverá por aqui, como na África do Sul, dois meses de alto e crescente contágio, principalmente nos próximos 15 dias, seguirá um platô alto e contínuo de doentes novos casos, talvez um mês, e depois lento e gradual declínio.” declara o Doutor Angelo sobre o possível cenário do efeito da cepa Ômicron.
A Universidade Federal Fluminense disponibilizou uma consulta pública para entender a opinião dos alunos e ouvir propostas a respeito do retorno no site do Prograd, disponível em: https://www.uff.br/?q=reaberta-consulta-publica-sobre-minuta-de-resolucao-cepex-2022
Para maiores informações a respeito da pandemia, a UFF possui um plano de contingência da doença, disponível em: https://www.uff.br/sites/default/files/plano_de_contingencia_uff_-_versao_6.pdf
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