Entenda como esse processo aconteceu
Por Ana Modesto
Foto: Png Egg
O rádio foi uma grande invenção do século XIX atribuída ao italiano Guglielmo Marconi, que logo após sua descoberta em 1860, ganhou o nome de telégrafo sem fio. Entretanto, ainda em 1920 ele não possuía as características que conhecemos hoje. A sua primeira transmissão e introdução às ondas curtas com o uso das vozes iniciaram-se a partir de 1921 e foi inclusive em 1927 a conhecida “Era de ouro do rádio” nacional, na qual as pessoas se reuniam em família para ouvir radionovelas, músicas, entre outros.
A era dourada do rádio durou décadas, mas foi com o advento da internet que o público teve acesso ao seu “irmão” de entretenimento auditivo: o podcast. O sucesso desse formato ocorreu devido a possibilidade de criar e consumir conteúdos sem maiores interferências de terceiros, a hora que quisesse. Esse formato cativou o público-alvo das rádios e dividiu-o, o que antes era somente das rádios também encontra-se no mundo dos podcasts.
De acordo com Caroline Gomes, ouvinte de rádio desde “que se entende por gente”, o rádio ainda não morreu. Ela nos diz que o que mais chama sua atenção é a possibilidade de poder fazer tudo do seu dia-a-dia enquanto ouve rádio. Sem competições, o rádio é um complemento do Podcast, e vice-versa. A ouvinte ainda explica que apesar de gostar de várias estações, a sua favorita é a Transamérica, pois, tem músicas cativantes e apresentações energizantes; já o tema que menos aprecia é o futebol.
Caroline termina dizendo que já reparou muitas mudanças no formato desde que começou a ouvir e, segundo ela, “as músicas, as notícias e principalmente os locutores que hoje apresentam, interagem mais com o público e com os colegas, diferente de antigamente que era muito formal”.
Já segundo João Pedro Sabadini e Vinicius Agrícola, dois criadores de podcast entrevistados, que expuseram um pouco sobre a rotina de um criador de conteúdo atual, as opiniões são unânimes: não é fácil e exige trabalho, mas vale a pena o esforço.
O primeiro entrevistado é o Vinicius, criador de um podcast com mais quatro amigos chamado “O que cê tem ouvido?”. Ele relata que o mais curioso no formato é poder consumi-lo em segundo plano enquanto come, estuda, malha, etc. Seu interesse não veio repentinamente: desde a escola ele e seu amigo Ruan já conversavam bastante sobre música, um de seus assuntos favoritos, por isso, anos mais tarde, criaram um podcast sobre o assunto.
Vinicius diz também que mesmo sendo incrível a produção, o público não é fácil, episódios muito longos afastam grandes números de visualizações, ou seja, ou você conversa menos ou faz grandes cortes nas edições, o que eles evitam. Como uma forma de aproximar os ouvintes, eles encontraram na participação de músicos conhecidos e em um bom engajamento nas redes sociais, a solução, como ocorreu quando convidaram ao seu canal a cantora Mc Taya.
Foto: Reprodução/Spotify
No caso de João Pedro Sabadini e seu podcast “Mesa 11”, que compartilha com mais 8 amigos, não é muito diferente. A ideia surgiu em uma conversa no Whatsapp, foi posta em prática e hoje já compartilha conteúdos semanalmente. Ele diz que as maiores dificuldades são ter tempo e dedicação sempre, uma vez que com as suas rotinas ocupadas, acaba sendo complicado para todos se dedicarem ao mesmo tempo para cada episódio. Logo, para o canal não parar, eles se dividem e quem estiver mais disponível, contribui no episódio da semana.
Outro fator determinante para a produção, é o tema de seu podcast: futebol. Por isso, em períodos de campeonatos onde semanalmente há mais de um jogo, eles optam por fazerem um resumão da semana, o que não necessariamente perde a grandeza das jogadas. O entrevistado também concorda que o engajamento nas redes não ajuda muito, é preciso assiduidade e relevância nas publicações, as quais devem ser chamativas ao público, como ele mesmo disse “Fazer só por fazer também não necessariamente vai trazer o resultado que espera”.
Para Sabadini, a produção do podcast nunca foi um fardo, é sempre algo divertido e “com feedback alheio, então, é melhor ainda! Saber que a gente melhorou um pouco o dia de alguém com o episódio é algo incrível. Fora isso, o aprendizado foi uma coisa que me marcou positivamente também. Por causa do podcast, melhorei muito minha habilidade em edição de áudio e em programas específicos, e isso passou a me ajudar em várias outras situações.”
Foto: Reprodução/Spotify
Ayam Fonseca, estudante do segundo período de jornalismo na UFF, explica brevemente como ele se sente em estar por dentro desse mundo auditivo do podcast desde 2017. Segundo ele, o maior benefício do formato também é a praticidade de poder ouvir onde e quando quiser, Ayam não declara preferências, gosta um pouco de tudo, mas se tivesse que escolher um, diria que é “O Bandejão”.
A plataforma que mais usa é o Spotify e ele afirma que não é necessário ter conta premium para ouvir o canal que quiser, vez ou outra terão anúncios entre os episódios. Ayam também alerta sobre uma nova onda entre os ouvintes e produtores, que consiste em fazer lives pelo YouTube ou na Twitch e depois adaptar ao formato podcast com poucas edições. Essa forma de produção é atrativa para pessoas que assistiram a live e querem reassistir, porém, para aqueles que chegaram sem saber da live acaba se tornando confusa e até um pouco cansativa, uma vez que as lives são grandes. Ele mesmo afirma assistir esporadicamente.
Apesar da diferença temporal entre o rádio e o Podcast, os dois formatos possuem espaço de mercado e público, sendo mídias práticas e dinâmicas que possibilitam ler, estudar, malhar ou até mesmo cozinhar enquanto as ouve; praticidade é o que mais encanta. Além disso, com as atuais descobertas tecnológicas, outras alternativas de entretenimento de áudio são apresentadas. Nomes como: Deezer, Tidal, Resso, Soundcloud, Sua Música, Amazon, Google, Apple, Claro e YouTube Music e o novo Clubhouse, rede social de chamadas online, estão disponíveis para download.
Maravilhoso, texto incrível, os meios de comunicação hoje em dia se expandiram de uma forma surreal
ResponderExcluirIncrível ler sobre esses avanços na telecomunicação 👏🏻👏🏻👏🏻
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