Procura pela modalidade cresceu após estreia nas Olimpíadas de Tóquio
Por Beatriz Riscado
Gustavo Felipe, Giovanni Vianna, Letícia Bufoni e Rayssa Leal nas Olimpíadas de Tóquio
Foto: Gaspar Nóbrega/COB
Os Jogos Olímpicos de Tóquio chegaram ao fim na primeira semana de agosto, mas seu legado ainda permanece vivo entre os brasileiros. Dentre as novas modalidades adicionadas ao catálogo, o skate foi, de longe, a mais comentada nas redes sociais, com a conquista de três medalhas de prata para o Brasil. Após cinco décadas de seu surgimento, o esporte parece finalmente ter atingido o ápice de visibilidade e reconhecimento no país. Em Niterói, não foi diferente.
Segundo Igor Carvalho, professor de skate na Wave Rock, a procura de alunos cresceu durante e após o período olímpico, assim como as interações pela internet. “Só aumentou, mas vale deixar registrado que o skate em Niterói já é muito forte há muito tempo. Temos muitos praticantes, principalmente meninas, que são muito boas. Temos inclusive duas atletas de Niterói na Seleção Brasileira, uma na principal. Na nossa cidade, que sempre foi bom [o skate], agora está melhor ainda”, relatou ao blog Alô, Gragoatá!
Virginia Fortes Águas, de 15 anos, é uma das atletas que compõem a Seleção Brasileira de Skate. Segundo sua mãe, Rachel Cavalcanti, em entrevista ao “A Tribuna” em 2018, a niteroiense começou sua jornada no esporte aos seis anos e nunca mais parou. Inclusive, na época, precisava competir com meninos pela falta de meninas de sua idade nas disputas. Apesar da vaga em Tóquio não ter vindo, Virginia é atualmente a décima colocada no ranking mundial da categoria street e foi uma das representantes do Brasil no Red Bull Paris Conquest, que aconteceu na França esta semana.
Virginia Fortes Águas em competição de Skate Street
Foto: Julio Detefon/Divulgação
Nomes como o de Virginia e de outros atletas que estiveram em Tóquio são uma importante ferramenta de inspiração para gerações futuras. Para o professor Igor, um evento de tamanha magnitude como as Olímpiadas e a conquista das medalhas apenas aumentam essa ideia. “Eu já escutei ‘Tio, eu quero ir pra França. Tio, eu quero ir pra França’. Tenho uns alunos que começaram ontem e já querem ir para as Olimpíadas. Então esse momento da Rayssa Leal e do Kelvin Hoefler, enfim, de vários outros que estiveram lá também, com certeza vai gerar frutos”, disse.
Daniela Allevato é outra jovem skatista de Niterói. A atleta começou a andar de skate com quase nove anos sob a influência do pai e, atualmente, aos 13, está muito animada com a adição do esporte às modalidades olímpicas. “Tenho muitas esperanças de um dia chegar lá! Eu percebi que depois das Olimpíadas as pessoas começaram a ver o skate com outros olhos, fico muito feliz que elas gostaram”, expôs em entrevista ao Alô, Gragoatá!
A skatista acumula quase 2 mil seguidores nas redes sociais e frequentemente posta fotos e vídeos de suas manobras. Quando perguntada se gostaria de deixar um recado para meninas de sua idade que também desejam começar a praticar o esporte, ela deixou claro a importância de procurar peças de qualidade e sempre utilizar equipamentos de segurança. “Se comprar um skate de brinquedo, a pessoa tem grandes chances de se machucar [...] e o mais importante é que vejam o skate como uma diversão!”, finalizou.
Daniela Allevato no Marina SkatePark, em Niterói
Foto: @daniela_allevato_sk8/Instagram
O professor Igor Carvalho diz que o skate brasileiro merece ser valorizado e que sempre trará medalhas nas Olimpíadas devido à qualidade de seus atletas. “Aquilo que foi visto na televisão, enfim, nos Jogos, é real. O skate é companheirismo, é superação, o skate é demais… o skate é bem mágico. E é só o começo. A gente que é do skate já está acostumado com isso, mas vocês vão ver uma coisa totalmente diferente”, concluiu.
Além de escolas especializadas como a Wave Rock, Niterói possui espaços públicos voltados ao treinamento e lazer com skate. O Skatepark Carlos Alberto Parizzi, localizado no bairro de São Francisco, é um deles.
Para mais informações sobre o local:
http://www.riorampdesign.com/skate-park-carlos-alberto-parizzi-marina-de-sao-francisco/
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