Surtos de contágio de Covid no futebol brasileiro

 Clubes enfrentam casos do novo coronavírus após o retorno dos jogos de futebol em meio à pandemia. 

Por Maria Eduarda Vieira

Foto: Neto Bonvino/Bento TV 

Devido à pandemia do novo coronavírus, o Campeonato Brasileiro de Futebol, conhecido como Brasileirão, sofreu algumas mudanças. A competição, que deveria começa em maio, teve início em agosto. Além da discussão para novas datas, estratégias eficazes para garantir a segurança dos envolvidos também foram pauta. Porém, tais modificações não foram tão eficientes como se esperava e diante disso, alguns clubes enfrentaram e continuam enfrentando surtos de contágio do vírus. 

Em agosto, logo no início do Brasileirão, o Goiás detectou que 18 pessoas do clube, incluindo jogadores e comissão técnica, estavam infectados.  No final de setembro, o Flamengo chegou a ter 27 casos confirmados na delegação do time, sendo 16 atletas. O surto de Covid-19 não ficou somente nos times da série A, mas também chegou ao São Bento. O clube, que disputa a série C do Campeonato Brasileiro, confirmou no final de outubro a contaminação de 15 jogadores. 

Outros times, como o Vasco e o Fluminense, também detectaram casos, em menor quantidade que os outros, em jogadores e membros da comissão técnica, gerando desfalques nos jogos. O clube mais recente a sofrer com o surto de contágio do coronavírus foi o Santos. Na terça-feira (10), o time divulgou a lista registrando 10 casos positivos no elenco.  

Diante da confirmação de tantos jogadores infectados, é perceptível que as medidas de higiene e protocolos de segurança não funcionaram perfeitamente. Em conversa sobre o assunto com o blog Alô, Gragoatá!, Leonardo Oliveira, Diretor de Comunicação da Atlética de Artes e Comunicação Social da UFF (AACS), considerou imprudente o retorno dos jogos de futebol do Campeonato Brasileiro. Para ele, tal atividade só deveria ter sido retomada após a imunização da população a fim de não oferecer riscos para ninguém. 

Quando questionado sobre o planejamento da volta dos jogos da Atlética, Leonardo afirmou que a AACS preza muito pela saúde e bem-estar não só de seus atletas, mas também de toda a delegação e de seus torcedores. Devido a isso, a Diretoria acredita ser inviável o início dos treinos e jogos universitários. “Não tem como pensarmos em retomar com as atividades sem que haja uma forma segura de fazer isso”. Ele completou ainda reforçando a ideia de que os casos de covid-19 que aconteceram nos clubes que disputam o Brasileirão servem de alerta para a gravidade da situação. 


Comentários

  1. O texto é bastante interessante e bem escrito, pois ainda que seja direto e sucinto (o que não é uma crítica negativa), ressalta os pontos mais essenciais do assunto tratado. É perceptível o uso correto do lead explicativo, ao justificar as variadas mudanças no Campeonato Brasileiro de futebol (inclusive em divisões inferiores, como foi bem citado nos exemplos dos parágrafos seguintes) como consequência da pandemia do novo coronavírus, e da teoria hipodérmica, já que a temática da matéria e a maneira como foi exposta pode ser claramente interpretada e compreendida da mesma maneira pelos leitores.

    Além disso, a entrevista foi bem realizada e realmente contribuiu para a matéria, não apenas no sentido de fazer o link como o Gragoatá, mas em traçar um relevante parâmetro de exemplificação entre o esporte profissional e o esporte acadêmico, no qual o entrevistado, ao ter a referência das inconsistências dos protocolos em garantir à segurança dos atletas no futebol profissional, é categórico em se colocar contra o retorno das atividades esportivas. No contexto da ortografia, gostei bastante da qualidade da escrita, com o bom uso na pontuação e na disposição dos parágrafos, o que só engrandeceu o seu ótimo texto. Parabéns!

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