Um público interessado e um grande número de criadores exigem um olhar mais dedicado aos artistas locais
Por Iago Araújo
Foto 1: Cantor e
compositor niteroiense Paulo Beto
Reprodução:
Instagram @paulobetomusica
“A gente não consegue nem chegar no básico, mas a gente acredita” afirma Paulo Beto, cantor e compositor niteroiense sobre a luta diária para exercer sua arte na cidade. Essa é a realidade de muitos artistas independentes, que lutam para se estabalecer entre os grandes nomes da música, fugindo dos padrões mercadológicos.
Em entrevista, o aluno de Produção Cultural da UFF Marcus Edilson, diz que a presença desses artistas interferem na vida da população “a partir do sentimento que eles geram através dessa arte que produzem, representando o local onde estão, trazendo as raízes de onde vivem e expressando essa arte”.
Contudo, muitas vezes, ser um artista
independente traz uma série de dificuldades. Desde a divulgação do seu trabalho
até no convite para participação em festivais e eventos, muito deles acabam
precisando lutar por algum tipo de auxílio em escassos editais de instituições
públicas voltados para a cultura.
Niterói: um berço de artistas independentes
A cidade de Niterói se destaca no quesito diversidade de artistas independentes. Na música, os grupos The Walking Band e Trincaz, além dos cantores Bruninho, Marlon Bessa e Paulo Beto se destacam como expoentes dessa produção artística da cidade. Convidamos Paulo, cantor e compositor niteroiense, para falar sobre sua trajetória e desafios enquanto artista independente na “Cidade Sorriso”.
Paulo Beto apresentou na última terça-feira, dia 11, o show de lançamento de seu disco “Uniram-se” na Sala Nelson Pereira dos Santos, localizada na cidade de Niterói. O show faz parte da programação do Festival Pras Bandas de Cá (evento que busca divulgar artistas locais) e teve o apoio da Prefeitura da cidade.
Foto 2: Sala Nelson Pereira dos Santos
Reproduçao: Facebook Sala Nelson Pereira dos Santos
Em entrevista, Paulo conta um pouco sobre como vem sendo a jornada de sua carreira, “o retorno não vem de forma financeira, mas a gente não consegue viver de outra maneira, então precisamos ir enfrentando as animosidades”. Sobre as dificuldades enfrentadas na cidade de Niterói, ressaltou a falta de dinheiro, de apoio, mas, principalmente, a falta de locais apropriados para se apresentar. Isso tudo, como o cantor afirmou, o impede de produzir o que gostaria. Em suas palavras, ele acredita que consegue praticar apenas “um por cento" do que almeja. ”A gente não consegue nem chegar no básico, mas a gente acredita e conta com o apoio humano para seguir”, afirma.
O compositor diz acreditar na boa vontade da Secretaria de Cultura da cidade de Niterói na divulgação e auxílio ao artistas independentes, mas que o investimento ainda é pouco se olharmos para o número de artistas independentes na cidade. Segundo Paulo, falta um curadoria melhor e mais crítica na hora de organizar os festivais
Foto 3:Casa da Cultura da cidade de
Niterói
Divulgação: Prefeitura local.
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