Comissão de Saneamento Ambiental analisa se há despejo irregular de resíduos e áreas supostamente não atendidas no município
Por Maria Luísa Pimenta
Niterói subiu para o 10º lugar no ranking das 100 maiores cidades brasileiras em saneamento básico. No estado do Rio de Janeiro, a cidade ocupa a primeira posição, com elevados indicadores de abastecimento de água e tratamento de esgoto. Porém, a Comissão de Saneamento Ambiental da Alerj (Cosan) investiga um possível despejo irregular de esgoto nos rios e informações supostamente incompletas.
No ranking divulgado pelo Instituto Trata Brasil, que conta com dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), Niterói subiu nove posições em relação ao ano passado. De acordo com o estudo, 100% da população conta com abastecimento de água e 94,81% tem coleta de esgoto. Além disso, o índice de tratamento desse esgoto coletado é de 100%.
Foto: Luciana Carneiro
A melhora do saneamento no município é fruto de um investimento de R$150 milhões feito pela parceria entre a Prefeitura de Niterói e a Águas de Niterói, concessionária responsável pela distribuição de água, coleta e tratamento de esgoto. Já foram implantadas nove estações de tratamento, consideradas exemplos de modernidade em todo o país. No segundo semestre desse ano, começará a construção de mais uma, em Badu. O objetivo é alcançar 100% de coleta e de tratamento de resíduos na cidade.
No entanto, a Cosan investiga se há despejo de resíduos feitos de forma irregular. A comissão recebeu denúncias de má gestão no tratamento de esgoto. Durante uma vistoria, foram encontrados lixos e resíduos em canais que desembocam na Baía de Guanabara. Uma audiência pública foi realizada em junho deste ano, na Câmara Municipal de Niterói, para debater as questões voltadas ao Plano de Saneamento Integrado da cidade.
Walter Plácido, engenheiro e professor de Ciências Ambientais da UFF, rebateu os dados oficiais de tratamento de esgoto, ao afirmar que quase todos os rios de Niterói estão contaminados. Além disso, também ressaltou a importância do reuso da água, cobrando uma posição oficial sobre o assunto.
Já Daniel Marques, ex-secretário do meio-ambiente e coordenador da Cosan, trouxe à tona uma outra análise. Ele afirmou que os dados informados pela prefeitura não levam em conta alguns bairros, como parte de Maria Paula e Várzea das Moças, além das favelas do município. “Somando as comunidades sem coleta às casas que ainda têm fossa e filtro, temos tranquilamente mais de 20% da população sem coleta e tratamento”, afirma o ambientalista.
Em resposta pública veiculada pelo site O Globo, a prefeitura ressaltou o projeto Se Liga, parceria da Águas de Niterói com o Instituto Estadual do Ambiente (INEA), que fiscaliza imóveis sem conexão com redes coletoras de resíduo. Essa iniciativa já vistoriou mais de 10 mil casas desde o seu início. Além disso, afirmou que os bairros mencionados pelo ex-secretário têm estação de tratamento de esgoto desde 2016.
Como os outros textos que passaram pela mão da Mari, mexi pouquinho, talvez alguma vírgula ou afim. Mas destaco que a resposta pública da prefeitura não estava no site oficial, tampouco foi dada em entrevista à Malu, mas ao site O Globo, fato que tinha sido subtraído do texto que chegou a mim.
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