Usuários podem ficar sem o transporte já a partir de 11 de fevereiro
Por Marcus Gralha
Apesar de estar ciente sobre o final do contrato de concessão das Barcas, o Governo do Estado do Rio de Janeiro pouco fez, até o momento, para evitar uma possível paralisação dos serviços já a partir da primeira quinzena de fevereiro. A CCR, atual concessionária que opera as barcas no Estado, reiterou o seu posicionamento de que não participará da nova licitação, alegando que o contrato em vigência rendeu um prejuízo de R$1,2 bilhão aos cofres da empresa.
O novo processo licitatório de concessão ainda está no início e não tem previsão de conclusão, o que pode ocasionar uma interrupção do serviço. Caso seja concretizada, a paralisação do serviço afetará mais de 50 mil usuários por dia. O Governo do Estado destrinchou o processo em duas etapas: o primeiro, que está sendo realizado pela UFRJ, consiste na produção de um relatório da atual situação das barcas e uma modelagem de contrato que seja benéfica tanto para o Governo quanto para a empresa que vencer a licitação; o segundo passo consiste na publicação da licitação em si e todo o rito processual relacionado.
Até o momento, o Governo do Estado e a CCR ainda não chegaram a um acordo de como se dará a operação após o término do contrato. A concessionária enviou um ofício à Secretaria Estadual de Transportes (SETRANS), dando o prazo de até 11 de novembro para que o Governo do Estado envie um representante para a negociação da extensão do contrato, enquanto não se define a nova empresa responsável pelo transporte. Caso não receba uma resposta até a data, a CCR confirmou que não dará continuidade na operação após o dia 10 de fevereiro. Outro fator de preocupação é o destino das embarcações utilizadas pela empresa na operação. A frota, que opera em 6 rotas, conta com 15 ativos, sendo que boa parte deles são de propriedade da CCR visto que todos os bens vinculados à concessão foram passados à concessionária.
Marina Brandão, de 24 anos e moradora de Niterói, utiliza o transporte, ao menos, 2 vezes por semana para se deslocar ao trabalho e está preocupada com a possibilidade de paralisação do modal: “A interrupção do serviço aumentaria meu tempo de deslocamento e exigiria que eu reorganizasse todo o meu dia para acomodar o tempo que gastaria no trânsito e com os imprevistos dos horários do ônibus”. Ao ser perguntada sobre qual a principal mudança com a nova concessão, Marina foi enfática: “Espero que haja uma redução da tarifa, mesmo achando difícil que isso aconteça”. Atualmente, a tarifa entre Praça Araribóia e Praça XV, trecho que é feito em 20 minutos e conta com o maior fluxo de usuários, está custando R$7,70.
A redação do blog “Alô, Gragoatá” tentou entrar em contato com a CCR e com a SETRANS para esclarecimentos a respeito do andamento do processo licitatório e de extensão do contrato, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria.
Foto 1: Barca Apolo I chegando à Praça Araribóia / Marcus Gralha
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