Relatos sobre o COLUNI pela voz dos “sortudos”, focando no fato do ingresso em um colégio federal ser por sorteio
Por Thayssa Rios
Fonte: Galeria de fotos do COLUNI http://coluni.uff.br/bws-gallery/galeria/
O COLUNI é um colégio federal com o ingresso diferente dos outros colégios federais de Niterói, realizado por via de sorteio anual para novos alunos. O que faz com que o critério de ingresso seja a sorte e não conhecimentos prévios.
A história do COLUNI
O Colégio Universitário Geraldo Reis, mais conhecido como COLUNI, é um colégio de aplicação da Universidade Federal Fluminense localizado no bairro do Gragoatá aonde era o CIEP Geraldo Achilles dos Reis até o ano de 2006.
No início, quando foi anunciado que o colégio deixaria de ser estadual e se tornaria um colégio federal, os alunos e os pais, que em grande maioria eram moradores das favelas próximas como o Morro do 94, Palácio e Morro do Estado, foram contra porque acharam que seria uma mudança ruim.
“Uma mudança prejudicial aos moradores da comunidade, tomados por um sentimento de não pertencimento a instituição que se tornaria” como afirma Izauro Ferreira, funcionário estadual trabalhando há 27 anos no colégio. Acompanhou toda a transição até os dias atuais e afirma que “hoje esses pensamentos mudaram, eles enxergam e tentam essa oportunidade”.
As ofertas diárias do colégio
Pedro Henrique da Silva, “cria” do Morro do 94 e graduando em Administração pela federal de Seropédica, fez parte da segunda turma formada pelo colégio. Relata que a experiência dele como aluno conseguiu “agregar muito conhecimento e base, e que tudo que vivenciou no COLUNI serviu para chegar onde está hoje. Contribui ainda para galgar novos caminhos, pois toda a equipe pedagógica foi excelente” não se sentindo desamparado em nenhum momento.
Um colégio integral que garante não só o ensino de qualidade, mas a alimentação de muitos alunos por longos anos. Durante a atual pandemia do covid-19 o colégio continua cumprindo com o papel de garantir a alimentação dos alunos distribuindo cestas básicas no início de todos os meses, assim como outros colégios públicos de Niterói. A Elaine Gutierrez, mãe de uma aluna do colégio, participa voluntariamente na distribuição das cestas e relatou que “alguns pais pegam as cestas e doam para outros pais que sabem que a família está mais necessitada”, formando uma rede de apoio.
A mãe elogiou também a atual gestão do colégio, pontuando que “são bem engajados com o ensino e estão sempre abertas as sugestões de melhorias”, coordenada atualmente pelo diretor Charleston de Assis que antes era professor de história do colégio. Apontou também que quando foi tomada a iniciativa de dar continuidade ao ensino de forma remota, “o colégio distribuiu notebooks e moldem de internet para alunos que não tinham essa estrutura em casa com a intenção de inclui-los nesse novo sistema”.
O diferencial: o formato de ingresso no colégio prioriza a sorte
O ingresso no colégio é feito anualmente por meio de sorteio de acordo com as vagas destinadas a cada série. Os entrevistados concordam com esse formato de ingresso porque acreditam ser mais acessível à oportunidade pela sorte do que uma prova, como afirma o diretor Charleston de Assis: “é a forma democrática de se fazer, a escola não coloca filtro no ingresso. Recebemos crianças de qualquer nível intelectual, o nosso foco é trabalhar o necessário para que todos saiam com alto nível”.
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