O empenho dos participantes do projeto Jovens Comunicadores em criar uma rede de informações sobre saúde durante a pandemia nas periferias de Niterói e São Gonçalo.
por Pedro Cardoni
Existe uma maneira de combater a disseminação de fake news, promover a transmissão de informações sobre a pandemia e ainda ajudar pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica? Pois esses eram os desafios que constituíam o tripé de objetivos da iniciativa “Jovens Comunicadores”, um projeto que impactou diretamente a vida de 500 jovens de comunidades de Niterói e São Gonçalo, como Engenho do Mato, Cafubá, Várzea das Moças e Morro do Palácio.
O trabalho dos “Jovens Comunicadores”, do planejamento até a execução, esteve ativo de março à outubro de 2020. Durante esse período, os participantes desse projeto recebiam uma bolsa-auxílio de 250 reais e participavam de um curso de educação comunitária. Esses jovens eram encorajados a transformarem suas redes de contato em uma fonte de informações seguras sobre saúde durante a pandemia. É estimado que 17 mil pessoas tenham sido alcançadas por meio dessas redes.
Paula Latgé, uma das responsáveis pelo projeto, explicou que “O processo se iniciou com a seleção de 500 jovens, em articulação com 14 instituições da Frente Papagoiaba de Promoção dos Direitos da Juventude Negra, e foram 20 encontros virtuais, cada um com 1 hora e 30 minutos de duração.” Nas aulas, os alunos aprendiam noções básicas de comunicação, formas de checar a veracidade de uma informação, noções de criação de artes em ferramentas gratuitas e comunicação comunitária. Os membros eram acompanhados por time de monitores, dois jornalistas, uma psicóloga e um profissional de mídias, que também forneciam os conteúdos das aulas de forma assíncrona.
No geral, a comunidade apresentou um retorno muito positivo para as informações enviadas pelos jovens. Felipe Siston, monitor de um dos grupos da iniciativa, esclarece que “cada aluno era estimulado a criar uma lista de transmissão no aplicativo “WhatsApp”, que tivesse um alcance de até 256 pessoas que já tenha o contato deles, ou seja, pessoas que já são da rede de contato desses jovens”. As respostas, embora em sua grande maioria tenham se mostrado favoráveis, também apresentaram algumas contestações por parte da comunidade, principalmente por pessoas que tratavam o assunto “pandemia” como uma invenção ideológica. Felipe conclui com o pensamento que essas respostas “são coisas do nosso cenário político”.
Por fim, houve a formação de uma rede de jovens comunicadores em comunidades socioeconomicamente vulneráveis, ampliando a disseminação de informações seguras sobre cuidados no combate ao coronavírus. O projeto “Jovens Comunicadores” encerrou as atividades da sua fase inicial, mas acabou se desdobrando na criação de uma agência de comunicação popular, aberta para todos esses 500 jovens que participaram da primeira etapa da iniciativa.
O novo formato do programa está sendo desenvolvido por meio da liderança da ONG Bem Tv e suas futuras atualizações podem ser encontradas no site da organização: https://bemtv.org.br/
Adorei a escolha do tema, principalmente por envolver um projeto presente não só na comunidade niteroiense, mas também em São Gonçalo. E foi bom ter escolhido começar com um lead interrogativo, com certeza gera mais interesse e engajamento por parte do leitor.
ResponderExcluirTambém achei a escolha do lead muito boa. Parabéns, Pedro.
ResponderExcluirAdorei a matéria, Pedro!! Tema absurdamente importante nesse momento em que nos encontramos e ver iniciativas como essa nos faz ter esperança. Gostei muito do lead e do fato de você ter indicado o link para acompanharmos o desenrolar do programa. Parabéns!!
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