Como a busca por fontes de informação para a realização de matérias se torna cada vez mais difícil para o aluno de Comunicação Social.
Por Lucas Adriano
Foto 1: Prefeitura de Niterói
Reprodução: Arquivo pessoal
Você que pretende cursar Comunicação Social, mais precisamente Jornalismo, precisa estar preparado para os problemas desse campo. Um bom jornalista é aquele que busca uma fonte de informação confiável e válida para divulgar, mas o que fazer quando a fonte não colabora com o lado jornalístico? Sim, é possível, e até mesmo comum. Muitas pessoas acreditam que o jornalista atual procura informações para prejudicar a imagem de alguma pessoa, empresa ou órgão público. Não é bem assim. É comum ligar a televisão e ver nos noticiários os repórteres falando sobre casos de corrupção, descaso do governo com a população quanto à segurança, saúde e economia, porque são eles que expõem as necessidades e lamentos da população. Tudo isso para que haja uma melhoria nos serviços prestados para a comunidade.
Quando a busca por essas fontes fica difícil, como por exemplo ter uma resposta que não é bem aquilo que se esperava, devido a falta de interesse do entrevistado ou até mesmo não se ter um retorno? Bem, é o caso de vários alunos de Comunicação Social. Para a realização dessas matérias encontradas no blog “Alô, Gragoatá!”, é necessário que todas as editorias busquem certas fontes, responsáveis por prestar um depoimento a respeito do que está sendo produzido para o blog. Essas pessoas são geralmente funcionários de algum órgão público, algum setor de prestação de serviços, e até mesmo colaboradores da Universidade. Já se sabe que nem tudo são flores, mas nem tudo precisa ser cacto também. O aluno de jornalismo da UFF, Carlos, relata que ao fazer contato com uma servidora da UFF, para montar uma matéria, ela teria recusado prestar um depoimento e ainda alegou que: “Sempre há alguma maneira de distorcer o que é dito. Jornalismo e imprensa não são coisas sérias há muito tempo”, no caso, ela invalida o papel do jornalismo e da imprensa na atualidade.
Mas não termina aí. Ana Carolina Ferreira realizava a matéria sobre o novo IACS, no Gragoatá. Tentou se comunicar com a EMUSA (Empresa Municipal de Moradia, Urbanização e Saneamento) porque tinha uma fonte: uma funcionária dessa empresa. Ana relata o desinteresse que sentiu por parte de quem a atendeu assim que falou que era estudante de jornalismo, percebeu por parte da funcionária, que não era importante ajudá-la. Não identificou nenhuma ignorância ou grosseria por parte da funcionária, mas que a sensação era de que a servidora não estava apta a contribuir com a matéria, além de informar que ela deveria procurar no site da prefeitura maiores informações. A aluna ainda acrescenta: “Fiquei um pouco frustrada porque foi uma falta de interesse gigante, preferi ir atrás de outras fontes. [...] Sei que nem todos da prefeitura são desse jeito, mas agora tenho receio de procurar fontes que sejam da prefeitura.”
Por fim, Arthur Maia, também aluno de Jornalismo pela UFF, estava realizando uma matéria sobre o projeto da prefeitura sobre a recuperação das matas nas praias de Camboinhas e Itacoatiara, na região Oceânica. Amigo de um dos voluntários dessa ação, perguntou se esse conhecido poderia passar o contato de um dos responsáveis por esse evento. A resposta que teve foi surpreendente: um dos encarregados por essa recuperação disse que não poderia dar depoimento sem antes conseguir uma permissão da secretária de comunicação. Arthur não desanimou, entrou em contato com a referida, mas sem sucesso de retorno… Por consequência, teve que mudar toda a pauta que havia planejado, devido a falta de fontes suficientes para a produção desse conteúdo.
O ponto em questão é: até quando os alunos de Jornalismo não serão levados a sério? Por quanto tempo os órgãos públicos irão destratar ou levar com irrelevância assuntos da área estudantil, mas que visa promover a informação aos leitores da cidade? Existe um medo em contribuir com declarações por parte de empresas, instituições e esferas do setor público, porque pensam que as informações ditas serão distorcidas ou então criticadas. Muito pelo contrário. Diversas vezes uma reportagem em produção existe para qualificar alguma postura, ação, ou acontecimento, com o objetivo de informar à população para que vejam que existe um lado positivo também.
Os alunos de Jornalismo de hoje são os jornalistas de amanhã. O que você espera para o futuro?
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