As dificuldades dos alunos estrangeiros na pandemia


Por Isell Laura

O ensino superior raramente é uma linha reta e com a pandemia tudo se tornou mais difícil. Para quem é estrangeiro o pouco domínio do português, a falta de informação sobre sistema de saúde brasileiro, as mudanças na política de imigração e não ter os familiares por perto os encheu de incerteza.

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"Foi difícil, meu visto de estudante estava expirando quando tudo fechava e essa foi minha primeira preocupação até que entendi bem a situação", disse a panamenha Edisa Almengor, de 25 anos. A ansiedade e a angústia fizeram parte de seu difícil processo de adaptação durante todo esse tempo, não saber ver com os próprios olhos como seus pais estavam se cuidando foi algo que a deixou muito perturbada e até ajudou a sua falta de sono, coisa que nunca teve antes.

Para o cubano Reynaldo Garcia lidar com o seu pensamento foi muito difícil, não poder desabafar com sua mãe para não preocupá-la. "Muitas manifestações emocionais surgiram em mim, o medo do contágio foi fundamental. Depender de outras pessoas para não me contaminar não é fácil, pois de nada adiantava  seguir as medidas de prevenção se outras pessoas não vão fazer o mesmo, e eu só pensava em isso o tempo todo”, agregou o futuro engenheiro mecânico.

Para a estudante de turismo Angela Bravo, as principais dificuldades na pandemia foram estar longe da sua família numa situação como a que estávamos vivenciando e a incerteza de não saber se eles iam contrair o vírus e morrer, já que muitos conhecidos dela morreram por causa da COVID-19. O aumento dos preços no mercado, falta de sala de aula, não ter por perto seus amigos e a incerteza de saber que falta pouco para se graduar e nada de voltar ao normal tem atormentado um pouco a cabeça dela diante a situação.

O confinamento surpreendeu a todos. Agora há mais informações e a necessidade de construir caminhos para acompanhar a vida universitária apesar das incertezas. 

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