Com os números atualizados para 13.905 casos, em 19 de outubro, retorno será válido somente para escolas de ensino médio.
Apesar de nenhuma vacina ter sido qualificada como eficaz contra o covid-19, escolas de ensino médio têm a sanção do prefeito, Rodrigo Neves, para retornarem presencialmente na cidade de Niterói. Essa reabertura poderá acontecer a partir do dia 5 de outubro, porém será feita de maneira gradual. Primeiramente as turmas do 3° ano do ensino médio voltarão, sob a condição de estabilidade nos números de casos de covid-19 na cidade. E somente se o cenário se manter controlado, as outras séries de E.M. terão permissão para retornarem.
No entanto, essa decisão não foi rápida e muito menos bem aceita por todos os lados afetados. Por meio de uma live em suas redes sociais, o prefeito, no dia 17 de setembro havia autorizado o retorno presencial. Entretanto, o Sindicato dos Professores da Rede Privada de Ensino (Sinpro) de Niterói e Região recorreu à Justiça contra a abertura, alegando que a decisão do governo municipal vai contra o Plano de Transição para o Novo Normal, pois esse só permite o retorno quando a cidade se encontrar no estágio Amarelo 1, e ela, na realidade, está no Amarelo 2. Sendo assim, o Sinpro entende que o governo está abrindo margens para um novo pico de infecção.
Embora a Defensoria Pública Estadual tenha suspendido o decreto de reabertura sob pena de multa, a prefeitura de Niterói, no dia 1 de outubro, firmou um Termo de Acordo Judicial com o Ministério Público e com a Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro para a retomada das aulas em escolas de ensino médio a partir do quinto dia do mesmo mês. As instituições que optarem por abrir deverão cumprir uma série de rigorosos protocolos de segurança sanitária e estarão sujeitas a fiscalizações.
Ainda que essas medidas de segurança sejam tomadas, a comunidade de pais e responsáveis não se encontra de todo satisfeita. Como é o caso de Luciano Faria da Silva, pai de uma aluna do Colégio Adventista de Niterói, que relatou durante a entrevista acreditar que as aulas presenciais não deveriam retornar esse ano, pois não acha que seja funcional a dinâmica com aluno presencial e a distância de forma simultânea. Dinâmica essa imposta pela prefeitura às escolas como forma de contemplar todos os alunos, visto que existem famílias que não optarão pelo retorno de seus filhos, como é o caso de Luciano. Esse novo formato de ensino ficou conhecido como “Híbrido” e concede aos responsáveis o poder de decisão.
O medo e o cuidado com a saúde de todo o núcleo familiar também são pontos importantes e decisivos nesse momento. Luciano reconhece: “Eu e minha esposa tivemos Covid-19, minhas filhas não apresentaram sintomas e o exame deu negativo. Devido a esses fatos ficamos mais tranquilos, mas sabemos que o risco é grande”. E a ideia de ter os filhos usados como cobaias de um experimento arriscado não tem sido bem visto pelas famílias, nem mesmo pelos jovens. Sobre o retorno das aulas presenciais, Wagner Cordeiro (18), aluno do Colégio Estadual Aurelino Leal, afirma: “Eu acho que não devia acontecer, ir pra assistir aula em um ambiente fechado com mais pessoas é bem perigoso”.
Cursando o 3° ano do Ensino Médio, Wagner conta que suas aulas voltarão presencialmente a partir do dia 19 de outubro, porém terá a possibilidade de manter o ensino remoto, se enquadrando, assim, nas novas diretrizes do governo. Sobre as expectativas de seus colegas, o aluno desabafa: “Eu vejo uns tweets de uma galera da escola falando que não vale a pena voltar porque só faltam dois meses pro fim do ano letivo, que seria uma perda de tempo mesmo se não tivesse mais coronavírus. Já uns colegas dizem que estão até ansiosos pra voltarem, mas acho que é porque eles estão cansados de ficar em casa já”. Tal desejo de retorno por parte de alguns alunos está vinculado ao fato da quarentena durar mais de 7 meses, numa luta contínua contra o vírus.
Se em épocas de normalidade o ensino público já possuía demandas que não eram amplamente atendidas, com os novos protocolos o amparo a essas instituições deverá ser maior, visto os desafios impostos. Todas as escolas deverão fornecer máscaras para os profissionais e alunos, e essas terão que ser renovadas a cada duas horas. Além de manter o distanciamento de pelo menos 1,5m, deverá ser disponibilizado álcool em gel. Os institutos privados também estão comprometidos a fazer desse retorno o mais seguro possível. A professora de Geografia, Laura Auar, do Colégio Adventista, explica que apesar de não haver uma previsão de volta às aulas, “a escola foi toda adaptada para o possível retorno, toda equipe foi treinada para receber os alunos, orientada quanto às regras de segurança e afastamento”. Laura ressalta também que “caso haja retorno, todos os funcionários serão testados”.
Os esquemas de rodízio de alunos serão postos em prática, “as salas funcionarão com a metade da capacidade de cada sala”, segundo a professora. E o ensino híbrido estará funcionando como alternativa aos que não aderirem às aulas presenciais. Posto que “o CNE [Conselho Nacional de Educação] autorizou a modalidade EAD até dezembro de 2021, ou seja, as escolas poderão manter suas atividades de maneira remota se assim desejarem” relatou Laura Auar durante a entrevista.
E na tentativa de fazer com que a cidade de Niterói permaneça se destacando pela eficiência nas medidas de controle durante a pandemia do novo coronavírus, o prefeito prevê o retorno de crianças de até 6 anos para as suas escolas somente no ano de 2021.
Olá Fernanda!
ResponderExcluirEu gostei bastante do seu texto, achei que você soube trazer argumentos que mostram muitas visões acerca da sua pauta e o seu uso das fontes foi excelente!
A única sugestão que eu tenho seria relacionada a relevância do seu último parágrafo, mas talvez tenha sido uma escolha sua para concluir o texto.
Parabéns pela matéria!!