Aluguéis dos estudantes durante a pandemia

 As medidas acatadas pelos proprietários e as decisões dos alunos sobre as moradias.

Por Amanda Lopes


Foto: Douglas Silva


Niterói abriga estudantes de diversos lugares do país, tanto de outros estados, quanto das redondezas da capital, que buscam residência na cidade como uma segunda casa. Seja em repúblicas, casas ou apartamentos, alunos precisam pagar mensalmente aluguel para conseguirem conciliar estudos, trabalho e afazeres. Com a chegada da pandemia e o adiamento das aulas presenciais, proprietários de residências e seus moradores se viram de mãos atadas contra o covid-19.

Assim como veio de maneira inesperada, o novo coronavírus era visto por muitos como uma doença que iria embora com o passar das semanas se a quarentena fosse seguida da forma correta. Com isso, estudantes das faculdades locais que se dividiam entre duas casas e já estavam prontos para permanecer em Niterói pelo semestre, se viram tendo que prolongar a estadia em suas cidades natais, com suas famílias. Proprietários procuraram diminuir o preço do aluguel para não perderem seus moradores e estudantes se viram no impasse entre desalugar ou não os locais, já que não estavam mais residindo na cidade fluminense.

A volta às aulas na Universidade Federal Fluminense seria no dia 16 de março, mas na semana anterior ao retorno, decidiram por adiar a retomada das atividades. Caio Costa, estudante, morou apenas 14 dias na casa recém alugada que dividia com mais dois amigos perto do campus Gragoatá, voltando apenas para desocupá-la. Passaram seis meses pagando aluguel sem estarem na casa e em agosto, mesmo com o locador dando desconto no aluguel nos meses que se seguiram, optaram por sair do imóvel, já que as taxas continuaram altas e não iriam pagar por quebra de contrato.

O mesmo não aconteceu com Paulo Sérgio, que caso saia da casa que compartilha com seis amigos, terá que pagar multa. “A gente divide as contas e tudo. Eu não posso escolher sair se não tenho que pagar 4.200 reais de uma vez. Fiquei totalmente sem escolha”, relata Paulo, que está pagando aluguel mesmo sem estar usufruindo do local. Já Douglas Silva, proprietário de quartos individuais e compartilhados, informa que não faz a cobrança se a pessoa não está morando, além de ter dado desconto no pagamento até dezembro. 

No auge da pandemia todas as locações de Douglas ficaram vazias, tendo em vista que o público alvo do proprietário eram estudantes, até que em maio a procura veio de pessoas que trabalham pelo centro de Niterói. Essa mudança provavelmente veio por conta da crise que vem se prolongando junto com a pandemia, e quartos acabam saindo mais baratos do que muitos aluguéis de apartamentos. O proprietário também informa que teve que postergar ou até mesmo cancelar projetos pessoais e profissionais por conta da imprecisão do período. O mesmo aconteceu com Caio, que estava em busca de uma casa mais perto da faculdade justamente por ser perto do projeto de extensão. Atualmente o Brasil conta com mais de 150 mil mortos por covid-19 e um número indefinido de vidas que foram afetadas, diretamente ou não, por conta da pandemia.


Comentários

  1. Oi, adorei a matéria e a pauta, visto que é um problema gravíssimo tanto para os estudantes quanto para os proprietários de imóveis nesta loucura de pandemia. A única coisa que eu mudaria se trata do pronome "dele" do início do último parágrafo, que se refere a Douglas Silva, fonte que, por sua vez, só fora citada no parágrafo anterior. Acho que uma pequena reformulação nesse ponto já melhoraria a compreensão. Fora isso, não tenho nada a acrescentar! Adorei a escolha das fontes.

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