Laboratório da UFF traz outros olhares sobre a antropologia
Por Lucas Kelly
Foto: Leonardo Carbonieri
Inaugurado no dia 03 de Setembro de 2019, o CONATUS - Laboratório de Pesquisa sobre Corpos, Naturezas e Sentidos – tem o propósito de investigar a vida humana pela educação sensorial na antropologia. Destina-se a um novo enfoque da "ciência do Homem", agora englobando perspectivas que ultrapassam as divisões entre corpo e mente, natureza e cultura, pelas quais o pensamento moderno tradicionalmente é organizado.
O novo núcleo de pesquisas procura refletir sobre como os ritmos corporais, os movimentos e o papel desempenhado por naturezas humanas e não-humanas – corpos, emoções, fluidos, materiais, animais, ambientes, objetos, máquinas e coisas - atuam na construção de mundo e na produção de conhecimento de cada ser humano. “Como seria trazer para a investigação antropológica uma sensibilidade que leva em conta a dimensão vital da corporalidade? Que desenvolve uma observação atenta a um modo mais relacional e intensivo de conhecer? Essas são perguntas que o CONATUS ressoa, e por isso ele é um laboratório”, afirma a professora Olívia von der Weid, coordenadora do projeto, que é ligado ao Departamento de Antropologia da Universidade Federal Fluminense (GAP/UFF), e conta com uma equipe de cinco pesquisadores associados e dois alunos da graduação do curso.
O CONATUS apresenta duas linhas de pesquisa: a primeira, denominada Corpos, Sentidos e Natureza, analisa relações de naturezas humanas e não-humanas para a construção de mundos sociais; a segunda linha de pesquisa, intitulada Construindo conexões, tecendo vínculos: deficiências, acessibilidade e inclusão, tem o objetivo de investigar as noções de normalidade presente em algumas instituições, políticas públicas e propostas educacionais, as quais dificultam o bem-estar dos deficientes físicos, dado o seu caráter frequentemente excludente. “Compreender a acessibilidade não apenas pela via das acomodações técnicas, mas como ação que aproxima quem participa dela, que constrói e fortalece conexões”, acrescenta a coordenadora.
O laboratório busca consolidar a Antropologia das Anormalidades. Este campo de investigação busca quebrar os estereótipos da imagem de incapacidade, falta e fragilidade que circundam as deficiências e comportamentos patologizados. Trata-se de entender as experiências de vida dos supostos anormais e como, apesar de seus sofrimentos peculiares, esses indivíduos conseguem desenvolver maneiras potentes e criativas de dar continuidade à vida. Assim, o laboratório acredita que seu êxito colaboraria para a sociedade repensar o lugar que é concedido aos corpos, sentidos e natureza, para a produção de conhecimento.
Na investigação das relações humano-animais, estabeleceu-se parceria de pesquisa desde 2016 com o Centro de Formação de Treinadores e Instrutores de Cães-Guia (IFC-Camboriú), projeto que tem sido ampliado para incluir a formação discente. A atuação da coordenadora do laboratório no campo de estudos da deficiência tem se dado tanto no âmbito intelectual quanto na esfera institucional e acadêmica, ao se tornar membro dos comitês de deficiência e acessibilidade da Associação Brasileira de Antropologia e da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO).
No dia 17 de Outubro, em parceria com o Laboratório Corpo e Palavra, organizado pela bailarina Bernardi, o CONATUS realizará a oficina A presença dos corpos sensíveis no trabalho de campo, que será aberta para a comunidade e acadêmicos. Além disso, os pesquisadores do núcleo apresentarão publicações e trabalhos na 32ª Reunião Brasileira de Antropologia, que acontecerá na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) em Julho de 2020.
- Acréscimo de letra maiúscula o nome da professora.
ResponderExcluir- Quebra de período longo na penúltima linha do 2° parágrafo, com a substituição de uma vírgula pelo ponto final.
- junção da fala da entrevistada ao parágrafo a que diz respeito.
3° parágrafo
- retirada da especificação de "não-humanas" para evitar a repetição desnecessária.
- Substituição de "que" por "e" para explicar a 2° linha de pesquisa do laboratório.
- Substituição de "traz a proposta de investigar" por "investiga"
Substituição de "finalidade de analisar" por "analisa"
- acréscimo de vírgula e de "além " no lugar de "e".
"(...) pessoas com deficiência, além (...)"
-Acréscimo de vírgula depois da fala da coordenadora no final do 3° parágrafo.
- acréscimo de itálico no nome do laboratório.
Ok! Mas acho que o nome da professora é escrito com letra minúscula mesmo - "Olívia von der Wield". Foi assim que ela me enviou em todos e-mails.
ExcluirJá ajustei :)
ExcluirO texto do Lucas ainda precisa de um exercício de objetividade linguística, como nas situações em que uma oração inteira pode ser substituída por um verbo sem perder o seu valor semântico.
ResponderExcluirMas a cada semana há uma nova evolução evidente. Como é o caso do uso da vírgula, que já está sendo usada com mais análise, fazendo do texto mais fluido e macio para o leitor.
Além disso, é importante destacar que o Lucas fez um trabalho excepcional na transcrição da entrevista. Como foi realizada por e-mail, e a palavra escrita permite muito menos o diálogo do que aquela que é falada, as respostas estavam bastante complexas para serem apenas dispostas na matéria. Desse modo, o Lucas precisou interpretar e selecionar as falas com um baita pente fino, organizando a sua escrita com proporcional demora, tendo em vista seu trabalho de atenção e paciência.