A história da família que, além de conquistar medalhas, ajuda jovens carentes a conquistar espaço na sociedade
Por Bernardo Pinho
Foto: Reprodução projetograel
Falar de esporte em Niterói e não citar a família Grael é quase impossível. A tradição na vela da família já rendeu 11 medalhas para o Brasil nas olimpíadas. Essa linda história de amor ao esporte começou com o dinamarquês Preben Tage Axel Schmidt, avô de Lars e Torben Grael. Mas, além das conquistas na vela, a família também é campeã fora das competições. Com a Fundação Grael, em Niterói, ajuda no desenvolvimento social de diversos jovens, através do esporte.
Ensinados pelo avô desde os cinco anos de idade, Lars e Torben construíram uma carreira brilhante, com mais de 6 medalhas para dupla. A história da família na vela não para por aí. Martine Grael, filha de Torben, foi eleita a melhor velejadora do mundo em 2014 e já tem no currículo, com apenas 30 anos, 2 medalhas de ouro e um título mundial.
Foto: Reprodução Lucas Benevides
Apesar da vasta tradição olímpica, não é só com medalhas que a família contribui para o esporte no Brasil. Em 1998, os irmãos Lars e Torben tiveram a iniciativa de criar um projeto com foco no esporte educacional para a cidadania. O projeto Grael, como decidiram chamar, é fundamental para o desenvolvimento esportivo e social de muitos jovens na cidade de Niterói.
Quem pensa que o projeto da família Grael se resume a vela, se engana. O projeto esportivo conta também com modalidades como a natação e a canoagem. Além disso,a fundação trabalha com várias oficinas náuticas (capotaria, carpintaria, fibra de vidro, mecânica de motor diesel, mecânica de motor de popa, instalações eletroeletrônicas para barcos).
A ideia inicial do projeto era a inclusão social de jovens com baixa renda a partir de sua inserção no esporte e no mercado de trabalho náutico. Porém, hoje a fundação conta com uma biblioteca, aulas de educação ambiental e marcenaria de forma gratuita.
Um caso notavel é o do velejador Samuel Gonçalves, ex-aluno do Projeto Grael, que conquistou o Campeonato Mundial da Classe Star, em Buenos Aires – Argentina, junto com Lars Grael. Desde então, a dupla continua conquistando títulos mundo afora.
Por ano, mais de 700 crianças são atendidas e auxiliadas pela fundação. Em 2018, Lars Grael deu a seguinte declaração em entrevista ao Blog Lars Grael: ’’ Eu acho que cada um tem que dar a sua dose de contribuição. Nós damos a nossa. Começamos o Projeto Grael com a Prefeitura de Niterói, em 1998. Depois nos tornamos uma ONG independente e depois uma organização social, que é o Instituto Rumo Náutico. Agora em 2018 nós celebraremos 20 anos. Vinte anos em que aprendemos com erros e acertos a forma de sermos sustentáveis. Pelo projeto já passaram cerca de 14.000 jovens. Isso é, ao mesmo tempo, um sentimento de dever cumprido e uma responsabilidade enorme de, a cada ano, mantermos o projeto, melhorando a qualidade e de fazermos a captação de recursos, que são cada vez mais escassos, num mercado onde o patrocínio está muito restringido. Nem todo mundo precisa ter uma ONG, mas precisaria encontrar uma forma de contribuir. Precisamos passar a pensar um pouco mais nos outros. Talvez seja por aí o início desta virada.’’
O futuro da família Grael no esporte é promissor. Além da jovem Martine, Nicholas Grael, filho de Torben, aos seus 23 anos, vem chamando atenção entre os velejadores. A expectativa é que a nova geração da família siga também com a tradição do projeto Grael, que já ajudou milhares de jovens.
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