Conhecidos como “veados da UFF”, eles tentavam trazer o ambiente esportivo universitário para o curso
Por Hugo Góes
foto: Facebook Oficial da Atlética da História da UFF
"Ocupar um espaço que nós ainda não estávamos inseridos. A gente vive dentro de uma bolha, onde a gente acha que o resto da universidade é igual ao ICHF e não é", esse era o grande sentido da criação da Atlética da História na UFF na visão de Gabriel Estrella, um dos fundadores da instituição. E só estamos o chamando de "fundador" para fins de especificação, já que nem ele mesmo gosta de se chamar assim. Segundo o próprio, a Atlética surge através de uma construção coletiva, então falar em “o” ou “os” fundadores seria algo equivocado, até porque nem o estatuto dela personifica a associação. Contudo, Gabriel não deixa de ressaltar alguns nomes importantes nessa luta.
"Eu e Ana (Carolina), pessoas de dentro e de fora da chapa. Diana e Igor que eram da nossa chapa. Mariana Reis, uma galera que não ligava muito pra política, Carlos Arthur... "
A Associação Atlética de História da UFF nasce, oficialmente em 22 de julho de 2015. Ela pode ser considerada uma atlética até bastante recente se compararmos com a maioria dos outros cursos da UFF. Ela tem sua fase embrionária no ano anterior, durante o processo eleitoral de votação de chapas para o Centro Acadêmico da História. Inclusive esse foi um ponto extremamente importante para que Gabriel fizesse parte da chapa. Segundo ele, já era de interesse de alguns membros a criação de uma Atlética, então a forma como isso foi mostrado o atraiu. Posteriormente ele acabou se envolvendo em outras áreas do CAHIS.
A fundação não foi exatamente tranquila. A oposição a chapa vencedora era contraria a criação de uma Atlética, pois segundo Gabriel, alegavam que a criação de tal braço seria uma forma de estar reproduzindo mecanismos repressores da ditadura. Além disso, as Atléticas como reprodutores de preconceito, como homofobia, racismo e machismo.
"Como se só houvesse só um tipo de Atlética." – ironizou Gabriel.
Os integrantes da Atlética da História UFF são conhecidos como “os veados da UFF”, e isso está muito relacionado com as críticas feitas pela oposição no processo de criação da mesma. A proposta de ser uma Atlética combativa, heterogênea, de muitas caras e lutas. Tendo tudo isso em vista, e todos estereótipos que existem dentro e fora da Universidade diante do curso de História, o veado foi uma forma de responder a essas críticas de forma contundente, ressignificando esse símbolo.
A ideia surgiu depois de uma enquete no facebook – a época, muito utilizado – onde diversos animais foram sugeridos. O veado acabou vindo de dentro do movimento, através da Diana, uma mulher trans estudante de História. Então foi um marco importante, por exemplo, ver um time de futsal masculino, composto majoritariamente por homens brancos e héteros, representando os veados.
Para Gabriel, esporte e política se misturam e tem tudo a ver. Por isso era de extrema importância estar presente no escopo do esporte universitário, que é um local que fica marcado muito mais por casos de preconceito do que pelo que de fato ele tem de bom. Ele também ressalta que mostrar aos estudantes que vão entrando no curso que lutar por espaços de fala dentro de diversos ambientes é importante na formação dos futuros profissionais que estarão dentro das escolas um dia.
Gabriel até chegou a ser convidado para ser “conselheiro” quando houve a mudança de gestão, mas não durou muito tempo devido a divergências com os, na época, líderes do Centro Acadêmico. Hoje ele está afastado da Atlética, mas somente fisicamente. Formado em 2018 o historiador do esporte diz que o afeto e a ligação permanecerão para sempre.

Achei interessante o uso de um lead de citação, já trazendo de cara, entre aspas, uma fala importante da fonte da matéria. A forma com o que o resto do texto está escrito também é bastante didático, de fácil compreensão e que traz uma espécie de montagem cronológica dos fatos ao redor do assunto principal da reportagem.
ResponderExcluirGosto também do uso de frases da fonte entre aspas soltas entre os parágrafos, dá uma boa dinâmica à leitura.
Em relação à escrita e digitação, uma única coisa que eu trocaria seria o uso da vírgula na frase "A Associação Atlética de História da UFF nasce, oficialmente em 22 de julho de 2015.". Colocaria a palavra "oficialmente" entre vírgulas ou então não colocaria nenhuma vírgula, mas não é algo que seja significativo e que vá dificultar a leitura.
Oi, Hugo. Ótima reportagem. Ficou muito clara a representatividade que a Atlética trouxe para o curso de história. Só gostaria que tivesse mais detalhes sobre como a Atlética surgiu por causa de uma briga política pelo CAHIS. Achei muito interessante essa parte da história e fiquei com vontade de saber mais.
ResponderExcluirBom trabalho, abraços.
Excelente reportagem, Hugo! Assim como a Júlia, quis saber mais das brigas políticas que postergaram a criação da Atlética! Ótimo recorte, tá de parabéns!
ResponderExcluirAdorei a matéria, Hugo!
ResponderExcluirVocê escreveu muito bem e a leitura do texto é fluída e rápida. Deixou com gostinho de "quero mais".
Também gostei do uso da citação já abrindo a matéria. Bem legal!