A escola de samba ganhadora do carnaval na Sapucaí e sua relação com a comunidade fluminense.
por Amanda Lopes
foto: Google
A Unidos do Viradouro, ganhadora do Carnaval 2020, é de Niterói. O grito de “é campeã”, que não vinha desde 1997, foi finalmente colocado para fora, mas seus torcedores locais não puderam comemorar a vitória em toda sua potência . A escola de samba venceu o desfile no fim de fevereiro, mas a pandemia do covid-19 veio logo em seguida e até agora, em novembro, há a incerteza com o futuro do carnaval.
Sua vitória não é apenas mais um título para a escola, e sim a felicidade geral de seus integrantes e torcedores, que são em maioria fluminenses. Na capital do Rio, existe uma maior diversidade nas escolas de samba, havendo até mesmo mais de uma por bairro. A Viradouro é a única que fica do outro lado da baía de Guanabara, isso explica o amor e a fidelidade de seus torcedores, que tem a facilidade de irem para a quadra sempre que quiserem. A escola de samba é um dos pilares da comunidade niteroiense e de municípios vizinhos, como São Gonçalo e Itaboraí. “É como se as outras escolas de samba cariocas fossem outros países, enquanto ela é o nosso Brasil na copa.”, analisa Kadu Barcell, que desfilou esse ano pela Viradouro.
As reações com o título da escola pôde ser vista por todos os bairros de Niterói, era a escola local ganhando, a escola deles, da comunidade. Pessoas gritando de suas janelas, fogos de artifícios e pessoas gritando na rua, como nos relata Elaine Moraes, que desfila como baiana pela Viradouro: “A minha reação foi maravilhosa. Saí na rua gritando: é campeã! E ri muito ao ver outros torcedores da Viradouro fazendo o mesmo.” Essa emoção não pôde ser sentida em sua totalidade, pois logo na segunda semana de março, a quarentena foi decretada. “Infelizmente a nossa vitória nem pode ser comemorada, tínhamos o ano todo pra fazer isso, os meus sábados seriam todos reservados para o samba na Viradouro” nos informa Carollyne Vargas, moradora de Niterói e torcedora.
Com tudo que seus torcedores fazem pela Viradouro, a escola busca retribuir: ela não é só carnaval, tem muitos projetos para sua comunidade. Com a chegada do Covid-19, a ganhadora do desfile desse ano, deu início à produção de máscaras, que foram distribuídas para componentes da escola, moradores de comunidades no entorno da quadra, igrejas, hospitais, etc. E até junho, contou mais de 213 cestas básicas entregues às famílias e segmentos da escola com extrema necessidade.
A Viradouro já sabe qual será o tema do samba-enredo para o ano que vem: Não há tristeza que possa suportar tanta alegria. Inspirado no livro “O carnaval da guerra e da gripe”, do escritor e jornalista Ruy Castro, que destaca o sentimento dos cariocas que foram às ruas para celebrar o fim da pandemia da gripe espanhola. Enquanto isso, a Liga das Escolas de Samba do Rio (Liesa) e presidentes dos Grupos Especiais, avançam na decisão de colocar o desfile para junho ou julho do ano que vem, mas isso depende da vacina.
Olá Amanda,
ResponderExcluirEu AMEI o texto, principalmente o título, e achei a sua escrita bem fluída e empolgante. Você soube trabalhar bem as informações em um texto direto e claro!
Como editor, é muito difícil julgar um texto que já li e revisei, mas minha única sugestão seria o uso de um lide descritivo, acho que ficaria ótimo nessa matéria. Parabéns pelo texto!!