Facilidades, desafios e responsabilidades enfrentados por universitários que deixam suas casas e começam a vida adulta em residências compartilhadas
Por Ana Beatriz Lopes
O bairro do Gragoatá, mesmo sendo um dos menores da cidade de Niterói, é o que mais contém repúblicas. Ao passar no vestibular de uma universidade longe de casa, há quem opte por morar sozinho, mas muitos preferem essa forma de moradia compartilhada, por ser a opção mais barata. Repúblicas podem ser mistas, femininas ou masculinas.
Morar sem os pais acaba sendo um grande desafio para muitos, porque começam a lidar com experiências novas e tornam-se responsáveis por sua vida financeira, por seus horários e precisam aprender a conviver com outros moradores.
Foto: Internet
Para quem estuda na Universidade Federal Fluminense, morar no bairro do Gragoatá é uma opção prática, porque dispensa os gastos com transporte público, tendo em vista a proximidade da faculdade. Outros fatores compõem a viabilidade dessa forma de moradia. Ainda que a organização das repúblicas varie de acordo com o conjunto de moradores, as contas costumam ser divididas igualmente. “Estipulamos um valor fixo, que é o certo para a conta de luz mensal, mas não é sempre que a gente consegue bater. Às vezes vem muito mais, e o jeito é sentar e conversar sobre o que está acontecendo, quem está deixando luz ligada, ou tomando banhos longos, e vemos o que podemos fazer para mudar isso”, comenta Pedro, morador de uma república no Gragoatá.
Os jovens revelam, ainda, que a alimentação no bairro Gragoatá pode ser um pouco mais cara em relação à sua antiga realidade. “Vim de Teresópolis para morar aqui, e os valores, principalmente de almoço, são mais altos. A alternativa cabível a mim é comprar ingredientes no mercado e cozinhar em casa mesmo”, revela Caio, estudante de Educação Física da UFF. “O Bandejão salva bastante quando a gente está sem dinheiro”, completa Nubia, moradora de uma república feminina local.
Bandejão é o nome popular do restaurante universitário da Universidade Federal Fluminense, o qual possibilita que o aluno almoce ou jante pagando apenas R$0,70 por refeição, aí inclusos suco e fruta. O restaurante fica dentro dos campi da universidade e é bastante frequentado diariamente, com enormes filas de alunos.
Alguns alunos recebem bolsa estudantil da universidade, o que auxilia no pagamento de aluguel, refeições e complementação das contas de suas respectivas repúblicas. “Meus pais me colaboram com um valor e a bolsa de acolhimento ajuda também, mas às vezes as contas do mês ficam apertadas demais, o que me faz ter que pedir mais dinheiro para os meus pais”, afirma Caio.
Ao serem questionados sobre a saudade de casa, os estudantes revelam: “falo com meus familiares todos os dias por chamada de vídeo ou até por ligação, o que não deixa a saudade apertar tanto”, diz Nubia. “Eu amo a UFF e gosto muito do bairro. Acho as pessoas alegres, na quinta tem sempre uma movimentação maior aqui na Cantareira, mas não há nada como nosso lar, né? Às vezes choro de saudade dos meus pais, amigos e do meu quarto”, complementa Tyler, que teve que migrar de São Paulo para o Rio de Janeiro para estudar na tão sonhada Federal.
Mudei detalhes que não foram comprometedores. Mas mexi no título porque achei ele muito cru.
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