Professores e alunos da Universidade Federal Fluminense se reuniram no IACS para um dia de palestras e oficinas
Por Jamile Rezende
Foto 1: Palestra “Comunicação Comunitária, Publicidade Social e Intersecções entre questões de classe, raça, gênero e pessoas com deficiência” / Reprodução: LACCOPS
“Vínculo”, “TRANS-formação”, “Esperança”, “Resistência”, “Privilégio”. Essas foram as palavras utilizadas por participantes e organizadores para definir o evento ocorrido no dia 16 de novembro: o Mobilize-se. O encontro reuniu diversas pessoas de dentro e fora da UFF, contando até com convidados internacionais. Promovido pelo Laboratório de Investigação em Comunicação Comunitária e Publicidade Social (LACCOPS), o congresso que acontece a cada dois anos, ficou em hiato por 4 anos por conta da pandemia.
“Eu fiquei um pouco incomodada com que tipo de país, com que tipo de mundo eu tava contribuindo com as ações publicitárias que eu fazia na época”, conta a coordenadora e fundadora do LACCOPS, Patrícia Saldanha. O laboratório foi criado em 2014, através de uma pesquisa da mesma sobre o conceito de Publicidade Social e Comunicação Comunitária. A partir dos estudos sobre o tópico e o apoio de colaboradores, nasceu um grupo focado em utilizar o vínculo entre a sociedade civil e a universidade, para democratizar os acessos e o compartilhamento de saberes.
O tema da 5ª edição do encontro foi “Disputa pelo comum e engajamento das resistências” com diversas palestras que dialogavam entre si, transformando o diálogo e seminários em produção de conhecimento científico. “Há uma disputa em torno do comum, porque a gente tem um comum capturado por um processo de midiatização, de plataformização, o comum das plataformas, que é diretamente ligado à uma lógica mercadológica […] e existe uma resistência do comum pelo próprio conceito de comunidade, a construção de um comum através da lógica de uma comunidade", explica Pablo Nabarrete, coordenador do LACCOPS.
“A gente pensa o Mobilize-se como um espaço de mobilização social, que a gente entende que por essa mobilização a gente cria também condições de transformação social”, reforça Pablo sobre a necessidade de eventos para criação de oportunidades e vínculos entre a comunidade e a ciência. “Um evento que você traz questões para serem discutidas sobre a publicidade, sobre a sociedade civil de uma forma geral […] é sempre muito importante”, complementa o professor do Departamento de Comunicação Social, Romulo Corrêa.
“A gente provavelmente não teria acesso a isso no nosso dia a dia e a gente tá tendo num dia comum, numa quarta-feira, tendo acesso a isso”, adiciona a estudante de jornalismo Fábia Menezes, sobre a oportunidade de acesso que o encontro promove para os participantes. Para Marcelo Edmundo, que é educador popular, ativista militante e palestrante do congresso, existe também outra parte fundamental: “Acho muito importante essa iniciativa, […] você abrir espaço da universidade para ouvir os movimentos, para ter essa interação com a sociedade organizada. A universidade é pública, mas ela não é de graça. É importante que ela sirva a sociedade organizada e esteja junto nas lutas. A gente precisa dessa relação”.
Sobre a produção científica no atual cenário político-social, a doutoranda, jornalista e participante do LACCOPS, Letícia Nascimento comenta: “É uma luta contínua e um enfrentamento direto […]. Produzir ciência é uma estratégia de resistência, é uma estratégia de articulação e de argumentação. […] Traz a formação de futuros profissionais que estão atentos às demandas da própria sociedade, que não querem ditar as normas para a sociedade e as demandas que a sociedade deve ter, mas atendê-las de alguma forma”.
Foto 2: Palestra “Comunicação Popular e lutas pelo comum em territórios urbanos e rurais” /Reprodução: LACCOPS
O evento trouxe palestras com pautas como: “Comunicação Comunitária, Publicidade Social e Intersecções entre questões de classe, raça, gênero e pessoas com deficiência”, “Comunicação Popular e lutas pelo comum em territórios urbanos e rurais” e “Discurso religioso e polarização sociopolítica: Uma comparação entre Europa e América Latina”. Foram doze horas de evento repletas de compartilhamento, interação e engajamento!
O próximo Mobilize-se ainda não tem data marcada para acontecer. Caso queira fazer parte do laboratório LACCOPS, basta entrar em contato com a equipe pelo Instagram e informar seu desejo. As vagas de credenciamento estão abertas para 2023!
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