Eleições Niterói 2020: Confira quem são os candidatos à prefeitura de Niterói e suas principais propostas.
Por Victória Worcman
Foto: Google
Com as eleições municipais de 2020 se aproximando, conhecer os candidatos que estão concorrendo à prefeitura de Niterói torna-se uma tarefa bastante importante e necessária. Ao todo são nove nomes na disputa pelo poder executivo da cidade. Confira um pouco mais sobre eles e suas principais propostas:
O Blog Alô Gragoatá entrou em contato com as assessorias de todos os candidatos, a fim de conseguir uma breve entrevista. Os candidatos Juliana Benicio (NOVO), Danielle Bornia (PSTU) Renata Esteves (PMB), Felipe Peixoto (PSD) responderam, pessoalmente, as perguntas. As assessorias do Flávio Serafini (PSOL) e do Axel Grael (PDT) optaram apenas por mandar os sites oficiais com as propostas. Já Deuler da Rocha (PSL), Tuninho Fares (DC) e do Allan Lyra (PTE), não deram retorno algum a nossa solicitação.
Juliana Benicio (NOVO): Concorrendo a prefeitura pela primeira vez, Juliana é formada em Engenharia de Produção na Universidade Federal Fluminense, sendo mestre em Economia e doutora também em Engenharia de Produção pela mesma Instituição. Seu histórico político se dá no âmbito da educação, já que a candidata trabalha há mais de quinze anos como gestora educacional. Apesar de ser uma estudiosa no âmbito da economia política, Juliana nunca tinha tido o interesse de participar efetivamente da política partidária, por acreditar que esta seria muito “contaminada” e “corrupta” no Brasil. No entanto, ela afirma que encontrou no seu partido (NOVO), a possibilidade de fazer política partidária sem “se corromper” e sem “indicações políticas”, já que participou de um processo seletivo que a elegeu como a representante política do partido em Niterói.
“Eu considero que eu sempre trabalhei com política, por que sou gestora em educação há mais de quinze anos. Gerir a educação é trabalhar efetivamente com a verdadeira política. Para gerir um grande grupo de educação, como foi o que eu trabalhei, a gente precisa estar sempre mediando os interesses dos responsáveis, dos alunos, dos técnicos de administração, dos sindicatos dos professores, dos próprios professores, então é um ambiente bastante complexo onde você precisa garantir efetivamente a qualidade desse serviço, que é a qualidade da educação.”
Caso seja eleita, Juliana afirma que seu diferencial como prefeita vai ser “inverter a lógica da atual gestão” que ela considera muito nociva para a qualidade dos serviços ofertados pela prefeitura, lógica essa que estaria mais preocupada em conseguir votos e se manter no poder, privilegiando os interesses privados em detrimento dos interesses públicos. Nesse sentido, a candidata afirma que a sua gestão estaria comprometida com os interesses dos cidadãos e com a transparência e efetividade do poder executivo da cidade.
Dentre as suas principais propostas, estão o investimento em tecnologia, a execução de “filas públicas”, a fim de explicar ao cidadão como aquele serviço da prefeitura está sendo realizado, e também de “prontuários eletrônicos”, com o intuito de modernizar a gestão pública e o prestamento de contas do seu mandato. Além disso, Juliana também menciona a necessidade de melhorar o saneamento básico, os cuidados ambientais, a saúde e principalmente a educação da cidade.
“A gente percebe que Niterói hoje é o décimo orçamento per capita do Brasil, ou seja é uma das cidades mais ricas do Brasil, e a gente não entrega os serviços nesse patamar. Então é isso que eu prometo para o Brasil, é colocar Niterói entre as dez melhores cidades do país.”
Danielle Bornia (PSTU): A candidata representante do PSTU, Danielle Bornia, é formada em Nutrição e em Ciências Sociais pela Universidade Federal Fluminense. Sua atividade na política vai “muito além das eleições”, já que a candidata iniciou a militância no movimento estudantil, e fez parte da direção do Diretório Central dos Estudantes da UFF e da Executiva Nacional dos Estudantes de Nutrição (ENEN), “atuando nas lutas em defesa da universidade e da saúde públicas”. Além disso, Danielle tem um histórico na luta das mulheres trabalhadoras, tendo feito parte da construção do CSP-CONLUTAS - Central Sindical e Popular - em 2010 e organizando manifestações do dia 8 de Março, dia internacional de Luta das Mulheres. Esse ano não é a sua primeira vez concorrendo a prefeitura de Niterói, ela já se candidatou ao cargo no ano de 2016, além de também já ter concorrido em 2012 como vereadora e em 2018 como deputada estadual.
“Fui militante do PT e logo após a primeira eleição de Lula em 2002, na Greve Nacional das Universidades contra a primeira Reforma da Previdência, primeiro ataque desse governo, rompi com o partido e ingressei no PSTU”.
Em relação às suas propostas, a candidata acredita que é preciso derrubar o atual sistema econômico e social e construir um novo governo, que funcione por meio de “conselhos populares”, e que governe, de fato, para os grupos que são marginalizados na atual conjuntura, a exemplo da classe trabalhadora.
“Os conselhos populares devem ser organizados nos locais de trabalho, estudo e moradia. Um espaço de independência, inclusive da Câmara Municipal, onde, por exemplo, professores, funcionários das escolas, estudantes e responsáveis se reunirão com a tarefa política de definir as necessidades e as principais ações a serem executadas pela prefeitura em relação à educação, e o mesmo deve ocorrer para os outros setores da sociedade. Esse é o projeto que o PSTU está apresentando no país inteiro e que queremos implementar em Niterói.”
Além disso, para que se possa atender as necessidades da classe trabalhadora e dos outros “setores oprimidos da população”, existem algumas outras propostas “emergenciais” que visam gerar recursos, como: A taxação dos bilionários em 40%, estatizar o transporte público municipal, cobrar os grandes devedores do município, incluindo o ISS (Imposto Sobre Serviços) de bancos e diminuir o salário dos políticos, a começar pela prefeitura.
“Portanto, queremos estimular a auto-organização dos trabalhadores e setores oprimidos da população, fazendo com que eles tenham, de fato, poder para enfrentar e questionar as políticas que os governos e empresários querem impor à maioria da população.”
Renata Esteves (PMB): Também concorrendo pela primeira vez a prefeitura de Niterói, Renata Esteves é formada em Direito pelo Centro Universitário Plínio leite e pós graduada pela Fundação Getúlio Vargas, com especialização na área tributária e empresarial. Desde 2010, trabalha como empresária e lidera o escritório Esteves Advocacia, o que ela acredita serem fatores contribuintes para uma boa gestão da cidade:
“Desejo com minha experiência de mais de uma década, desenvolver parcerias público-privadas, aperfeiçoar a gestão pública e desenvolver projetos que tornem nossa cidade mais justa, segura e com oportunidades para todos os cidadãos.”
Renata conta que “sonha” com uma Niterói mais justa, com menos desigualdade, sendo esta a sua principal motivação para se candidatar ao cargo. Pretende desenvolver o potencial empresarial e turístico da cidade, a fim de gerar mais oportunidades para os cidadãos, e assim atender às suas necessidades. Nesse sentido, quando indagada sobre qual marca gostaria de deixar para a cidade, Renata afirma:
“Tornar nossa cidade com a melhor qualidade de vida do estado do RJ e estar entre as cinco melhores cidades do país, para viver e empreender.”
Dentre suas principais propostas, a candidata destaca o projeto de tornar Niterói mais tecnológica, disponibilizando “internet gratuita para aos estudantes de escola pública” e também ofertar os “serviços públicos de forma online”. Além disso, ela também propõe a criação de CIA's (Centros Integrados de Apoio), que visam oferecer apoio às mulheres, aos idosos e também aos deficientes físicos. Em relação à economia Renata pontua:
“Quero tornar nossa cidade um polo fomento e desenvolvimento ao empreendedorismo; apoiar o desenvolvimento da indústria, em especial a naval.”
Felipe Peixoto (PSD): Concorrendo pela terceira vez a prefeitura de Niterói, Felipe Peixoto é formado em Administração pela Universidade Federal Fluminense e também em Direito pela Unilasalle, sendo pós-graduado em Direito Público pela Escola Superior de Advocacia da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). O candidato, que trabalha há mais de 20 anos no serviço público, iniciou a sua trajetória política como subsecretário regional de Icaraí. Além disso, foi eleito pela primeira vez vereador da cidade em 2001, seguindo por três mandatos consecutivos e também já foi deputado estadual, de 2011 a 2015, e secretário do estado do Rio de Janeiro em duas pastas.
Dentre todas as propostas expostas no oficial do candidato, são destacados 5 eixos de atuação: Mobilidade Urbana, Gestão, Segurança, Saúde e Educação. Nesse sentido, Felipe pretende reivindicar, junto ao Governo do Estado e o Governo Federal, a tão comentada Linha 2 do Metrô carioca à Niterói, seguindo de acordo com o projeto inicial de 1968, que prevê um “túnel submarino” ligando as duas cidades. Para a gestão pública, o candidato pretende realizar um corte de 30% dos cargos em comissão, e para a segurança da cidade ele pretende manter e ampliar, o projeto do atual governo, “Niterói Presente”. Para a saúde, Felipe pretende reestruturar todas as unidades hospitalares do município, e criar um “Centro de Especialidades” para otimizar os diagnósticos por meio de médicos especialistas. Já no âmbito da educação, o plano de governo dá destaque à expansão do horário integral nas escolas, implementando atividades extracurriculares e à importância de garantir todas as refeições aos alunos.
Flávio Serafini (PSOL): Nascido e criado em Niterói, Flávio Serafini é graduado em Sociologia pela Universidade Federal Fluminense, onde também concluiu o seu mestrado e participou “ativamente do movimento estudantil”. Desde 2004, trabalha na área da educação, e atualmente, o candidato é professor na Fundação Oswaldo Cruz, além de ter sido eleito deputado estadual pela segunda vez em 2018, sendo o nome mais votado de Niterói para ocupar o cargo. Esta é a sua terceira vez na disputa pelo poder executivo da cidade, e nessas eleições Flávio conta com a professora Josiane Peçanha como sua co prefeita.
Com a frase “Vamos vencer a desigualdade em Niterói” em destaque, o site conta com 14 eixos temáticos para explicar o programa de governo. Nesse sentido, algumas das ideias do detalhado plano são: Ampliação das redes públicas e municipais de saúde e o fortalecimento do SUS, investimento em um modelo ecologicamente responsável de agricultura e conservação ambiental, corrigir o déficit habitacional de 55 mil domicílios da cidade, um projeto de educação integral para todos os segmentos da educação municipal, expandindo a rede do município “para que nenhuma criança, jovem e adulto fique fora da escola”. Flávio também frisa a importância de se “combater o fascismo e a extrema - direita” no Brasil, e no caso em Niterói.
Axel Grael (PDT): O escolhido para dar continuidade a gestão do atual prefeito Rodrigo Neves (PDT) é Axel Grael, formado em engenharia florestal e ambientalista. Em 2013 iniciou a sua vida na política, tendo sido vice prefeito, secretário Executivo e secretário municipal de Planejamento da prefeitura de Niterói. Já em relação às suas atividades como ambientalista, Grael já foi presidente do Instituto Estadual de Florestas, da Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente e Subsecretário de Meio Ambiente do Estado do Rio de Janeiro.
Em relação ao seu plano de gestão, o seu site apresenta 27 eixos temáticos, com algumas propostas em destaque, sendo algumas delas: Um novo plano de desenvolvimento urbano para a Zona Norte da cidade e a implantação de ciclovias na Região Oceânica, Zona Norte e orla do Centro. Além disso, o candidato pretende melhorar a infraestrutura das comunidades, “permitindo que serviços cheguem aos moradores”, avançando em projetos de urbanização e melhorias habitacionais. Assim como outros candidatos, para a área da educação a ampliação do horário integral e o investimento em tecnologia para as escolas também está previsto no plano. Dar continuidade e ampliar as parcerias com a UFF para ações ambientais, como a de recuperação das lagoas de Piratininga e Itaipu, é um destaque no eixo de propostas voltadas para a Ciência e Tecnologia. Para a saúde, Grael anseia alcançar 100% de cobertura do atual programa Médico de Família , além de implementar o “Programa Remédio em Casa”, em que medicamentos serão enviados para pacientes crônicos, idosos e pessoas com deficiência.
Queria dizer que achei a matéria muito boa. Eu honestamente não mudaria nada do conteúdo. Gostei da forma como todos os candidatos que se disponibilizaram foram tratados da mesma maneira e tiveram o mesmo espaço no texto. As únicas coisas que tenho a comentar são alguns erros bobos, como a falta de uma vírgula no segundo parágrafo após “Danielle Bornia (PTSU)” e a inserção de uma preposição desnecessária em “com especialização em na área tributária” (parágrafo 14), mas não é nada que atrapalhe a compreensão da matéria.
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