A Vela como esporte olímpico, cumprindo papel importante na construção da cidadania na cidade de Niterói
Por Davi Martins
Foto 1: Martine Grael e Kahena Kunze em disputa de campeonato de Vela.
Reprodução: Globo Esporte
Com toda certeza, o mar é um dos principais patrimônios niteroienses e de grande importância para a região. A presença de inúmeras praias e da Baía de Guanabara fazem de Niterói um importante ponto para a prática de diversos esportes e áreas atléticas, inclusive ganhando título de Cidade Campeã da Vela. Vemos também como esses esportes marítimos vêm conquistando espaço e muitas vitórias, como pudemos acompanhar durante a última Olimpíada, em Tóquio, onde Martine Grael e Kahena Kunze foram campeãs na Vela pela segunda vez, sendo a primeira no Rio 2016. A Vela é, sem sombra de dúvidas, um esporte revelador de grandes atletas vencedores no Brasil.
Mas seu mérito não está somente no progresso esportivo, mas também no campo social, e esse progresso se vê especialmente na cidade de Niterói. Diversos jovens estudantes estão a praticar ativamente o esporte, e com a criação de projetos esportivos/sociais, há uma maior possibilidade desses jovens ganharem oportunidades em diversas áreas profissionais, enxergando cada vez mais o esporte enquanto um auxílio e preparação para suas carreiras, como um verdadeiro instrumento de cidadania entre os jovens da região.
Isaias Marins, velejador desde os 9 anos de idade e com anos de trabalho e aprendizado no Projeto Grael, conta que a prática da Vela foi muito importante na questão de inclusão social, pois para muitos jovens negros como ele, na faixa etária dos 15 aos 24 anos, a Vela era um esporte muito inacessível. “Esse esporte antes não tinha tanta acessibilidade, além de ser um esporte caro, ninguém imaginaria que um jovem negro tivesse acesso a um esporte tão caro.”
Isaias também conta que no período que esteve no Projeto teve bastante incentivo na questão profissional a todos que participavam, havendo cursos profissionalizantes, oficinas de mecânica e cursos de informática que serviram de grande preparação para ele, que hoje está empregado.
Para o velejador, a evolução da sua maturidade profissional também foi muito trabalhada, onde “não só você praticando esportes, mas em todas as aulas a gente acaba tendo um comportamento de um aluno que sabe ouvir e praticar”, construindo um trabalho de inserção desses jovens no mercado de trabalho.
Foto 2: Velas esportivas reunidas em Niterói.
Reprodução: Instagram Isaias Marins
A presença de projetos sociais na cidade de Niterói atualmente tem aumentado com o sucesso da Vela. Da mesma forma, a inserção de jovens nesse esporte cresce à medida que diversos estudantes de periferia procuram participar desses projetos. Como resultado, ocorre a contribuição não somente para democratização da prática desportiva no país, como com maior inclusão dessa geração na sociedade e nas trajetórias profissionais.
Por se tratar de organizações que estão dentro do campo esportivo, é evidente que a presença de patrocínios é fundamental. Assim, cada vez mais há uma procura desses projetos por novos patrocinadores para que se mantenha a estrutura de trabalho e a qualidade do serviço a todos.
Foto 3: Velas esportivas reunidas para competir em Niterói.
Reprodução: O São Gonçalo
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