Apesar da existência de uma creche-escola na UFF, seu uso restrito e a falta de outros espaços de acolhimento nos campi são um grande impasse para a conclusão da graduação das mães universitárias
Por Esther Gama
“A maternidade em si já é um enorme desafio, e ter que optar entre a graduação e a criação dos filhos por falta de apoio, não é uma escolha justa.”, disse uma jovem mãe, estudante da Universidade Federal Fluminense e entrevistada por nós, que preferiu não ser identificada. A creche-escola da UFF, única possibilidade de auxílio para mães universitárias, não é amplamente acessível. A creche possui como modalidade de ingresso um sorteio que ocorre anualmente, por isso, muitos estudantes que possuem filhos em idade de pré-escola não conseguem vagas na creche. Além desse agravante, soma-se à questão, a desativação do centro de acolhimento que existia no Bloco N do Campus Gragoatá.
Tentar equilibrar a rotina pesada de estudos com o desafio da maternidade é uma realidade presente na vida de várias mulheres. Manter esses dois extremos em dia fica cada vez mais difícil quando não se tem um suporte adequado para contemplar as necessidades dessas mães que, por não ter onde deixar seus filhos, optam por abandonar a graduação.
Diante desse cenário, a Universidade Federal Fluminense (UFF) conta com uma creche para atender a todos os campi e a comunidade local. Inaugurada em outubro de 1997, no Campus Gragoatá, o ingresso nesse importante benefício ocorre por meio de um sorteio que acontece uma vez por ano, durante o período de matrículas na Universidade. A Creche da UFF atende crianças de 1 a 5 anos, de segunda a sexta, no horário de 08:00 às 15:30, oferecendo serviços básicos de cuidados, alimentação, primeiros socorros e educação. “A Creche da UFF é um suporte aberto para a comunidade além da Universidade, qualquer um que precise e queira esse benefício pode se inscrever", afirma a médica pediatra Taise, que trabalha na creche há oito meses.
No entanto, nem todos que necessitam, conseguem usufruir deste recurso. Buscando ampliar as condições de permanência dessas mães estudantes na universidade, a Pró-Reitoria de Graduação (PROGRAD) juntamente com a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PROAES), criaram um centro de acolhimento no segundo andar do Bloco N, no Campus Gragoatá. Porém, a pandemia de covid-19 afetou também este importante recurso, que não voltou ao funcionamento após o retorno das aulas presenciais na universidade.
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