Parceria entre a Universidade e a Prefeitura de Niterói servirá como apoio no Programa de Capacitação de Pessoal
Por Gabriella Marinho
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
A Prefeitura de Niterói assinou, por meio da Secretaria Municipal de Direitos Humanos (SMDH), o Acordo de Cooperação Técnica (ACT) juntamente com a ONU Migração. Tal acordo tem como objetivo principal a capacitação de profissionais que irão integrar o Núcleo de Atendimento a Migrantes e Refugiados do município.
Diante dos últimos acontecimentos no Afeganistão, a humanidade teme as ações do Governo Talibã no país, especialmente, pelas mulheres afegãs. Os episódios terroristas vistos por todo o mundo, entre 1996 e 2001, ainda chocam por tamanha violência, intolerância e barbárie. Crianças, mães, filhas, netas. Quem não se “adequar” às leis radicais islâmicas corre risco de vida.
É esperado de todas as nações uma movimentação de acolhimento àqueles que por um acaso precisarão deixar suas terras, pois a expectativa de uma nova grande guerra não é mais tão distante.
A partir desse entendimento, o projeto se torna ainda mais importante, visto que em 2020, segundo dados divulgados pelo CONARE (Comitê Nacional para os Refugiados), o Brasil abrigava cerca de 57.099 refugiados reconhecidos. Deste modo, o Núcleo irá atuar também na projeção de integração social e orientação jurídica, bem como psicológica.
A Universidade Federal Fluminense irá colaborar com a parceria por meio do Programa de Pós-Graduação do Curso de Relações Internacionais, que irá compor o Núcleo de Atendimento com outros membros da SMDH.
O Estado do Rio de Janeiro já conta com o Comitê Estadual Intersetorial de Políticas de Atenção ao Refugiados e Migrantes (CEIPARM-RJ) desde 2009, quando o fluxo de angolanos ganhou um acréscimo significativo no país, devido à Guerra Civil. O Comitê garantiu grandes avanços quanto à luta pelos direitos dos refugiados no país, sendo um deles, a criação da Lei Estadual de Isenção de Revalidação de Diplomas para Refugiados. O CEIPARM-RJ é espelhado no CONARE, e por abranger toda a amplitude do estado, poderá ser um “guia” no processo de acolhimento do Núcleo em Niterói, por meio da absorção de conhecimento de outros atores.
De acordo com a coordenadora do Comitê, Rebeca Almeida, essa troca acaba acontecendo de forma natural, visto que o CEIPARM-RJ estará presente nos treinamentos, na equipe e em toda a construção do Núcleo.
A coordenadora explica ainda, a importância dos acadêmicos da UFF no projeto, destacando o desenvolvimento de pesquisas, coleta de dados e geração de informação qualificada dentro do Núcleo de Atendimento. Ela expressa também, que a participação da Universidade, enquanto patrimônio público, solidifica a questão das políticas públicas no projeto, de forma que o mesmo atue dentro das políticas de Estado e não de Governo. Além disso, Rebeca discute o impacto do acolhimento aos migrantes e refugiados na formação acadêmica, ressaltando a qualificação profissional a ser edificada pelo processo do trabalho humanitário.
Em síntese, pode-se dizer que um país como o Brasil, torna-se facilmente um abrigo para qualquer indivíduo, e, em dias atuais, é extremamente necessário um olhar atencioso para essa questão dos migrantes e refugiados, uma vez que o mundo está cada dia mais próximo de entrar em um colapso político, econômico e social.
Para mais informações, acesse: https://plantaoenfoco.com.br/cidades/niteroi-assina-acordo-para-atender-migrantes-e-refugiados/
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