Entre altos e baixos, o HUAP se mantém até hoje transformando a vida de milhares de pacientes
Por Júlia Zanon
Foto: Reprodução do site gov.br HUAP - Comunicação - Notícias - Ementa Ordem Interna de Serviço Huap
Há 70 anos, o Hospital Universitário Antônio Pedro foi fundado. O HUAP, como é conhecido, foi construído e mantido pelas verbas da Prefeitura de Niterói e já passou por diversos problemas financeiros. Ele chegou a ser desativado e reaberto duas vezes antes de ser cedido, em 1964, à Universidade Federal Fluminense e, assim, se sustenta até hoje ajudando diversas famílias de Niterói e de cidades vizinhas.
“Para mim, ele [o HUAP] é exatamente como se vê: braços/portas abertas.” É assim que Mariana Fernandes inicia sua descrição sobre o estabelecimento. A ex-estudante de medicina da UFF, formada em 2018, ainda relata que sua experiência no hospital a ensinou a cuidar das pessoas com empatia e amor.
O estabelecimento foi inaugurado no dia 15 de janeiro de 1951, entretanto, em 1957, fechou as portas devido à falta de apoio financeiro público. Quatro anos depois, em dezembro de 1961, o hospital foi reaberto para atender as vítimas do incêndio do Gran Circus Americano, mas foi desativado novamente pelo mesmo motivo: falta de equipamentos e de fundos.
Depois, em 1964, por pressão dos universitários, o HUAP foi cedido à UFF, se tornando a maior e a mais complexa unidade de saúde da Grande Niterói, de acordo com o próprio site do estabelecimento. Hoje, conta com a administração da EBSERH - Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares -, empresa do governo que visa supervisionar os hospitais universitários do país.
Atualmente, o hospital universitário é de nível terciário/quaternário, ou seja, ele disponibiliza serviços que não estão disponíveis em outras unidades, como cirurgia cardiovascular e ressonância magnética. De acordo com Denise da Silva, moradora de Niterói, o hospital é referência em doenças mais sérias. A moradora define o HUAP como “um hospital tradicional que possui uma equipe médica de alta capacidade e experiência.” Ainda, a atual estudante de residência do HUAP, Rafaela Queiroz, avalia que o hospital é essencial para toda a população da região oceânica e, por ser completo, muitos pacientes ficam aflitos para conseguir a carteirinha do hospital.
A médica mineira Rafaela conta que não tinha plano de saúde quando chegou no Rio para estudar na Universidade Federal Fluminense e, após um episódio de dengue, foi paciente do próprio hospital em que trabalhava e estudava. “Eu pude ter um pouco de noção de como os pacientes são tratados e como é ser cuidada dentro do hospital. E não só isso, [...] fui até a radiologia, fui paciente, vi os residentes aprendendo radiologia. [...] eu acabei me tornando residente [dessa área] e hoje em dia eu faço exatamente aquilo que fizeram comigo”, relatou a doutora.
Além desses, outros comentários constando a eficiência profissional das equipes médicas são muito comuns. Alexsander Grachet fala sobre o atendimento que recebeu no nascimento de seu filho e Paulo Roberto ratifica a eficácia do corpo médico que o tratou de câncer no pâncreas. Entre outras histórias disponíveis na internet sobre o hospital, o estabelecimento aparece com 4,4 estrelas nas recomendações do Google, sendo assim, uma alta avaliação pública.
Os equipamentos também foram elogiados por ambas as médicas e em vários relatos do google avaliando o hospital. Além dos funcionários atenciosos e preocupados com seus pacientes, as ex-graduandas da UFF ressaltam os aparelhos novos e com alta tecnologia. Rafaela Queiroz ainda diz que o hospital passou por uma reformulação completa, com reforma dos ambulatórios e das enfermarias.
O estabelecimento público também aceita doação de leite e doação de sangue. Ele é composto por pesquisas, projetos e um futuro Laboratório de Simulação Realística, o qual pretende investir no aprendizado prático de futuros médicos. A doutora Mariana diz que o hospital “nos permite vivenciar o que estudamos nos livros, ter contato com a medicina da vida real, com os pacientes e os profissionais incríveis que trabalham ali.”
O hospital universitário ainda conta com uma variedade de especialistas clínicas e cirúrgicas, além de uma equipe multifuncional, podendo, então, atender uma gama maior de pacientes de forma digna e responsável. Não à toa, o atendimento foi elogiado na maioria dos casos. Dentre suas especialidades, estão: cirurgias diversas, alergia e imunologia, cardiologia, infectologia, dermatologia, pediatria, homeopatia, radiologia, entre outros.
Há 70 anos, o hospital universitário do SUS vive e revive a cada vida salva. O HUAP faz parte da história de Niterói e de tantos moradores dessa região. Impacta positivamente na vida das pessoas que o frequentam - todas que vão em busca de atendimento público de qualidade. A residente Rafaela Queiroz termina seu relato sobre o episódio como paciente do Hospital Universitário Antônio Pedro com: ”Hoje em dia eu me lembro daquele dia e de como eu fui bem tratada no hospital e espero tratar os pacientes exatamente dessa mesma forma.”
Mariana Fernandes, atual residente de pediatria, também termina seu depoimento constando: “Me lembro do meu último dia como acadêmica no hospital, ao olhar para a frase da parede na entrada dos ambulatórios, ela fez mais sentido do que nunca: ‘Esta é uma casa que renasce para durar eternamente, na esperança dos que sofrem e na energia criadora dos jovens que ousam para o futuro - Aloysio de Salles Fonseca.’”
Foto: arquivo pessoal de Mariana Fernandes
Arrasou, Ju! A matéria ficou incrível! Bem escrita, interessante e sensível.
ResponderExcluirFicou TOP! Matéria de ALTO NIVEL
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