UFF e São Gonçalo se unem para preservar Mata Atlântica

 Por Júlia Cruz


Foto: Reprodução/UFF

Incêndios em biomas são normais na natureza. O tempo seco, os ventos que mudam a direção das chamas e o difícil acesso às áreas são algumas das causas comuns de para não controlar queimadas rapidamente. Contudo, nos últimos anos, políticas públicas permitiram o aumento significativo de incêndios de grandes proporções. Em 2019, focos de queimadas na Amazônia aumentaram 30% em relação ao ano anterior. Em 2020, o número de áreas de calor no Pantanal é recorde desde que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) começou a monitorar o espaço, em 1999. Esses acontecimentos recentes fazem questionar se outros biomas também estão ameaçados e, tendo em vista os casos nacionais, a UFF e a prefeitura de São Gonçalo tentam fazer diferente.

No dia 4 de outubro foi inaugurado o Centro de Convivência Socioambiental da Mata Atlântica, localizado na nova Área de Proteção Ambiental (APA) Estâncias de Pendotiba, em Maria Paula, São Gonçalo. O espaço é fruto de um conjunto de iniciativas realizadas pela prefeitura da cidade desde 2017 e conta com a coordenação da UFF por meio de um Convênio de Cooperação Técnicas que a universidade tem assinado com a prefeitura gonçalense.

Foto: O Fluminense

As coordenações de biologia e veterinária são responsáveis pelo “mapeamento e monitoração hidrológica, faunístico, florístico, elaboração de plano de manejo integrado da unidade de conservação, gerenciamento e técnicas de soltura de animais selvagens, além de outros estudos e extensões”, como conta o Subsecretário de Meio Ambiente de São Gonçalo, Glaucio Brandão. A proximidade entre Niterói e São Gonçalo foi um fato decisivo para a UFF participar do projeto, visto que as duas cidades formam um corredor ecológico.

Por causa das preocupações com queimadas na Mata Atlântica, foi criado no Centro de Convivência um espaço para locar uma brigada de incêndio. O subsecretário planeja, ainda, continuar a parceria com a UFF para elaborar cursos de capacitação e formar um grupo de voluntários para trilhas e pequenos focos de incêndio. Tais políticas faz Brandão acreditar que São Gonçalo “está na contramão do que está sendo feito a nível federal”. Para Carlos Alberto Belmont, morador de São Gonçalo e tesoureiro da Associação Gonçalense LGBTI+, que foi convidada pelo subsecretário a participar da inauguração do Centro de Convivência, ter um espaço como esse é um “marcador de resistência”.

Futuramente, o Centro de Convivência Socioambiental da Mata Atlântica irá receber uma Área de Soltura de Animais Selvagens (ASAS), que será assumida pela coordenação de Veterinária da UFF. Belmont, que foi aluno e hoje é servidor da UFF acha positiva a participação da Universidade no projeto. “Acho importantíssimo que a universidade esteja integrada com a realidade porque o que a gente ouve muito, e de uma maneira justa, é um afastamento de muitas universidades com o cotidiano da sociedade. Então quando a gente vê experiências de produção de conhecimento e prática que vão melhorar a vida da sociedade é colocar em prática aquela política de ensino, pesquisa e extensão que é tão falada nos planos de desenvolvimento institucional”, diz o servidor.

Glaucio Brandão acredita que as novas políticas de preservação e monitoramento ambiental de São Gonçalo irão trazer consequências positivas para a cidade, como a melhora do clima, benefícios para os animais, opção de recreação para população e o impedimento construções irregulares. Carlos Alberto vê mais usos para o local, como ecoturismo, educação ambiental, desenvolvendo parcerias com escolas para fazer ações educativas de meio ambiente, tudo com uma política de manejo, sem sobrecarregar a área, segundo ele.

Comentários

  1. Curti muito o texto. Traz informações bem bacanas... Deu até vontade de visitar o Centro que nem abriu rs. Parabéns! Seguem as observações. Parece muita coisa, mas não é não. É que copiei e colei os trechos, pra ficar mais fácil de localizar. Acabou ficando grande por isso. Qualquer coisa, só falar. Bjs!

    1º§ "Contudo, nos últimos anos, políticas públicas permitiram o aumento significativo de incêndios de grandes proporções." > Citar pelo menos uma e trocar "permitiram" por "viabilizaram" ou "facilitaram".

    1º§ "UFF e a prefeitura de São Gonçalo tentam fazer diferente" > Achei que "tentam fazer diferente" ficou vago. Poderia ser algo do tipo "se uniram para evitar possíveis danos".

    3º§ “mapeamento e monitoração hidrológica, faunístico, florístico" >>> faunística, florística.

    5º§ "Então quando a gente vê experiências de produção de conhecimento e prática que vão melhorar a vida da sociedade é colocar em prática aquela política de ensino, pesquisa e extensão que é tão falada nos planos de desenvolvimento institucional” >>> "Promover experiências de produção de conhecimento e prática que vão melhorar a vida da sociedade é colocar em prática aquela política de ensino, pesquisa e extensão que é tão falada nos planos de desenvolvimento institucional”

    6º§ "segundo ele" > Acho que não precisa, pois no começo você já especificou quem falava.

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