Com forte prática no skate, a cidade de Niterói dispõe de diversos apaixonados pela modalidade e locais onde podem desfrutar da atividade livremente.
Por Flávio Lucas
Foto 1: Garota praticando skate com outros colegas em volta
Reprodução: Instagram/educa.skate
“Niterói é uma cidade muito ‘skatável’!”. Essas são as palavras do professor de skate Pedro Simões, que refletem o movimento e a prática do skate na cidade de Niterói. Com vários locais para a prática da modalidade, a cidade atrai tanto aqueles que apenas o utilizam como hobby e amor, como atletas de alto rendimento.
O interesse pela modalidade surge de diferentes maneiras, mas pelo menos com as pessoas que foram consultadas, a principal influência vem ainda de casa. É o caso do professor Igor Carvalho e de outras pessoas que serão citadas ao longo da matéria. “[Esse gosto pelo skate] Surgiu através do meu pai, ele é um dos pioneiros do skate aqui no Brasil. Ele foi recordista brasileiro de 360, isso é um movimento do freestyle que é um movimento de skate das antigas. Existe até hoje, mas antigamente era mais forte. Sempre tive skate na minha casa. O meu pai construiu pista de skate em casa, teve lojas com pistas de skate no fundo e montou a escola de skate que trabalho hoje que, uma delas, é a Waverock. A minha vida inteira foi skate graças a ele” – contou Igor Carvalho sobre sua influência paterna.
Foto 2: Espaço da Waverock para as práticas de skate
Reprodução: Divulgação Waverock (site)
Para Pedro Simões, também professor de skate, de 26 anos, citado no início da matéria, o skate surgiu em um período ainda mais precoce de sua infância: “Eu ando de skate desde os 3 anos de idade, então o meu amor pelo skate surgiu bem cedo. [...] Hoje eu vivo de skate, eu tinha esse sonho quando era pequeno e hoje eu tenho meu sonho realizado. Sou professor de skate, tenho uma escola chamada Educa Skate que tem atuação aqui em Niterói, em São Francisco e no Fonseca. Hoje a gente tem uma equipe com sete profissionais e hoje eu vivo do skate com o maior prazer em todas as aulas!”.
Foto 3: Equipe e alunos da Educa Skate durante sua festa de natal
Reprodução: Instagram/educa.skate
No caso da atleta da Seleção Brasileira Jr, Giovana Ribeiro, 16 anos, a influência veio diretamente do seu irmão mais velho: “Eu comecei a andar de skate por causa do meu irmão. Ele andava e eu ia atrás dele sempre e acabei começando também”.
Foto 4: Giovana durante uma de suas manobras
Reprodução: via Instagram @giovanamoreirask8 (Por: Júlio Tio Verde)
Outro caso em que a paixão pelo skate surgiu através do pai foi com a estudante de publicidade Anna Paula, 23 anos, que ganhou seu primeiro skate do pai ainda na adolescência e hoje o utiliza como meio de transporte: “Eu ando de skate desde 2012 ou 2013, foi quando meu pai me deu o meu primeiro skate. Era um street, daqueles que você encontra em lojas de tênis. Eu queria aprender de qualquer forma, me arriscava descendo ladeira, caía bastante, hoje em dia já tenho até uma técnica para não me machucar muito. Aqui perto de casa não tinha asfalto na época e onde tinha era tudo irregular. Eu não sabia o jeito de descer, então caí e tentei de novo até conseguir. Agora que tá tudo asfaltado, eu ando quase todo dia de skate”.
Niterói por si só é uma cidade que fomenta o skate por conta das competições estimuladas pela Secretaria Municipal de Esporte e Lazer, assim como o fato de ter três skateparks públicos contribuir ainda mais para a prática da modalidade. Junto desses locais públicos, ainda existe a Escola Waverock que funciona também como um skatepark privado.
A cidade conta com skateparks públicos localizados em São Francisco, Horto do Fonseca e Largo da Batalha. Para saber qual é mais interessante para cada público, Pedro Simões deu a seguinte indicação: “Eu recomendo os skateparks públicos que são muito interessantes. No de São Francisco você tem obstáculos, desde para quem tá iniciando no skate até para quem é mais avançado. O horto do Fonseca é muito interessante, é um espaço muito bonito muito arborizado, nos dias de calor lá tem bastante sombra”.
É preciso lembrar da Olimpíada de Tóquio 2020 em que, apesar de realizada em 2021, o Brasil obteve três medalhas de prata com Pedro Barros, Kelvin Hoefler e Rayssa Leal em diferentes modalidades do skate. Apesar de não ter participado da competição, Giovana Ribeiro contou que seu interesse pelo esporte aumentou após a competição: “Durante as olimpíadas eu recebi várias mensagens, várias pessoas novas vieram falar comigo sobre o esporte. Então aumentou ainda mais o prazer que eu tinha pelo esporte”.
O torneio foi o responsável por incentivar novas pessoas a praticarem o esporte. Nas palavras de Igor Carvalho “Em Niterói, o skate sempre foi bem forte. Sempre teve bastante gente praticando, sempre tive muitos alunos, mas com certeza depois das olimpíadas o movimento [nas escolas] aumentou ainda mais”.
Já nas palavras de Anna Paula, as olimpíadas foram o incentivo que faltava para retornar ao hobby que tanto gostava: “Eu fiquei muito tempo sem andar de skate, depois que eu saí do ensino médio e fui fazer pré-vestibular, acabei entrando para a faculdade e deixei o skate um pouco de lado. Por muito tempo na verdade ele ficou largado. Depois disso, em 2021 as Olímpiadas vieram e me apaixonei de novo. A Olimpíada reacendeu essa chama, colocou gasolina naquela pequena faísca que ainda restava.”
Apesar de tudo que já foi contado nos relatos colhidos para esta matéria, Anna Paula chamou atenção para um problema sério ao andar pelas cidades: “O problema é que nas principais o povo não respeita, quem tá dirigindo não respeita nem bicicleta, quem dirá skate! Então eu tenho um pouco de receio de andar em algumas partes da cidade por conta disso, por esse medo de ser atropelada. Alguns skatistas eu vejo que metem a cara sem medo, eu já sou medrosa, então acho que deveria ter alguma sinalização… Uma ciclovia mesmo, assim quem usa skate poderia ir por ela também. Mas para começar, precisa de respeito!” – contou Anna quando perguntada sobre usar o skate como meio de transporte.
Devido a presença de skateparks públicos, incentivos da secretaria de lazer e de professores dedicados, Niterói se mostra uma cidade preparada para fomentar as próximas gerações de atletas e amantes do hobby. Um exemplo já firmado no cenário é a atleta niteroiense Virginia Fortes Águas que conquistou em dezembro a Liga Pro Skate em Portugal.
Mais informações sobre as escolas:
Waverock - http://waverock.com.br/
Educa Skate: https://www.instagram.com/educa.skate/
Sempre tive vontade de aprender ,essa matéria me serviu como um estimulo extra .
ResponderExcluirMuito legal a matéria, vou começar a praticar esse esporte também
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