A Universidade Federal Fluminense oferta vagas em universidades no exterior através de editais para alunos
Por Melissa Lois
Entre a vasta quantidade de oportunidades que a UFF oferta, o programa de mobilidade internacional é uma chance de enriquecimento cultural e profissional para o graduando ou docente. Segundo o site da Universidade Federal Fluminense, o programa de mobilidade internacional é o principal da universidade e possui ainda convênio com centenas de instituições fora do país. O programa possui o maior alcance entre os ofertados, de modo que, desde 2011, enviou mais de 3 mil alunos, com ou sem financiamento, para o exterior.
Normalmente, os editais para o programa de mobilidade da UFF abrem no início de cada semestre. A prioridade é dada para quem está mais perto de concluir a faculdade. O programa de mobilidade internacional tem duração de um semestre e pode ser com auxílio financeiro ou não, o que é decidido através de um questionário socioeconômico.
Além dos requisitos para ser aprovado, como proficiência na língua, carga horária, CR, entre outros, também há uma carta de apresentação. Nela é necessário contar sobre você e seu intuito com o intercâmbio para a universidade que você está se candidatando. Sendo aprovado, você recebe uma carta de aceite e dá início ao trâmite da inscrição.
Realizar um intercâmbio pode ser uma ponte para conhecer novas culturas, ganhar maturidade e mudar certas perspectivas em relação ao mundo. Assim como relatou a graduanda de Arquitetura e Urbanismo, Luíza Rodrigues, que teve como destino Ferrara, na Itália, através do programa ofertado pela UFF: “O intercâmbio é uma experiência incrível de autoconhecimento, me fez crescer imensamente como pessoa, lidar com burocracias, preconceitos sozinha fora do seu país é uma experiência enriquecedora. Profissionalmente talvez esperasse mais da universidade de Ferrara, mas mesmo com todos os problemas, me ajudou a definir o tipo de profissional que não quero ser e por consequência identificar aquilo que mais me emociona no meu ramo profissional”.
Foto 1: Aluno no programa de mobilidade da UFF
Reprodução: Site oficial da UFF
Por outra perspectiva, o aluno de Economia da UFF, Bruno Cunha, conta que a experiência tem seu lado bom, mas também carrega grandes desafios. “Tive algumas dificuldades em relação à distância de casa, à mudança cultural que você, apesar de estar acostumado, não tem ideia do quão impactante é no seu dia a dia [...]. A simpatia do brasileiro e ver um céu azul ao acordar fazem toda a diferença na rotina”, declarou o futuro economista. Ele relatou outros impasses: “Dificuldades também financeiras, dado o alto valor do câmbio em euro. Além disso, também em relação aos dormitórios que a universidade de lá fornecia, que apesar de terem um valor bem abaixo da média de aluguel do país, as condições não eram tão confortáveis”.
O estudante de Farmácia da UFF, Luan Letieri, vai para Quebec, no Canadá, em dezembro pela UFF, e confessa ter altas expectativas: “Acredito que vá me agregar contatos, principalmente na parte laboratorial. Estou indo com o intuito de tentar um orientador de mestrado ou doutorado direto para conseguir voltar para lá… Além de eu estar praticando todo dia a língua francesa, por mais que seja um sotaque bem forte, ainda vai ser uma prática bem grande e irá melhorar minha fluência, então de certa forma vai agregar em um nível acadêmico e profissional bem grande”.
Ademais, Luan e Bruno acrescentaram a dificuldade de contato com a SRI (Superintendência de Relações Internacionais). Ambos reclamaram da demora de respostas no que tange ao envio de documentos. “Não havia muito no que a UFF poderia agregar enquanto eu já estava lá, é mais um suporte enquanto estou no processo antes de ir, indo, e voltando. Tivemos certos problemas quanto ao retorno de e-mails que enviava, alguns urgentes. Ainda assim, com todas essas dificuldades, não foi nada que chegou perto de impedir minha mobilidade, apesar de ter gerado estresse e ansiedade”, relatou Bruno. Luan também alegou que a SRI, apesar de ser presente, poderia ser ainda mais.
Fica claro que o intercâmbio é uma grande oportunidade de evolução pessoal, profissional e acadêmica. No entanto, é necessário também se preparar psicologicamente para a nova jornada. Viver durante seis meses em lugar totalmente diferente do que está acostumado requer uma certa maturidade e inteligência emocional para enfrentar desafios em um lugar completamente diferente do usual, mas que, com certeza, os estudantes da UFF que se candidatam para o programa de mobilidade internacional não possuem medo de enfrentar.
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