Quando alunos e professores já acreditavam ser um mito, o novo campus do IACS volta a ser uma possibilidade, com previsão de término das obras para o final de 2021.
Por Mayra Castro
As obras do novo prédio do IACS (Instituto de Artes e Comunicação Social da UFF) no Gragoatá, iniciadas em 2010 e retomadas em 2020, contam com novos prazos e expectativas. Para saber como anda a construção no início de 2021, assim como os anseios da comunidade universitária, conversamos com a diretora do Instituto, além de um professor de comunicação social e uma aluna de produção cultural.
A parceria entre a reitoria da universidade e a prefeitura foi anunciada em 2019, quando teve início o processo de licitação que visa cumprir as regulamentações municipais. Apesar da pandemia da Covid-19 ter deixado os processos mais lentos, as licitações ocorreram dentro dos prazos previstos e no dia 24 de agosto de 2020, ocorreu o evento de assinatura da Ordem de Início das Obras.
De acordo com a professora Flávia Clemente, diretora do Instituto de Artes e Comunicação Social, as obras se encontram em andamento e a previsão de término se mantém para o fim de 2021, caso não haja nenhum atraso por conta do coronavírus. “Quem é responsável pela execução é a Prefeitura de Niterói, mas assim que a situação da pandemia melhorar, vamos marcar uma reunião para acompanhar seu andamento", promete.
Foto: Site oficial IACS UFF
O professor Guilherme Nery, que trabalha no IACS desde 2005, diz que o novo prédio é uma demanda antiga dos professores do instituto. “Com o REUNI [programa de apoio a planos de reestruturação e expansão das universidades federais], houve um retorno dessa expectativa, que foi frustrada pelo corte no financiamento do governo. [...] Bem recentemente é que a UFF conseguiu verba para isso, junto à Prefeitura de Niterói, então a expectativa voltou a crescer”, diz ele.
Para a estudante Laura Pessoa, que entrou na UFF no período de 2019.1, a construção do novo prédio do IACS “é meio que um mito”, pois é pensada há muito tempo e ainda não saiu do papel. “As pessoas à minha volta já estão desiludidas com isso, [...] a expectativa não ‘tá’ muito alta, ainda mais com a pandemia”, ela observa. A aluna acredita que a previsão de término das obras não será cumprida e que irá se formar, ao final de 2022, sem ter contato com o novo prédio.
Apesar de possuírem vínculos afetivos com o chamado Casarão Rosa, atual sede do IACS, Nery e Laura acreditam que a mudança será algo positivo. Ambos destacam problemas na estrutura física do antigo prédio, que poderão ser melhor administrados no Gragoatá. Dentre seus defeitos, se encontram a falta de gabinetes e salas de trabalho e convivência para os professores, a distância da biblioteca e a quantidade de salas que não dá conta do número de alunos. “Além da questão da localização. [...] Aquelas ruas, dependendo do horário, começam a ficar perigosas. [...] Eu acho que [com o novo campus] vai ficar mais prático e mais seguro para os estudantes do IACS”, destaca a aluna.
Com relação aos pontos negativos das novas instalações, Laura teme perder o espaço dinâmico, acolhedor e aconchegante do Casarão Rosa e diz que alguns locais mais afastados do campus Gragoatá também podem ser perigosos. Já o professor de comunicação social teme que alguns dos problemas estruturais não sejam sanados: “Até onde sei, continuaremos sem gabinetes/salas de trabalho para atendermos alunos e trabalharmos lá”, diz ele.
Foto: Instagram/ @iacs_uff
Apesar de o novo prédio prever 11 blocos, com bibliotecas, laboratórios, salas de aula e espaço de convivência, aparentemente não será suficiente. No projeto inicial, a ideia era entregar 15 blocos, mas os poucos recursos disponíveis não permitiram. "Como o projeto remonta aos anos 80, entendemos que mesmo com a entrega dos demais blocos (algo sem nenhuma previsão), ainda assim não será suficiente, pois nossa unidade cresceu muito nas últimas décadas", diz Flávia. Portanto, é provável que mesmo com a conclusão das obras do novo IACS, o atual prédio continue sendo sede do instituto.
Nos últimos meses, a economia de recursos adquirida em função do trabalho remoto ao longo de 2020 foi utilizada para restaurar o Casarão Rosa, o que indica a permanência da comunidade universitária no prédio. De acordo com a diretora, “o Casarão é parte indissociável da história do nosso curso, da UFF e do cenário audiovisual de Niterói, portanto, nossa vontade é permanecermos lá, mantendo o Casarão como instalação para nossos cursos e como um local de preservação de todas essas memórias”.
Comentários
Postar um comentário