De profissionais reconhecidos no mercado a palestrantes internacionais, o evento contou com diversas palestras sobre o mundo televisivo.
Por Samuel Ozório
Coordenado por Ariane Holzbach, Mayka Castellano e Melina Meimaridis, o III Congresso TeleVisões ocorreu na UFF nos últimos dias 10 e 11 de novembro, 3 anos após a última edição, em 2019. Os dois dias de programação foram ocupados por um total de 10 mesas e mais de 50 trabalhos de pesquisadores da área da comunicação que vieram de todas as partes do Brasil - e até de fora dele - para exporem seus artigos em solo uffiano.
Um dos convidados mais ilustres foi Joseph Straubhaar, formado em Comunicação e Psicologia pela Universidade de Stanford, coautor do livro “Comunicação, Mídia e Tecnologia” ao lado de Robert LaRose. Ele ministrou a palestra “Streaming de vídeo na América Latina”, onde tratou questões sobre o mercado de streaming mundial e trabalhou temas como o Imperialismo de Plataformas, executado pelos Estados Unidos através dos serviços como Netflix, Disney Plus e HBO Go. Ele falou como esses aplicativos estão crescendo exponencialmente e chegando até mesmo a ultrapassar a audiência de emissoras tradicionais brasileiras, como o SBT. Essa realidade configura uma transformação cultural que traz uma série de fatores consequentes, como a produção de estereótipos americanizados de outras culturas, gerando estranhamento nos nativos que são “representados”.
Depois de terminar a palestra, o professor respondeu uma rodada de perguntas feitas pela audiência, trazendo um panorama do mercado internacional e principalmente latino, que é seu objeto de estudo. Ele abordou as tendências de crescimento dessa nova tendência, e também tratou sobre como os países têm reagido a essa nova forma de imperialismo, agora cultural.
A doutoranda Bárbara, que veio da Universidade Federal de Juiz de Fora, nos contou um pouco sobre sua experiência ouvindo o professor Straubhaar: “A palestra do professor Joseph foi muito interessante porque ela trouxe um assunto muito novo para quem está pesquisando mídia e televisão que é o streaming. Então a gente pôde discutir os contrafluxos entre produções globais e locais, e foi um tempo muito valioso para mim.”.
Bárbara, doutoranda em Comunicação pela UFJF que participou da palestra com o Professor Joseph. / Reprodução: Arquivo Pessoal
Em entrevista concedida à equipe do blog, Paula Fernandes, uma das organizadoras do evento, falou sobre como nasceu o congresso. “O TeleVisões inicialmente era um grupo de pesquisa sobre televisão, e a ideia nasceu com o intuito de permitir que os pesquisadores e estudantes de mestrado, doutorado e pós-doutorado que estudam telenovelas, filmes, séries e todo tipo de telas pudessem dialogar entre si. É por causa dessas muitas vozes que se chama ‘TeleVisões’, e não televisão, no singular”.
Os alunos que tiveram a oportunidade de participar do Congresso com certeza vão ter orientações especiais para se tornarem profissionais capacitados a fazerem a diferença no mercado televisivo brasileiro. “O TeleVisões tá englobando tanto a parte de mercado de trabalho, trazendo roteiristas e quem trabalha na televisão em si, quanto quem estuda a televisão, então os congressistas vão ter a oportunidade de explorar e conhecer ambas as possibilidades de carreira”, finalizou Paula.
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