A Equipe de Regularização Fundiária Urbana da Universidade Federal Fluminense irá conduzir um projeto de urbanização no Morro do Sabão
Por Gabriel Campelo
Campus de Arquitetura e Urbanismo da UFF
Foto: Coseac.uff.br
Com especialistas em paisagismo, arquitetura e urbanismo liderados por docentes da universidade federal fluminense, a Equipe de Regularização Fundiária Urbana da Universidade Federal Fluminense possui um projeto entregue em março deste ano, que busca se associar à Prefeitura de Niterói e o governo estadual do Rio de Janeiro, para que seja concluído o objetivo de pavimentar todas as ruas da comunidade, além da revisão de saneamento básico aliado a projetos de sinalização e paisagismo intensivo.
A Universidade Federal Fluminense, desde a criação do seu curso de Arquitetura e Urbanismo, em 1971, tem como ponto forte seu olhar social em colocar em prática projetos para a melhoria do bem estar físico e social dos moradores da comunidade, o que influencia diretamente e indiretamente a vida de muitas pessoas. A Escola de Arquitetura e Urbanismo da UFF possui nos seus quadros uma porcentagem de professores expressiva que problematizam o desenvolvimento da cidade brasileira e contemporânea, não aceitando sua naturalização, mas apontando seu caráter elitista e excludente, que precisa ser mudado.
A importância em sempre incentivar a disseminação das igualdades sociais está presente nos alunos e professores do curso, com exemplos históricos na luta contra desigualdade, como na época em que a Favela do Gato em São Gonçalo foi ameaçada de ser desurbanizada para construção da BR-101. Com o objetivo de dar voz a população da comunidade para que tenham direitos humanos básicos, o Professor Pedro da Luz Moreira ressalta a importância do projeto dando ênfase ao olhar social diferenciado que o curso de Arquitetura e Urbanismo da UFF possui e como os alunos a partir dos ensinamentos passados no curso podem fazer a diferença acerca da inclusão social.
“Essa contextualização agrega na formação dos alunos uma complexidade que pretende superar o atual estágio de desenvolvimento das cidades brasileiras, dando-lhe uma dimensão de inclusão social, fazendo com que sejam mais ativos nesses projetos”, conta o professor.
Favela urbanizada, exemplo para os objetivos que o projeto urbanístico possui
Foto: Galeriadaarquitetura.com.br
Regularização de residências, falta de asfaltos, ausência de formas de lazer são problemas enfrentados desde sempre pelos moradores da comunidade. Dessa maneira, todos os profissionais atuantes no projeto possuem esse olhar social. Diante de um quadro de segregação socioespacial e exclusão social, os cidadãos possuem direitos básicos humanos, tais como a propriedade legal das moradias e saneamento básico, que hoje são pouco vistos e lembrados.
Porém pode-se dizer que, historicamente, a UFF mostra que pode auxiliar com sucesso os moradores da comunidade, observando as características de adaptação para viver em condições dignas que muitas pessoas possuem inclinação, o que possibilita o desenvolvimento de tecnologias sociais de escuta e de construção da cidadania a partir dessa luta pela obtenção da habitação. Com pessoas competentes para ajudar, espera-se que os residentes do Morro do Sabão sejam beneficiados pelos avanços que o projeto urbanístico propõe.
A questão de dar voz a populações precarizadas sem acesso à habitação formal, significa muitas vezes ouvir suas demandas e trabalhar aperfeiçoando esforços já feitos por eles nas favelas e ocupações. - Diz o professor e urbanista.
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