Doação de sangue em Niterói sofre impactos da pandemia

Aos poucos, hemocentros niteroienses ganham fôlego, mas ainda não respiram aliviados

Por Camila Saggioro


Foto: Prefeitura do Rio


Você que pensa em doar sangue, talvez essa seja a hora. Com o início da pandemia e o consequente isolamento social, o nível de doações de sangue caiu drasticamente em todo o mundo. Em Niterói, a Clínica de Hemoterapia e o Hemonit, os dois centros de doação de sangue na cidade, realizam campanhas e projetos para aumentar o número de doadores.


Em março de 2020, com os casos de Covid no Brasil crescendo e os consequentes protocolos estabelecidos, foi percebido uma forte baixa nos números de doações. É o que afirma Fernanda Azevedo Silva, médica hemoterapeuta e responsável técnica do Hemocentro Regional de Niterói. “Inicialmente havia o medo de contaminação, além das medidas de isolamento social, que impactaram muito as doações de sangue.” Ela completa dizendo que, apesar do o crescimento da vacinação no país e a segurança adotada nos locais de doação, “houve uma melhora, mas ainda não retornamos aos níveis pré-pandemia.”


Com essa diminuição nos estoques, campanhas e adaptações surgiram como forma de tentar diminuir os impactos da pandemia. A Niterói Solidária, campanha da prefeitura de Niterói juntamente com a primeira dama do município, Christa Grael, incentivou fortemente a doação de sangue nos últimos meses, inclusive com uma visita dela ao Hemonit para doação de sangue. Além disso, a Clínica de Hemoterapia lançou o projeto “Doe em casa”, em que a pessoa pode agendar doações através da Unidade de Coleta Móvel. Todos os requisitos para participar do programa estão disponíveis nas redes sociais da Clínica.


A importância da doação vai muito além do gesto de doar. “A doação de sangue é muito importante para auxiliar no tratamento de vários tipos de doenças. Muitas cirurgias dependem de sangue. O tratamento de acidentados, vítimas de balas perdidas e outros tipos de violência urbana depende muito de haver sangue nos hospitais. Alguns tipos de doenças, como anemia falciforme e talassemias, além do tratamento de vários tipos de câncer, dependem de transfusão de sangue. Bebês prematuros na UTI neonatal com frequência recebem transfusão de sangue.”, comenta Fernanda Azevedo Silva.


Foto: https://cidadedeniteroi.com


A sensação positiva após a doação de sangue é algo que Caio Araújo, estudante de Relações Internacionais na UFF, conhece muito bem. Caio começou a doar sangue por conta de uma campanha de trote na faculdade, e desde então doa sempre que pode. “Uma das melhores sensações do mundo é receber a mensagem informando que seu sangue já foi utilizado, um gesto simples e rápido que pode salvar mais de uma vida. Em menos de meia hora, você pode fazer a diferença e ajudar pessoas que estão precisando muito disso.” Ele conclui com uma mensagem: “recomendo muito que as pessoas façam isso, ainda mais agora que os estoques estão muito baixos.”


As doações de sangue podem ser feitas no Hemonit ou na Clínica de Hemoterapia. O Hemonit se localiza no térreo do Hospital Universitário Antônio Pedro, rua Marquês do Paraná, Centro, n° 303. Para doar, basta agendar um horário pelo facebook do Hemonit ou pelo telefone 2629-9063. Já a Clínica está na rua Almirante Teffé, Centro, n° 594. Não há necessidade de agendamento para realizar a doação, e o horário de funcionamento é de segunda a sábado das 7h às 18h30. Como conclui Fernanda Azevedo Silva, “Apesar de toda a tecnologia existente atualmente, ainda não há substituto para o sangue, por isso o papel do doador é fundamental. A doação de sangue salva vidas.


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