Como a atividade física pode ajudar na saúde mental dos estudantes nesse período de distanciamento da universidade

Por João Pedro Costa

foto: Hospital Santa Mônica

Devido à pandemia do novo corona vírus e à necessidade de distanciamento social, a UFF, assim como as outras instituições de ensino, foi obrigada a implementar o sistema de aulas online. Muitos debates ocorreram antes dessa medida ser aprovada, questionando se as aulas deveriam mesmo voltar, já que nem todos os alunos teriam acesso às plataformas online. No entanto, as aulas voltaram e só acontecem graças a ferramentas como o Google Classroom e o Google Meet, onde os alunos podem continuar seus cursos e manter o contato com a universidade, mesmo que separados fisicamente.

A partir da determinação do distanciamento social, observou-se um aumento nos casos de distúrbios psicológicos como a ansiedade e a depressão, devido a uma alteração muito drástica na rotina da população de uma maneira geral. Muitas pessoas perderam seus empregos, assim como o contato com o mundo exterior e com as pessoas queridas que costumavam encontrar. Tudo isso, somado ao medo da Covid-19, causou uma instabilidade imensa no ânimo da sociedade.

No meio acadêmico não foi diferente. Com a rotina totalmente alterada e sem perspectiva de volta às aulas presenciais, os alunos tiveram que buscar alternativas para cuidarem de sua saúde física e mental. Conversando com a professora Rita Mello, mestra em Educação Física e Cultura, ela afirma que a prática de atividades físicas é essencial para a manutenção de uma mente equilibrada, devido aos hormônios que nosso corpo produz durante e após os exercícios, que nos dão uma sensação de prazer e leveza. Pode-se dizer que, devido ao isolamento, novas práticas corporais passaram a ser experimentadas, afirma ela. “Com a pandemia, tudo se transformou. Houve alteração dos horários de dormir e acordar, as pessoas ficaram mais tempo na frente do computador, celular e da televisão. Para aqueles que estavam acostumados a frequentar academias, viu todas fecharem por causa da pandemia. Enfim, tudo ficou mais lento e os indivíduos mais ansiosos. Obviamente, essa mudança de hábitos impactou a saúde da população. Com o passar das semanas, o resultado logo chegou: as pessoas ganharam peso e conheceram o fantasma do sedentarismo. A partir daí, podemos dizer, que a imposição do isolamento trouxe também uma mudança de paradigma do fitness (boa forma) para o wellness (bem-estar), ou seja, atividades como alongamento, exercícios moderados, dança online, caminhadas ao ar livre e até pular corda passaram a fazer parte do cotidiano das pessoas em busca de movimento e novos hábitos. Com o mundo de cabeça para baixo e repleto de tantas incertezas nunca foi tão pertinente desde os jovens até os mais idosos se apegarem ao conceito de “mente sã num corpo são”, em outras palavras, a atividade física como grande promotora da saúde e aliada do equilíbrio emocional”.

A prática de atividades físicas se mostra como uma ótima forma de se manter tranquilo e mais relaxado, mesmo nesse momento de absoluta instabilidade. A partir delas, os estudantes podem amenizar situações de grande estresse e ansiedade, se concentrando melhor nos estudos e lidando melhor com as cobranças da vida acadêmica em tempos de pandemia.