O sedentarismo além de prejudicar as habilidades motoras pode acarretar em graves problemas de saúde ao longo do tempo
Por Victor Greg
A falta de exercício, que há anos vem preocupando os especialistas em relação à saúde das crianças brasileiras, continua sendo assunto de urgência quando se trata de uma vida saudável. Sem dados esperançosos, os últimos estudos feitos pela organização mundial de saúde, em 2021, mostram que 84% dos jovens são sedentários e evidenciam um crescimento no número de crianças que não se exercitam pelo menos uma hora por dia.
Foto 1: crianças usando aparelhos eletrônicos.
Reprodução: Google Imagens
Um grande risco que essa ociosidade causa é a obesidade infantil; 14% das crianças na faixa etária de 5 a 9 anos são obesas, e 33,5% estão em sobrepeso. A doença torna-se preocupante, pois normalmente acarreta em outros problemas como: diabetes, hipertensão arterial, problemas cardíacos, alterações esqueléticas e de postura, ansiedade, aumento do colesterol, infarto do miocárdio, além de ser considerado o principal fator de risco para a morte súbita. Ao ser diagnosticado com obesidade infantil, o tratamento na grande maioria dos casos é apenas um: alimentação saudável e prática de exercícios físicos, comprovando a importância do movimento para o corpo humano.
Foto 2: Riscos à saúde em decorrência da obesidade infantil
Reprodução: Medicina UFMG
Sobretudo, ter uma vida ativa não auxilia apenas nas questões da saúde. Segundo o Professor de educação física da rede pública do Rio de Janeiro, Renato Bastos, os benefícios são fundamentais para a imagem corporal (conhecimento do próprio corpo), movimento óculo-manual (capacidade de movimento coordenado dos olhos com as mãos), percepção espaço temporal, fortalecimento dos ossos e músculos e aprimoramento das capacidades físicas, como equilíbrio, velocidade, agilidade, coordenação motora, resistência aeróbica, flexibilidade e ritmo.
Além do auxílio diretamente ligado ao indivíduo, Renato completa informando as melhorias que as atividades trazem também por meio coletivo, como: a socialização, o altruísmo, aprender a perder e ganhar, o fortalecimento de elos, como a confiança no outro, e o respeito às regras de conduta.
O principal fator motivacional das crianças na descoberta dos esportes é a escola, comumente nas aulas de educação física propostas obrigatoriamente na grade curricular desenvolvida pelo Ministério da Educação.
Entretanto, a maneira que vem sendo realizada essas aulas nas instituições escolares sofre muitas críticas, tanto dos pais quanto dos próprios profissionais da educação física: "Acho que precisa de mudanças, não só na grade como as escolas darem mais importância" disse a graduada em educação física Anna Ianzer.
"Nosso ensino está muito metódico, onde as práticas consistem em largar a bola de algum esporte que o aluno se identifique mais e apenas isso. A escola tem que ser um lugar onde se apresente as variedades da educação física, que assim o jovem vai poder se interessar ainda mais e procurar praticar." completou Anna.
Preocupação pós-pandemia
Uma vez que a quarentena fez parte da vida de todos, era esperado a atenuação nas atividades físicas por parte das crianças - decorrente dos pedidos das autoridades para ficarem em casa e, consequentemente, da não ida à escola, ambiente que mais motiva o exercício nesse caso.
Entretanto, a esperança que havia no fim da pandemia e na volta às atividades não se concretizou, pelo contrário, um percentual considerável de crianças que antes faziam algum tipo de esporte não sentiram-se mais atraídas após longo tempo paradas.
Um exemplo disso foi o que a Fátima Marques, moradora de Niterói, relatou que aconteceu com o filho Arthur, de dez anos: “Ele jogava futebol na escola, fazia jiu-jitsu, mas depois da quarentena ele ficou bem mais agitado, nervoso, engordou…”.
Fátima também contou que quando terminou o período de afastamento social ele já não tinha a mesma vontade de brincar com os amigos como antes: “Não quer mais fazer nada”.
Uma pesquisa da revista Brasileira de Atividade Física e Saúde avaliou o impacto da pandemia no comportamento de crianças de 5 a 10 anos e sinalizou uma diminuição de 54% na atividade física diária e um aumento de 10% no tempo de sono.
Foto 3: Criança na cama vendo TV
Reprodução: A Revista da Mulher
É de extrema necessidade levar em conta a falta de condicionamento físico ocasionada por esse longo período de afastamento das atividades. Portanto, os pediatras recomendam prestar atenção à duração e intensidade do exercício; movimentos desregulados e um retorno muito extenuante podem afetar negativamente o corpo das crianças.
Excelente matéria, as crianças são o futuro da nossa sociedade, é preciso que sejam desde já muito bem preparadas físico e psíquica e emocionalmente.
ResponderExcluirExcelente matéria, pautada em dados já consagrados e de domínio público e as opiniões de profissionais que conhecem o assunto e o vivenciam no dia a dia. Há que se ter uma firme mudança de cultura e de hábitos de vida mesmo. Parabéns pelos esclarecimentos.
ResponderExcluirAs crianças estão sendo dominadas pela excesso de informações, sedentarismo!! Além do descaso dos pais !!!
ResponderExcluirInteressante
ResponderExcluirExcelente matéria, de utilidade pública. Parabéns!!!
ResponderExcluirBaita matéria! Parabéns!
ResponderExcluirExcelente 👏👏
ResponderExcluir🇧🇷🇧🇷 excelente.
ResponderExcluirÉ realmente estarrecedor o noticiado pelo jovem Greg. Bom, tudo isso que vemos é fruto de uma geração de pais, que querem ser parceiros dos filhos e não seus educadores. Pra essa geração é chato cuidar de filhos e dar um aparelho eletrônico é mais cômodo.
ResponderExcluirComo militar que sou, não dou moleza aos meus filhos. O de 8 anos todos os sábados vamos jogar bola. Vamos é voltamos a pé!
ResponderExcluirQuando, esporadicamente, vou buscá-lo na escola, ele fica desanimado,.pois já sabe que vai fazer 3km a pé. Foda-se.
Matéria de extrema relevância. O jovem jornalista apresenta a matéria de forma dinâmica e inteligente.Alerta, com propriedade , sobre os malefícios do sedentarismo, em especial, sobre o grupo infantil.
ResponderExcluirMuito interessante e de extrema relevância!.. Parabéns...!
ResponderExcluirMuito boa a matéria, porém, sabemos que o sistema contribui e muito para essa situação... Cabe à nós pais, responsáveis e educadores dar exemplo e mudar essa realidade, incentivar nossas crianças a praticar esporte e lhes mostrar a importância e melhoria na qualidade de vida de quem o faz. Todavia, temos realidades diferentes e nem todos têm acesso a essas informações. Tomara que sua matéria chegue longe e faça a diferença na vida de muitas crianças.
ResponderExcluirExcelente a matéria. Precisamos estar atento à estas orientações se não nossos filhos sofrem até mesmo por falta de informação. Sigamos em frente fazendo a distinção.
ResponderExcluirÓtima matéria
ResponderExcluirGrande Victor!
ResponderExcluirO menino cresceu e está pensando como gente grande! Parabéns pela matéria!
Para mim o principal fator é a falta de informação aliada ao conjunto de problemas estruturais, como: espaço físico, segurança pública, alimentação e essa demanda da infância e juventude nos celulares interagindo nas redes sociais. A criança ver nos pais um espelho e os mesmos estão realmente nesse carrocel louco em busca de sobreviver. Precisamos realmente da qualidade básica de vida para que haja tempo de se pensar em saúde antes de se pensar em sobreviver.
Parabéns, Victor! Excelentes fontes de pesquisa e recado objetivo.
ResponderExcluirInformações de grande relevância. Usarei em minhas aulas do ensino fundamental ll para a conscientização dos meus alunos e irei compartilhar nos grupos dos professores. Ótimas fontes também. Parabéns, Victor
ResponderExcluirExcelente matéria… nesses últimos anos o que vi na educação física nas escolas foi muito o social, que é um dos pilares, mas esqueceram outros como a coordenação motora, propriocepção… tudo tem que ser trabalho ao mesmo tempo. Parabéns pela matéria Victor Greg 👍🏻👏🏻👏🏻👏🏻
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