A importância da Uffantástica como refúgio para a população LGBTQIA+


Por Giulia Navarro

Foto: Arte: Lucas Bouzon - Disponível em: Instagram / @uffantastica

“A Uffantástica vem, de uma forma geral, pra ir além da atlética. A gente quer que os calouros que entrem olhem para a galera da Uffantástica e vejam como a gente está ali, está presente e está afirmando nossa identidade”, afirma Luis Fernando Motta, estudante de Jornalismo da Universidade Federal Fluminense e membro do coletivo LGBT “Uffantástica”. Ele é um, dentre vários estudantes, que encontrou na torcida um local de identificação, representatividade e acolhimento e conta que a vê como uma organização para ajudar a se aceitar, se expressar e ser você mesmo.

A Uffantástica surgiu em 2016 de forma simples, sem muitos recursos ou parceiros, com o intuito de ser um símbolo e um lugar de fala próprio da comunidade LGBTQIA+. Foi no JUCS (Jogos Universitários de Comunicação e Artes) do mesmo ano, com algumas pessoas vestindo a camisa produzida pelos membros, que a torcida independente se tornou mais conhecida.

Conforme os períodos avançavam, os responsáveis pela torcida estavam cada vez mais próximos de sua formatura, o que fez com que ela ficasse inativa até o ano de 2019, quando os estudantes Mariana Goulart e William Vieira, sentindo falta de um espaço de representatividade, retomaram as atividades junto a novos membros. Isso ocorreu através de ações como promoção de páginas oficiais, lançamento da “Cartilha LGBTQI+”, a qual abordava conceitos sobre a sigla, pontos de apoio e telefones emergenciais, e a criação de tirantes, bottons e uma camisa.

“É muito louco como algo tão pequeno, como uma blusa, pode te representar e fazer você ficar tão interessado.” Mariana Goulart, integrante da Uffantástica

Com a chegada do JUCS de 2019, o coletivo mostrou a sua força e se apresentou como um ambiente de segurança e união, celebrando a diversidade e dando visibilidade à comunidade LGBT.

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Foto: Instagram / @jucssemlgbtfobia

Além disso, a Uffantástica participou de um movimento de junção das torcidas LGBTs das universidades do Rio de Janeiro, incluindo a UFRJ, UERJ, ESPM, PUC - Rio, UVA e outras, para criar uma grande organização de representatividade LGBT dentro dos jogos e dentro do meio universitário, nomeada “JUCS sem LGBTfobia”. A estudante Mariana Goulart, que participa desse movimento, comenta que nos jogos de 2019 percebeu o quanto é necessário que eles estivessem presentes como torcida e como espaço de refúgio para a comunidade.

Atualmente, a torcida segue suas atividades principalmente em sua página no Instagram, por conta da pandemia da Covid-19, através de campanhas e posts comemorativos, e continua possuindo papel de extrema importância para visibilidade, identificação e descobertas dos estudantes. 

Os integrantes frisam a importância de usar esse espaço para trazer discussões, debates e pautas acerca da comunidade LGBTQIA+.“A gente está louco procurando pessoas que toquem isso, que façam parte disso e levem essa torcida pra frente. Queria convidar todo mundo a seguir a página e mandar mensagens pra gente mostrando que quer fazer parte”, afirmou Mariana.

Para acompanhar as ações do coletivo e integrar-se, vale seguir as páginas “@uffantastica” e “@jucssemlgbtfobia” no Instagram.

“A universidade pública vai muito além da sala de aula, o que você aprende com as pessoas e com esses grupos, como a Uffantástica, é algo que você não aprende nas aulas.” Luis Fernando Motta, membro da torcida."

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